Aborto e a chamada “morte assistida” ganham apoio em muitos países
A organização Worldometer (site que fornece contadores e estatísticas em tempo real para diversos tópicos) divulgou os números oficiais compilados que mostraram que em 2024 o aborto continuou sendo a principal causa de morte no mundo. Os dados oficiais dão conta de que o procedimento supera a quantidade de mortes causadas por doenças como câncer e HIV/AIDS. O número de abortos no mundo registrado a partir do dia 1º de janeiro de 2024 até o dia 31 de dezembro de 2024, com relatório concluído no dia 31, é, segundo a entidade, de cerca de 45 milhões.
De acordo com os números apurados, o aborto chega a cinco
anos consecutivos como a principal causa de morte no mundo, superando com larga
vantagem outra vez enfermidades consideradas letais como o câncer, doenças
transmissíveis e tabagismo. Isso revela a dimensão da quantidade de assassinato
de crianças no ventre no contexto global. O número de mortes associadas ao
câncer no mesmo período foi de 1,1 milhão no mundo, enquanto o número de
vítimas fatais por HIV/AIDS foi de 227,9 mil.
A entidade informou que aconteceram 44,6 milhões de abortos
em 2023 e que no mesmo ano ocorreram cerca de 12,9 milhões de mortes causadas
por doenças infecciosas; 1,6 milhão de mortes causadas por HIV/AIDS; 2,4
milhões por consumo de álcool; 1,3 milhão de mortes por causa de acidentes com
veículos de passageiros e cargas; e 1 milhão de pessoas morreram por suicídio.
No auge da pandemia causada pela Covid-19, entre os anos de 2021 e 2022, a
maior causa de vítimas fatais pelo mundo afora também foi o aborto com,
respectivamente, 42,6 milhões e 44 milhões de vítimas.
Em 2020, foram contabilizadas 42,6 milhões vítimas do aborto
e, em 2019, 42,4 milhões de crianças mortas em procedimento. Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), morrem todos os anos ao redor do planeta cerca de 17,7
milhões de pessoas vítimas de doenças cardiovasculares. Na Itália, o limite
para interromper a gravidez é de 90 dias de gestação. Na Alemanha, são 14
semanas; na França, de 16 semanas e na Tailândia, de 20 semanas. Em Portugal, o
limite são 10 semanas para a mulher se submeter ao procedimento sem justificar,
mas em caso de estupro ou malformação, o prazo é estendido para 16 e 24
semanas, respectivamente. As estatísticas dão conta de que mais de 662 milhões
de mulheres vivem em 77 países onde o aborto é permitido mediante solicitação
da gestante. De acordo com a organização Centro de Direitos Reprodutivos, esse
número representa 34% do total de mulheres em idade reprodutiva em todo o
mundo.
O limite gestacional nesses países varia, porém, o mais
comum é que o aborto seja permitido até 12 semanas de gravidez. Entretanto, o
procedimento é liberado após esse limite por outros motivos, como quando a
gestação coloca em risco saúde ou a gravidez é resultado de violência sexual. O
Brasil integra a classe de países que permitem o aborto para salvar a vida da
gestante. Um total de 44 nações estão dentro desta categoria, sendo que 12
também permitem o aborto em caso de estupro ou em determinados diagnósticos
fetais. Nesta lista também estão Chile, Venezuela, Paraguai, Síria, Irã,
Afeganistão, Nigéria e Indonésia.
A realização do aborto não é permitida em 21 países, com um total
de 111 milhões de mulheres alcançadas por essa decisão. Nesses países, a
legislação não permite o aborto em hipótese alguma. Nesse grupo estão Nicarágua,
Honduras, Suriname, República Dominicana, Senegal, Egito, Madagascar e
Filipinas.
A chamada “morte assistida” foi aprovada na Inglaterra e
País de Gales pelo Parlamento britânico no dia 29 de novembro de 2024. Os
parlamentares aprovaram um projeto de lei que liberou o procedimento que dá fim
à vida do paciente terminal. Seguindo o rito, a matéria irá a uma comissão do
Parlamento, sofrendo ajustes, e retornará para uma última votação. Apesar disso,
a liberação abriu caminho para que o Reino Unido se torne o 12º país a permitir
o procedimento. O texto aprova a morte assistida em casos de adultos com as
capacidades mentais preservadas e que padecem de doenças terminais e uma
expectativa de vida de até seis meses. O procedimento letal consiste em que o
paciente executa métodos para encerrar a usa existência, auxiliado por equipes
médicas. No caso da eutanásia, são os médicos que administram uma dose letal de
medicamento nos pacientes.
O polêmico tema insuflou debates acalorados por parte dos
deputados que defendiam ou não o projeto da morte assistida. Por fim, o projeto
acabou sendo aprovado por 330 votos favoráveis. Outros 275 deputados votaram
contra. São aguardados meses de debate adicional com possíveis alterações no
projeto de lei à medida que avança pela Câmara dos Comuns e pela Câmara dos
Lordes, a câmara alta do parlamento. A legisladora trabalhista Kim Leadbeater,
a mesma que apresentou o projeto de lei, disse esperar que o processo leve mais
seis meses. O jornal The Guardian divulgou que especialistas informaram que a lei
pode levar até três anos para ser implantada. O dispositivo não se aplica à
Escócia e à Irlanda do Norte, as outras duas nações que formam o Reino Unido.
Países como Colômbia, Estados Unidos, Alemanha, França, Suíça, Holanda,
Bélgica, Irlanda, Espanha, Canadá e Austrália já permitem a prática.
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