VestÃgios históricos comprovam a batalha em que morreu o rei Josias
O site do Scandinavian Journal of the Old Testament publicou no dia 28 de janeiro importantes descobertas ligadas à morte do rei Josias, um dos últimos governantes do Reino de Judá. Ele foi derrotado e morto pelo faraó egÃpcio Neco 2º. Os historiadores concordam que o incidente com Josias tenha ocorrido em 609 a.C., na cidade de Megido, localizada ao norte de Israel, conhecida em grego como Armagedom. Os artefatos foram apresentados pelo professor Israel Finkelstein, da Universidade de Haifa, que liderou as escavações em Megido, e pelo Dr. Assaf Kleiman, da Universidade Ben-Gurion. Apesar de grande parte da cidade ter sido escavada na década de 1920, as atividades mais recentes aconteceram entre 2016 e 2022, na área noroeste do sÃtio, que ainda não havia sido explorada.
Os pesquisadores concluÃram que, devido à condição dos
objetos encontrados, os restos foram deixados pelas hostes do faraó egÃpcio, que
teriam sido acompanhadas por mercenários gregos. As análises petrográficas
confirmaram que a cerâmica era genuinamente egÃpcia, vinda do Vale do Nilo ou
do Delta, e não uma imitação local. Assaf Kleiman, copesquisador da Universidade
de Haifa, observou: “Não se trata de porcelana decorada de luxo, portanto, é
difÃcil argumentar que alguém em Megido, seja um deportado ou um israelita sobrevivente,
tenha desenvolvido um gosto por cerâmica egÃpcia de baixa qualidade e decidido
importá-la para sua casa”.
As recentes escavações foram realizadas próximo ao bairro administrativo
de Megido levantaram os restos de uma grande estrutura que remonta ao final do
7º século a.C. Os diversos vasos de cerâmica de origem egÃpcia e grega oriental
ofereceram o primeiro indÃcio arqueológico que pode estar ligado à batalha
narrada no Antigo Testamento. Os arqueólogos disseram que “os vasos gregos
podem ser considerados uma pista significativa, pois registros históricos
indicam que mercenários da Anatólia serviam ao exército egÃpcio na época. Foi uma
grande surpresa”.
O rei de Judá é mencionado exclusivamente nos textos
bÃblicos, sem citações em documentos egÃpcios ou babilônicos e sem evidências arqueológicas
diretas sobre sua figura. Em 2019, foi descoberto um selo de argila dos tempos
do Primeiro Templo na Cidade de Davi, com a inscrição “Natan-Melech, servo do
rei”, nome de um personagem mencionado em 2 Reis como servo do referido monarca
judeu.
No sÃtio arqueológico de Tel Azeka, próximo a Bet Shemesh,
foi encontrado um amuleto cananeu em forma de escaravelho pela menina Ziv
Nitzan que passeava com os pais e suas duas irmãs. O artefato, com cerca de 3,8
mil anos foi apresentado pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA). A
criança de três anos, que é moradora de Moshav Ramot Meir, encontrou o objeto
no chão e imaginou ser uma pequena pedra. “Quando ela esfregou a pedra e retirou
a areia, percebemos que havia algo diferente. Chamei meus pais para verem a
linda pedra e então percebemos que tÃnhamos feito uma descoberta arqueológica!
Imediatamente, informamos à Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA)”, contou
Omer Nitzan, irmã de Ziv, em um comunicado enviado pela IAA. A menina e sua famÃlia
receberam da entidade um certificado de reconhecimento como forma de
agradecimento.
No fim de março, uma equipe arqueológica liderada pela
professora Francesca Romana Stasolla, da Universidade de Roma “La Sapienza”, comunicou
a descoberta de restos de oliveiras e videiras, incluindo sementes e pólen na
BasÃlica do Santo Sepulcro - conhecida como Igreja da Ressurreição - templo localizado
no Bairro Cristão da Cidade Antiga de Jerusalém. O trabalho realizado no sÃtio
arqueológico teve inÃcio em 2022 e está sendo facilitado nos últimos meses pela
redução no fluxo de visitantes como resultado do conflito entre o governo
israelense e os terroristas do Hamas, iniciado em 7 de outubro de 2023.
A professora informou que “apesar de as amostras ainda não
terem passado pela datação por carbono-14, as análises arqueobotânicas permitem
colocar essas plantas na época em que Jesus viveu. Nós sabemos que a área já
era parte da cidade na época de Adriano, quando os romanos construÃram Aelia Capitolina.
Mas, na época de Jesus, essa região ainda não era parte da cidade”. Aelia
Capitolina é o nome da cidade erguida pelos romanos no 2º século, após a
destruição de Jerusalém em 70 d.C. Por sua vez, os Evangelhos indicam que Jesus
foi crucificado fora dos muros da célebre cidade. “O Evangelho cita uma área
verde entre o Calvário e a tumba, e identificamos esses campos cultivados. Não
estamos apenas lendo as Escrituras, nós entramos nelas. Descobrir vestÃgios botânicos
de terras cultivadas entre o local da crucifixão e a tumba não é mera
coincidência. É a arqueologia falando com a fé. Sempre houve um debate entre a
fé e a evidência, mas aqui estamos descobrindo que a fé deixou evidências”,
acrescentou a arqueóloga.
Na Turquia, um insólito artefato foi descoberto pelos
arqueólogos da Universidade de Karabük, na Turquia. Trata-se de um antigo amuleto
de bronze nas escavações na cidade de Hadrianópolis, localizada na provÃncia de
Karabük, no norte do paÃs. O artefato, que remonta ao século 5, mostra o rei Salomão
derrotando o Diabo e pode ter sido utilizado pelos antigos como “amuleto” para
proteção contra o mal. A peça foi encontrada em uma área onde trabalhos de escavação
acontecem desde 2003.
Hadrianópolis foi um assentamento usado nos perÃodos romano
e bizantino. As escavações já revelaram mais de uma dúzia de edifÃcios e
grandes mosaicos. O professor Ersin Çelikbaş disse que os especialistas ficaram
surpresos com o artefato e destacaram a relevância do objeto para a arqueologia
da região da Anatólia. Um lado do amuleto traz a frase “Nosso Senhor derrotou o
mal”; e do outro, podem ser vistos os nomes dos anjos Azrail, Gabriel, Michael
e Israfil. O amuleto reforça a ideia de que Hadrianópolis teve importância
religiosa na Antiguidade.
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