Evangelização é e sempre será a prioridade da Igreja

Evangelização é e sempre será a prioridade da Igreja


É sabido que a Igreja exerce pelo menos três grandes responsabilidades como Corpo de Cristo na Terra. A primeira é em relação a Deus, no sentido de louvor, adoração e gratidão; a segunda, em relação a si mesma, no sentido de edificação, no que diz respeito a ministérios (Efésios 4.11), dons (1 Coríntios 12.4), operações (1 Coríntios 12.6) e manifestações (1 Coríntios 12.7ss); e em terceiro, em relação ao mundo, no exercício do sacerdócio (1 Pedro 2.9).

A evangelização dos povos é uma determinação de Jesus Cristo (Mateus 28.18ss) que precisa ser levada a sério por Seus discípulos. Como disse Paulo, “se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta esta obrigação e ai de mim se não anunciar o Evangelho”.

Cícero, governador romano, afirmou: “Não há povo tão primitivo, tão bárbaro, que não admita a existência de deuses, ainda que se engane sobre sua natureza”. Lembremo-nos também das palavras de Paulo em Atenas (Atos 17.15-24). É evidente que o fenômeno religioso faz parte da história da humanidade, desde os tempos mais remotos até os nossos dias. É um fenômeno universal, individual, cultural e social. O homem é religioso por natureza, faz parte de sua essência.

As religiões surgiram da necessidade do ser humano de buscar o divino, o eterno. A pluralidade religiosa é, em parte, resultado das diferentes formas de entender e perceber o mundo e o próprio homem; ou seja, é a visão de si próprio, dos povos e das culturas que definirá suas crenças, costumes e religiosidade. Daí a intensa necessidade de apresentar o plano revelado pelo Deus da Bíblia.

Visão de si mesmo

Platão (427-347aC) afirmava que o homem é essencialmente alma, alma espiritual, incorruptível e imortal, enquanto o corpo representa a sua prisão da qual a alma se liberta depois da morte. Aristóteles afirmava ser o homem constituído de alma e corpo, sendo a alma a forma do corpo. Para ele, como para Platão, a alma é imortal e o homem é um ser vivo dotado de razão, é um animal racional, o que o difere dos demais. Com o Cristianismo, mudou a perspectiva de entender o homem. A vida humana não é mais entendida sob a perspectiva do cosmos, da natureza, mas sob as relações entre Deus e a humanidade. Assim, os Pais da Igreja afirmavam que a imagem de Deus era refletida na alma humana. O ponto de partida passa a ser Deus, e surge, portanto, uma perspectiva teocêntrica.

Tomás de Aquino (1225-1275) procurou estabelecer um paralelo entre as ideias de Platão e Aristóteles e as Escrituras, buscando conciliar a fé e possíveis acertos da filosofia grega, e reafirmou em sua doutrina que a alma é imortal (como afirma a Bíblia e Platão), mas não quer estar sem o corpo (Aristóteles), portanto haverá uma ressurreição física (Bíblia).

Martinho Lutero, contrário às ideias aristotélicas e baseando-se unicamente nas Sagradas Escrituras, enfatizou que o homem foi criado a imagem de Deus sem pecado. Entretanto, com a transgressão ao Criador, perdeu, em parte, a imagem de Deus. É somente através do amor de Deus e da salvação da humanidade através de Jesus Cristo que o homem se reconcilia com Deus, o Criador.

Visão cultural

 Em todos os tempos, épocas, povos, civilizações e culturas, a preocupação com o Eterno está presente na vida do homem. A preocupação do homem em relacionar-se com seu Superior faz parte da humanidade. Os anseios, desejos, temores e decisões do homem estão diretamente ligados com aquilo que acredita ou deixa de acreditar.

Vivemos numa sociedade onde as pessoas possuem liberdade de pensamentos e crenças, podendo optar livremente pela religião de sua preferência, razão pela qual crescem diferentes religiões, credos, seitas e filosofias. A religião é parte do sistema de vida de um povo, enquanto cultura envolve não só as crenças, mas também as condutas. Entende-se por cultura o conjunto de modos de fazer, interagir e representar, desenvolvido pelos homens como uma solução ou resposta para as necessidades de sua vida em comum.

Religião é um fenômeno cultural. Assim entenderemos melhor as pessoas e o mundo que nos cercam na medida em que conhecermos melhor a cultura dos povos, como vivem, em que acreditam, o que querem, de onde vêm, quem são, para onde vão.

Assim sendo, antes de pensarmos em modelos de evangelização eficiente para um século de tanta velocidade, é necessário que se conheça alguns princípios básicos das crenças (Êxodo 3.11-12), quanto ao conteúdo (teor mágico e mistério, sapiensais, proféticas ou reveladas, espiritualistas ou místicas e de filosofias de vida) e à forma (monoteísmo, politeísmo, henoteísmo, panteísmo, panenteísmo, monismo ou animismo).

A evangelização depende de um processo de inserção na comunidade a fim de que se conheça as condições espirituais, sociais e econômicas, e os anseios e desesperanças que permeiam as camadas sociais (Atos 20.18-21).

O evangelista precisa se informar daquilo que é fundamental, pois isso lhe permitirá uma imagem ativa de sua área de trabalho. A inserção na comunidade nos instiga a uma busca por perguntas e respostas.

Apresentar Jesus Cristo é apresentar um novo modelo de vida. É plantar esperança, é semear a fé que produz resultados práticos. “Pregai o evangelho a toda a criatura”, Marcos 16.15.

Cada evangelista conheça e difunda a Doutrina da Salvação, pois somente esta mensagem é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.

por Paulo Gonçalves

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