Muito se tem falado no meio evangélico a respeito da famosa “Rosa de Saron”. Em quase toda igreja há um conjunto ou um grupo denominado “Rosa de Saron”. Na maioria das vezes, têm em mente que a Rosa de Saron seja uma referência à pessoa de Jesus. Muitos pregadores já afirmaram que “Jesus é a Rosa de Saron”. Mas, quem é, de fato, a Rosa de Saron?
Antes de respondermos a essa questão, se faz necessário exortar
a todos os leitores da Bíblia para o dever de a lermos com a máxima atenção, analisando
os pontos, as vírgulas etc. Não podemos ler a Bíblia como se estivéssemos lendo
qualquer jornal, revista ou periódico. Na verdade, a falta de leitura com atenção
é a causa da difusão de tantas “doutrinas” perniciosas no seio da igreja. Se os
membros das igrejas se dedicassem mais à leitura do texto sagrado, com certeza
não seriam tão facilmente enganados e nem cairiam em “estórias” chamadas
bíblicas.
No capítulo 2 de Cantares de Salomão, basta um simples exame
do livro, usando a versão ARA (Almeida Revista e Atualizada) para dissipar de
uma vez por todas essa dúvida. Nessa versão, encontramos um título que indica quem
está falando: ora a esposa, ora o esposo, ora as filhas de Jerusalém. No texto de
Cantares 2.1, encontramos em cima da fala o nome “esposa”, e ela diz: “Eu sou a
rosa de Saron”. No hebraico, “Ani Havatselet ha Sharon”.
Se ainda pairasse dúvida quanto à afirmação ser do amado ou
da amada, o texto original decide a questão quando se observa que as
terminações das palavras são as do feminino. A letra “Tav”, no final da
palavra, indica feminino.
Saron: o local onde brota “Havatselet”
Não podemos falar do “Havatselet” sem falar de Saron, a planície
onde ela nasce, floresce e fenece. A palavra “Saron”, no hebraico, é “Sharon”, que
significa: plano, planície.
Sharon é, assim, denominada a área fértil e úmida da região.
A planície costeira de Israel é chamada de Sharon. Os sábios judeus comparam os
justos às rosas do vale, que são as mais belas de sua espécie. Elas mantêm o
frescor dos vales úmidos. Enquanto isso, os “reshaim” (perversos) são semelhantes
às rosas das montanhas, que pouco duram porque secam sob a inclemência da natureza,
esvoaçando depois como o vento faz o debulho.
A rosa requer bastante claridade, o que ela obtém nas planícies
do Sharon. Os largos espaços são ideais para que sua fragrância se espalhe.
O gado de Davi pastava em Sharon, sob o comando de Sitrai, o
saronita (1 Crônicas 27.29).
“Havatselet” e sua aplicação
Vejamos algumas características da “Havatselet”:
1) A sua cor era vermelho-vinho – A Igreja entende o sacrifício
de Jesus e reconhece que foi pelo sangue do Cordeiro que ela foi salva.
2) Suas flores eram perfumadas – O viajante podia sentir a
fragrância de muito longe, ou seja, cada cristão deve ser o bom perfume de
Cristo, o bom cheiro do Evangelho.
3) Tinha seis pétalas – A Igreja, por mais abençoada que seja,
sabe que é formada por homens. O número 6 na Bíblia é o número do homem.
Bibliografia:
Cântico dos Cânticos, de Adolpho Wasserman, Ed. Maayanot; e O
Havatselet de Saron, de Hilmar E.S. Eller Kaiser.
por Marcelo Oliveira
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