Cerimonial de abertura dos jogos olímpicos também celebra progressismo e paganismo; pesquisas mostram que onda anti-Israel cresce no planeta
Os últimos meses foram marcados por alguns acontecimentos de repercussão mundial que exprimem o caos moral e espiritual em que se encontra o mundo hoje. Em ordem cronológica, o primeiro evento foi o atentado ao candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump, que evidenciou o clima de radicalismo político ideológico que tomou conta de boa parte do mundo, inclusive dos EUA. O atentado foi perpetrado por um jovem de esquerda ideologicamente radicalizado.
Radicalização ideológica
É verdade que a história norte-americana é marcada por atentados
a presidentes, mas já fazia mais de 40 anos do último caso. Ao todo, com o
atentado contra Trump, sete presidentes dos EUA sofreram atentados, com quatro mortos:
o republicano Abraham Lincoln, em 1865; o republicano James Garfield, em 1881;
o republicano William McKinley, em 1901; e o democrata John Kennedy, em 1963.
Excetuando o assassino de Garfield, que era um lunático, os assassinos de todos
os demais presidentes eram radicais de esquerda. Os presidentes que
sobreviveram a atentados foram, além do republicano Donald Trump, os também republicanos
Theodore Roosevelt, em 1912, e Ronald Reagan, em 1981, ambos vítimas de
lunáticos.
Sete anos antes do atentado contra Trump, em 14 de julho de 2017,
como um prenúncio do clima de radicalismo que tomava conta do país, um ativista
radical de esquerda promoveu um atentado – por razões puramente ideológicas –
contra o parlamentar Steve Scalise, então líder do Partido Republicano na Câmara
dos Representantes dos EUA. Em 8 de janeiro de 2011, a parlamentar judia Gabby
Giffords, ex-republicana que havia migrado para o Partido Democrata, foi vítima
de um atentado perpetrado por um jovem declaradamente militante antireligião e
antigoverno, viciado em drogas e com problema psicológico.
Radicalismo é um mal que pode surgir de qualquer dos lados
do espectro político, mas fato é que as últimas manifestações de violência nas
ruas dos EUA e nas universidades pelo mundo nos últimos anos são
invariavelmente promovidas por grupos radicais de esquerda, especialmente
jovens, o que chama a atenção para os efeitos perigosos da onda de doutrinação
ideológica nas escolas e universidades. Como disse Melania Trump, em carta um
dia após o atentado contra o marido, as pessoas deveriam se “elevar acima do
ódio, da acidez e das ideias simplórias que inflamam a violência”; e “não
devemos esquecer que opiniões diferentes, políticas e jogos políticos são inferiores
ao amor”.
Aumento do antissemitismo
Outros dois eventos que marcaram os últimos meses é o
aumento do movimento anti-Israel no mundo e o ataque à fé cristã no cerimonial de
abertura dos Jogos Olímpicos na França. Ou seja, o antissemitismo e o
anticristianismo têm avançado no planeta, sendo capitaneados pelo movimento progressista.
Como vimos na edição passada do Mensageiro da Paz, racionalistas ateus que até
poucos anos atrás eram anticristãos militantes estão se voltando à fé cristã.
Estes reconhecem hoje que a atual onda “Woke” (“despertado”) – como o atual
movimento progressista se autointitula – é um perigo para o Ocidente.
A manifestação crescente de ataques antissemitas e
anticristãos de forma simultânea no mundo aponta para uma oposição beligerante
contra o que conhecemos como “cultura judaico-cristã”, que é a responsável pela
formação da civilização ocidental. No caso específico do antissemitismo, levantamentos
recentes mostram aumento do antissemitismo em todo mundo. Em nosso país, por exemplo,
segundo relatório da Confederação Israelita do Brasil divulgado em 11 de junho,
os casos de antissemitismo simplesmente aumentaram 630% por aqui após a guerra
em Gaza. Só de outubro a dezembro de 2023, foi um aumento de quase 800%. A
média em 2024 é de 6 casos novos de antissemitismo por dia.
