“A globalização é boa ou má? Como o cristão deve se comportar ante o fenômeno?”
Globalização pode ser entendida como uma tendência econômica de internacionalização dos mercados e transnacionalização das grandes empresas. O Fundo Monetário Internacional define que ela ocorre como resultante do aumento de volume das transações de bens e serviços e do fluxo de dinheiro entre os países do mundo, facilitando, inclusive, a difusão acelerada de tecnologia. Embora sejam conceituações simplistas (e não é nosso objetivo conceituá-la neste espaço), parecem apontar que seja um fenômeno predominantemente econômico. No sentido econômico, a globalização só tem efeito negativo nos casos em que ocorre uma luta exagerada, isto é, a qualquer custo, para obtenção máxima de lucros com o menor custo, o que agride valores fundamentais de uma sociedade cristã, como a paz, a justiça, o respeito e a solidariedade.
Por outro lado, há questões éticas e teológicas que o tema
exige, pois a globalização se insere dentro dos valores da chamada pós-modernidade.
O ensinamento de Paulo em Romanos 12.2 nos diz que não devemos nos conformar com
este mundo. Conformar-se significa tomar a forma, adaptar-se à forma de algo. Os
cristãos podem e devem fazer algo para cumprir esse mandamento bíblico, assumindo
um compromisso de reflexão sobre nossa função nesta sociedade, para não
tomarmos a forma globalizada do mundo. Devemos, por exemplo:
a) Influenciar em vez de sermos influenciados. Na profissão,
na vida doméstica, nas atividades sociais e políticas, é muito importante a influência
na disseminação de conceitos éticos baseados na Palavra de Deus.
b) Agir de forma solidária. Em Deuteronômio 15.11, Deus diz que
“sempre tereis pobres no meio de vós”, mas nos orienta à solidariedade para dirimir
as eventuais injustiças impetradas pela globalização.
c) Participar da vida social da comunidade. Como Igreja de Cristo,
temos a obrigação de deixar o egoísmo e contribuir mais efetivamente para a transformação
da sociedade. A expressão “Comamos e bebamos e amanhã morreremos” (1 Coríntios 15.32)
é rejeitada por todos como discurso, mas, na prática, muito utilizada.
d) Fazer a diferença. Não é mais hora de se esconder, seja individual
ou coletivamente, como se não tivéssemos nada a fazer, a dizer, a contribuir.
Temos a obrigação de ser sal e luz para este mundo, e esta é a nossa diferença.
e) Defender os valores do Evangelho. Isso nos indica que o
Evangelho da paz, do bem e da misericórdia nos leva a um mundo mais justo, mas harmonioso,
no qual os homens possam seguir a Deus e abrigar Jesus em seus corações.
f) Abrir o coração a mudanças no modo de agir, mostrando disposição
de quebrar os paradigmas existentes, que às vezes impedem de realizar ações
mais eficazes.
Essa lista não acaba aqui. Cada um de nós pode acrescentar
outras formas de agir, à luz da Bíblia, para fazer frente às tendências de nosso
tempo que insistem em influenciar nossas vidas de forma tão radical. Nos Evangelhos,
estão as palavras de Jesus Cristo, nos orientando sobre tudo que necessitamos para
buscar o Reino de Deus e sua justiça.
por José Arimatés de Oliveira
Compartilhe este artigo. Obrigado.
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante