Nenhum sacrifício substitui o de Jesus

Nenhum sacrifício substitui o de Jesus


No afã de agradar a Deus e de obter o Seu favor, buscamos formas e meios para chamar a atenção do Criador. Este impulso pode nos levar a considerar vários sacrifícios pessoais, desde rituais até ações de caridade, na esperança de que esses atos possam, de alguma forma, compensar nossas imperfeições e falhas. No entanto, é crucial lembrar que nenhum sacrifício humano pode substituir ou até mesmo se igualar ao sacrifício de Jesus Cristo.

O sacrifício de Jesus na cruz é um evento singular e irrepetível. Em Hebreus 10.10, a Escritura declara: “Nessa vontade, temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez por todas”. O termo traduzido por “uma vez por todas” é a palavra grega ephapax (εφαπαξ), cujo significado é: “uma vez, de uma vez ou tudo de uma vez”. Isso sugere que nada mais pode ser feito; ou nada melhor, no sentido de sacrifício. Ao se oferecer como o mais completo e suficiente sacrifício pela humanidade, o Senhor Jesus resolveu de maneira definitiva o problema do pecado.

Para compreender a totalidade do sacrifício de Jesus, precisamos refletir sobre o contexto em que Ele ocorreu. No Antigo Testamento, os sacrifícios eram uma prática comum para expiação de pecados e adoração, com muitas ofertas sendo oferecidas. Vejamos o que diz o texto de Levítico 7.37: “Esta é a lei do holocausto, da oferta de manjares, da oferta pelo pecado, da oferta pela culpa, da consagração e do sacrifício pacífico”. Todas estas ofertas apontavam para o Senhor Jesus. Em alguns casos, animais eram oferecidos a Deus como um meio de buscar perdão e reconciliação. Já no versículo seguinte, “o Senhor ordenou a Moisés no monte Sinai, no dia em que ordenou aos filhos de Israel que oferecessem as suas ofertas ao Senhor, no deserto do Sinai”. Aqui temos a menção da palavra hebraica qorban (ןָבְּרָק), que em essência significa “oferta, chegar perto, levar a aproximar”. Enfim, todas estas ofertas tinham por finalidade aproximar o pecador até Deus. Contudo, essas ofertas eram temporárias e imperfeitas, nunca podendo realmente remover a culpa do pecado de forma completa. Em contraste, o sacrifício de Jesus foi perfeito e eterno, oferecendo uma redenção que nenhuma oferta animal poderia proporcionar.

Jesus, o Filho de Deus, ofereceu Sua vida como um sacrifício substitutivo. Ele carregou o peso do pecado de toda a humanidade e, ao fazê-lo, cumpriu todas as exigências da justiça divina. Em 1 Pedro 3.18, lemos: “Porque também Cristo sofreu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus”. Este ato de amor e justiça é incomparável! O sangue de Jesus não apenas cobriu os pecados, mas os removeu completamente, oferecendo a todos que creem a oportunidade de um relacionamento restaurado com Deus.

Neste sentido, qualquer tentativa de substituir ou adicionar algo ao sacrifício de Cristo é não apenas desnecessária, mas uma forma de subestimar a profundidade da obra realizada na cruz. O apóstolo Paulo, em Gálatas 2.21, afirma: “Não anulo a graça de Deus; pois se a justiça vem pela lei, Cristo morreu em vão”. Isso destaca a importância de entendermos que a salvação é um dom gracioso, recebido pela fé, e não algo que podemos conquistar por nossos próprios méritos ou sacrifícios.

Embora a prática de boas obras, caridade e obediência seja uma resposta apropriada à graça de Deus, elas não devem ser vistas como um meio de substituir ou adicionar ao sacrifício de Jesus. Em vez disso, essas ações devem ser vistas como uma expressão da nossa gratidão e um reflexo do amor que recebemos através de Cristo. Nossas boas obras são uma forma de viver de acordo com a nova identidade que temos em Cristo, e não uma forma de ganhar mais favor de Deus.

Em tempos onde o valor do sacrifício é frequentemente medido pelo esforço e pela autoimolação, é essencial que, como cristãos, nós mantenhamos a perspectiva correta. O sacrifício de Jesus é a base de nossa fé e a garantia de nossa salvação. Em Romanos 5.8 está escrito: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”. Este amor incondicional e sacrificial é o que nos oferece a certeza e a paz.

Portanto, ao nos aproximarmos de Deus, façamos isso com um coração agradecido e humilde, reconhecendo que nenhum sacrifício pode substituir o que Jesus fez por nós. Que nossa vida seja um testemunho de Sua graça e um reflexo da Sua obra redentora. Ao mantermos o foco no sacrifício de Cristo, encontraremos verdadeira paz e segurança, sabendo que nossa salvação está completa e perfeitamente garantida por Sua oferta única e suficiente. Qualquer esforço humano é débil ao compararmos com a sublime oferta de Jesus Cristo na cruz. A Deus, pois, toda a glória, por nosso Senhor Jesus!

por Diogo Roos

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