Enquanto isso, na Europa, um relatório da Agência dos
Direitos Fundamentais da União Europeia, divulgado em 11 de julho, revelou um
aumento de 400% dos casos de antissemitismo no continente europeu após o início
da guerra em Gaza. Em 18 de julho, a Agência Judaica responsável pela Aliyah (imigração
para Israel) afirmou que, só na Franca, 6.440 judeus franceses solicitaram
imigração para Israel nos últimos meses, um aumento de 510% em relação ao mesmo
período no ano anterior. De acordo com a agência, pelo menos 3 mil judeus
franceses são esperados em Israel ainda neste ano. Por sua vez, nos Estados
Unidos, segundo relatório da Liga Anti-Difamação dos EUA, o antissemitismo
subiu no país 400% no mesmo período.
Culto ao progressismo e ao paganismo, e ataque à fé
cristã
Proclamados como “Os primeiros Jogos Olímpicos com paridade
de gênero”, as Olimpíadas de Paris tiveram um cerimonial de abertura que não
homenageou nenhum homem, mas só mulheres e, dentre elas, duas dezenas de perfil
eminentemente progressista. Algumas foram homenageadas com estátuas de cor dourada,
simulando ouro, como Simone Veil, líder política do movimento abortista na
França; e Annie Ernaux, escritora declaradamente comunista. O diretor artístico
da cerimônia foi Thomas Jolly, ligado ao movimento progressista francês. Entre
as demais homenageadas, estavam a ativista política feminista Olympe de Gouges
(1748-1793), apoiadora da Revolução Francesa e conhecida por sua “Declaração
dos Direitos da Mulher e da Cidadã”; Simone de Beauvoir (1908-1986), um dos
principais nomes do movimento feminista no mundo no século 20; Gisèle Halimi
(1927-2020), ativista feminista e uma das líderes do movimento abortista na
França; Paulette Nardal (1896-1985), ativista feminista e racialista, que
considerou a Carta da Organização das Nações Unidas como “O corpo místico de Cristo
concretizado”, acrescentando que o trabalho da ONU refletiria “a vontade de
Deus”; e Louise Michel (1830-1905), feminista e anarquista engajada na Comuna
de Paris.
Houve ainda homenagens aos cabarés parisienses; à peça
francesa O Triunfo do Amor, que escandalizou o mundo no século 18; ao romance promíscuo
Ligações Perigosas, também do século 18; e ao Romance Sem Palavras, do autor
homossexual Verlaine, do século 19. Chamaram a atenção ainda uma apresentação da
rainha francesa Maria Antonieta sem cabeça – ela foi decapitada pelos radicais
da Revolução Francesa. Houve também uma homenagem à deusa pagã Sequena, que
apareceu representada na cerimônia como uma amazona com capuz andando com seu
cavalo de prata sobre as águas do rio Siena.
Como se não bastassem todas essas referências de exaltação ao
paganismo e a transgressões de valores na história da França, apareceu ainda um
touro de ouro, o que evoca o bezerro de ouro de Êxodo 32 e também Baal e
Moloque, deuses representados por touros de ouro; “drag queens” em plataformas
giratórias; e uma recriação profana do quadro A Última Ceia, de Leonardo da
Vinci, onde lésbicas, homossexuais e travestis ocupavam o lugar de Cristo e dos
discípulos, e uma criança no meio deles estava exatamente na posição em que, no
quadro original de Da Vinci, estava Judas Iscariotes, o traidor de Cristo, como
que sugerindo que Judas Iscariotes era inocente. A imagem gerou naturalmente a
revolta de cristãos em todo o mundo, desde pastores até o Vaticano. Até mesmo líderes
muçulmanos, como o aiatolá Khamenei, líder do Irã, manifestou, via rede social,
repúdio à profanação da representação da Última Ceia.
Diante da repercussão negativa, o diretor artístico da
cerimônia, Thomas Jolly, veio com a explicação de que aquela seria uma
representação não da Última Ceia, mas do quadro A Festa dos Deuses. O problema
é que, no roteiro da cerimônia, essa cena era chamada de “A Cena da Última Ceia
no Siena” – lembrando que, em francês, o referido quadro de Da Vinci é chamado
de “La Cène”, que é o termo que aparecia no roteiro. Ainda mais, a cena se
parecia mais com uma representação profana do quadro A Última Ceia do que com o
quadro A Festa dos Deuses. A única referência a este foi quando um ator seminu
pintado de azul representando o deus Dionísio ou Baco, o deus da orgia e da
bebedeira, entrou em cena, dentro de uma bandeja, sendo servido como alimento da
ceia profana. Outro detalhe é que a atriz que estava ao centro da mesa,
representando uma “cristo” lésbica e obesa, postou nas suas redes sociais que
aquela encenação era “The New Gay Testament” (“O Novo Testamento Gay”). Devido
à repercussão negativa, ela apagou a postagem, mas já haviam feito prints dela,
que circularam na internet.
