Desde muito cedo na história da Igreja, os falsos mestres se disfarçavam entre os irmãos para disseminar suas heresias. Jesus disse que esses agentes se apresentam “disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes” (Mateus 7.15). A Bíblia classifica esses promotores do erro como “falsos apóstolos” e “obreiros fraudulentos”, identificando-os como agentes de Satanás que se transfiguram “em ministros da justiça” (2 Coríntios 11.13-15). Devemos, por isso, nos acautelar deles.
Os apóstolos reagiram contra os falsos obreiros que surgiram
e também os primeiros cristãos enfrentaram os movimentos de fora da Igreja que
ameaçavam os fundamentos do cristianismo. Eram grupos religiosos sectários e
dos críticos intelectuais judeus e pagãos. Os apóstolos responderam aos
opositores da fé cristã e lançaram a base da teologia cristã, e os pais da igreja
interpretaram os escritos apostólicos, refutando as críticas. Nessa resposta
aos incrédulos, organizaram o pensamento cristão defendido ainda hoje.
Nossa responsabilidade como cristãos
O rápido crescimento dos evangélicos proporcionou campo fértil
para a disseminação dos grupos religiosos inadequados com suas heresias. Há
preocupação dos líderes tanto na defesa do rebanho como na evangelização dos
membros desses grupos religiosos, mas esse empenho deveria ser maior. Há,
ainda, os que não conseguiram ver o perigo que essas instituições religiosas
representam para a Igreja e para a família. Devemos estar “estando sempre
preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês
têm” (1 Pedro 3.15). O combate às heresias ocupa um terço do Novo Testamento.
Alguns livros já são, em si mesmos, apologéticos, sendo seu conteúdo apologia à
doutrina cristã; a sua essência, defesa do cristianismo.
O Senhor Jesus Cristo é o apologista por excelência,
defendeu a verdade revelada nas Escrituras (Marcos 7.9-13). O apóstolo Paulo considerava-se
apologista (Filipenses 1.16). Judas exorta-nos “a batalhar pela fé que uma vez
foi dada aos santos” (v. 3). O conteúdo de 2 Coríntios, Gálatas e 2 Pedro é essencialmente
um tratado de apologia cristã. Inúmeras vezes nós encontramos nos evangelhos o
Senhor defendendo a verdade divina. Desde os tempos apostólicos, ser cristão
significava ser apologético, pois eles defendiam aquilo que criam (Tito
1.9-11). É, portanto, tarefa da igreja atual defender a fé cristã, pois “as seitas
são as contas vencidas da igreja”, disse Jan Van Baalen.
O perfil dos hereges
Os adeptos dos grupos religiosos inadequados são “as pessoas
mais difíceis de evangelizar”, pois estão convictas de que estão com a verdade
e que nós somos os hereges. Estamos lidando com assunto muito delicado, suas
crenças estão enraizadas, pois muitos deles abandonaram carreira profissional,
emprego e até a própria família. Como lidar com essas pessoas? Se não houver
amor, paciência e respeito por elas, dificilmente conseguiremos algum sucesso na
evangelização delas.
Os expositores sectários preocupam-se muito com a aparência,
pois costumam apresentar o seu movimento religioso como um paraíso perfeito (2 Timóteo
3.5). Infelizmente, muitos são os que caem nessas armadilhas. Uma vez fisgado
por eles, dificilmente, conseguem se libertar, uns por causa da lavagem
cerebral que recebem, outros por causa do terrorismo psicológico e pressão que
sofrem de seus líderes.
As principais doutrinas da teologia cristã: a Bíblia, a doutrina
de Deus, a identidade de Cristo e a sua obra, a natureza pecaminosa do ser
humano, a graça de Deus e a salvação humana e o seu destino. Quando esses
pontos doutrinários destoam e divergem daquilo que cremos, é por aí que se
descobre a heresia. Esses pontos foram atacados desde a era apostólica e tais
ataques continuam ainda hoje. Seus argumentos são recursos retóricos bem
elaborados e persuasivos, para convencer o povo a crer num Jesus estranho ao
Novo Testamento (2 Coríntios 11.3).
