Selo, mapa e relicário apontam para a Bíblia

Selo, mapa e relicário apontam para a Bíblia


Segundo especialistas, achados confirmam contextos social e geográfico

Os diretores da escavação próxima ao Muro Sul do Monte do Templo em Jerusalém, Dr. Yuval Baruch e Navot Rom, revelaram a descoberta de um selo de pedra do período do Primeiro Templo, que remonta cerca de 2,7 mil anos atrás. A informação da descoberta foi dada no dia 29 de agosto pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) em um comunicado à imprensa. “O selo de pedra preta é extremamente raro e incomum, com um nome inscrito em escrita paleo-hebraica e uma figura alada, sendo considerado um dos mais belos selos já descobertos em escavações na antiga Jerusalém”, disseram os especialistas.

A figura é retratada de perfil e ostenta um par de asas, veste uma camisa listrada e um chapéu ou coroa na cabeça. A escrita diz o seguinte: “LeYehoʼezer ben Hoshʼayahu, que se traduz “Para Yeho’ezer, filho de Hosh’ayahu’”. Segundo os especialistas, a preça pode ter pertencido a um dos valentes de Davi citados em 1 Crônicas 12.

O Dr. Filip Vukosavovic, arqueólogo e assiriólogo do IAA, manifestou seu entusiasmo e disse que a descoberta do artefato é “extremamente rara e incomum”. Segundo ele, “é a primeira vez que um ‘gênio’ alado – uma figura mágica protetora – foi encontrada na arqueologia israelense e regional. Figuras de espíritos alados são conhecidas na arte neoassíria dos séculos 9 a 7 a.C., e eram considerados um tipo de espírito protetor”, disse.

Outro achado em foco é o mapa mais antigo do planeta, descoberto em 1881 pelo arqueólogo Hormuzd Rassam em uma escavação em Sippar, no Iraque, que foi finalmente decifrado após quase um século e meio de estudos. A relíquia foi esculpida entre 2,6 e 2,9 mil anos atrás durante o Império Neobabilônico. O artefato foi adquirido pelo Museu Britânico em 1882, que o transformou em objeto de estudo. As inscrições contidas no mapa ilustram a Mesopotâmia e o Rio Eufrates, incluindo representações míticas, e alude à versão babilônica da história bíblica da Arca de Noé.

De acordo com especialistas, os babilônios acreditavam que os restos da Arca, em sua versão de Noé – Utnapishtim ou Atrahasis –, estariam além do “Rio margo” (uma provável menção ao oceano), numa montanha que corresponderia àquela onde a embarcação teria pousado conforme o relato bíblico.

Outra descoberta se deu na Áustria, durante as escavações em Irschen, que faz parte do Vale do Drava, na Caríntia. Ali, os arqueólogos desenterraram um santuário de mármore contendo uma caixa de marfim de 1,5 mil anos com um conteúdo que eles acreditam ter conexão com a narrativa bíblica da entrega dos Dez Mandamentos a Moisés. Um comunicado emitido pela Universidade de Innsbruck dá conta de que o objeto é adornado com arte cristã. As escavações acontecem desde 2016 pelos arqueólogos da Universidade de Innsbruck. A descoberta foi feita pela primeira vez em agosto de 2022.

Os arqueólogos disseram que as investigações adicionais sobre o relicário estão em andamento. A restauradora Ulrike Töchterle explicou que “ainda precisamos determinar a origem exata do mármore, e também queremos especificar a origem do marfim. Componentes metálicos — as dobradiças da píxide eram feitas de metal — também ainda estão sendo examinados, assim como a cola que foi usada representação típica da entrega das leis a Moisés no Monte Sinai, o início da aliança entre Deus e o homem do Antigo Testamento”. A última arte na relíquia retrata um homem em uma carruagem com dois cavalos atrelados ao veículo. Ela também apresenta uma mão saindo das nuvens, puxando essa figura para o céu.

“Presumimos que esta é uma representação da ascensão de Cristo, o cumprimento da aliança com Deus. A representação de cenas do Antigo Testamento em conexão com cenas do Novo Testamento é típica da antiguidade tardia e, portanto, se encaixa em nossa pyx; no entanto, Cristo com uma biga, uma carruagem de dois cavalos, é muito especial e previamente desconhecida”, concluiu Grabherr.

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