O apóstolo Paulo nos exorta na carta aos Colossenses:
“ninguém os engane com argumentos falaciosos” (2.4). Os falsos mestres, a que o
apóstolo se refere, estavam envolvidos com legalismo judaico: circuncisão
(2.11), preceitos dietéticos e guarda de dias (2.16); há ainda várias
referências ao gnosticismo (2.18,23). O verbo grego paralogizomai, “enganar, seduzir
com raciocínios capciosos”, que juntamente com a palavra pithanologia, “arte de
persuadir”, nesse caso no sentido negativo, descreve com precisão a perícia dos
mestres do erro na exposição de suas heresias. O nosso cuidado é contínuo para não
nos tornarmos presa desses falsos mestres.
O apóstolo continua na sua exortação, “Tende cuidado para que
ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas” (Colossenses
2.8 – ARC). O significado de “presa” revela o que acontece, ainda hoje, com os
adeptos de grupos religiosos heterodoxos. O verbo grego sylagōgeō, “levar como
despojo, prisioneiro de guerra, sequestro, roubo”, nessa passagem, descreve o
estado espiritual dos que seguem os falsos mestres. Um dos objetivos dos promotores
de heresias é, justamente, escravizar as suas vítimas para ter domínio sobre
elas (Colossenses 2.18; Gálatas 4.17), como soldados arregimentados para
pelejarem contra a verdade. Atualmente, muitos estão nos grilhões das seitas como
verdadeiros escravos.
A Igreja e a sua liderança devem estar atentas no cuidado e na
proteção do rebanho, e cada crente em Jesus precisa prestar mais atenção nas
sutilezas desses grupos religiosos. Os unicistas conseguem se camuflar em nossas
igrejas com muita facilidade pelo seu pietismo e por serem pentecostais, pois
usamos os mesmos termos teológicos, mas com significados diferentes. Uns, como
a Igreja Local, chega a usar o termo “Trindade”, mas não nos termos do Credo de
Atanásio, que declara, “Adoramos um Deus em Trindade e Trindade na Unidade, não
confundimos as pessoas” – uma interpretação precisa das Escrituras (Mateus
3.21,22; João 14.16) – a Igreja Voz da Verdade defende a divindade de Jesus, mas
negam a Trindade, então, não pode ser o mesmo Jesus do Novo Testamento.
Os mórmons, a começar pelo nome da sua religião, “Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, tem um nome bonito e atrativo; quem
passa em frente das suas capelas pode se impressionar e pensar que se trata de
evangelho saudável. James E. Talmage, proeminente líder mórmon, afirma o
seguinte em seu livro A Grande Apostasia: “A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias declara-se, pelo seu nome, distinta da Igreja Primitiva
estabelecida por Cristo e seus apóstolos”. Na primeira página do Livro de
Mórmon está a seguinte declaração: “Um Outro Testamento de Jesus Cristo”. As
próprias declarações oficiais confessam que se trata de cristianismo estranho
ao revelado no Novo Testamento. A estrutura doutrinária do mormonismo está
calcada em lendas e mitos pagãos, suas crenças e práticas identificam-no com o
paganismo e o ocultismo.
As testemunhas de Jeová passam uma imagem de que estudam a
Bíblia, mas ninguém no mundo pode chegar ao conhecimento da teologia deles pelo
estudo da Bíblia. Ensinam que o estudo de suas publicações, em dois anos, deixa
o estudante na luz; mas, se esse estudante abandonar a leitura de sua
literatura e se dirigir à leitura só das Escrituras Sagradas, ao cabo de dois
anos essa pessoa estará nas trevas. O visitante do salão do reino é sempre
bem-vindo, é recebido pelos servos ministeriais com fineza, cortesia e um
sorriso amável. Porém, depois de tornar-se membro da organização, perderá sua
liberdade, pois não existe uma saída honrosa dessa religião uma vez
comprometida com ela.
Nossa vigilância
O povo de Deus vive numa constante batalha espiritual, pois
o inimigo de Deus e dos homens sempre trabalhou para desviar os crentes da
vontade de Deus, induzindo-os a crenças falsas e práticas que desonram ao Criador.
Devemos estar atentos, quando um movimento religioso se apresenta com persuasão
e argumentos aparentemente convincentes. Trata-se, geralmente, de alguém que
pretende nos mostrar algo que não está de acordo com a Palavra de Deus.
por Esequias Soares
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