A verdade é que, no início, os organizadores da cerimônia
não estavam se preocupando com a repercussão ruim, até que ela atingiu “os
bolsos” dos organizadores. Algumas empresas, como a empresa de tecnologia C
Spire, por causa da cena da profanação da Última Ceia, anunciaram a retirada de
patrocínio às Olimpíadas na França. Diante disso, os organizadores publicaram uma
nota pedindo desculpas pelo apresentado na cerimônia, mas ainda dizendo que não
tinham a atenção de ferir a religião de ninguém, quando o conteúdo indicava o
contrário.
Outras cenas que chamaram à atenção foram um homem encapuzado
levando a tocha das Olimpíadas, representando um personagem do jogo Assassin’s
Creed (“Credo dos Assassinos”), que traz uma sociedade secreta de assassinos
que pregam a paz para o mundo através de se seguir o livre-arbítrio; e um cavaleiro
branco, com um cavalo com asas, à frente das bandeiras das nações, o que
lembrou aos conhecedores da Bíblia o cavaleiro branco de Apocalipse 6, que
representa o Anticristo, que trará uma falsa paz às nações. Entretanto, os
organizadores disseram que esse cavaleiro não representava ninguém em
específico, e nem era homem e nem mulher, mas representava vários heróis da história,
todos corporizados em um único personagem, um cavaleiro andrógeno de branco.
Depois da repercussão negativa, chegaram a dizer que esse cavaleiro
representaria, dentre outros, Joana D’arc, a heroína católica que, a bem da
verdade, foi esquecida na cerimônia. Para piorar as coisas, a bandeira das
Olimpíadas foi hasteada de cabeça para baixo, quando inversão é símbolo do caos
e do satânico. Ou seja, conscientemente ou não, os organizadores da cerimônia
levaram ao mundo uma simbologia perniciosa.
Reações cristãs nas Olimpíadas
Em contrapartida, em meio às Olimpíadas, houve várias
manifestações cristãs, o que preocupou o Comitê Olímpico Mundial, que de alguns
anos para cá tem proibido terminantemente manifestações religiosas nas
Olimpíadas. Só que desta vez o Comitê se restringiu a apenas enviar
notificações aos atletas manifestando sua contrariedade com suas manifestações religiosas,
sem, porém, punir de fato qualquer atleta – pelo menos até o fechamento desta
edição –, provavelmente por causa da péssima repercussão do cerimonial de
abertura.
A primeira manifestação foi da skatista brasileira Rayssa
Leal, que ganhou o bronze e usou a linguagem de sinais para dizer: “Jesus é o Caminho,
a Verdade e a Vida”. Seu gesto foi louvado por cristãos em todo mundo,
incluindo o célebre evangelista Franklin Graham. A judoca brasileira Larissa
Pimenta, ao dar entrevista logo após a conquista do bronze, contou ter levado a
Cristo a judoca italiana Odette Giufrida, vencida por ela na disputa pelo
bronze e que, na derrota, disse para Larissa: “Levanta, porque toda honra e
toda glória você tem que dar para Ele”. Por sua vez, a ginasta brasileira Rebeca
Andrade, que se tornou nesta Olimpíada o brasileiro com mais medalhas olímpicas
em todos os tempos (duas de ouro, três de prata e uma de bronze), agradeceu a
Deus pelas conquistas e cantou até um trecho de uma música evangélica para
celebrar uma das medalhas. Toda sua família é evangélica, com um de seus 7
irmãos sendo pastor.
Na Vila Olímpica, atletas de várias nações faziam cultos
diários, como os atletas de Fiji, que testemunharam da sua fé no evento.
Shafiqua Maloney, da nação caribenha de São Vicente e Granadinas, que ficou
meses sem teto um ano antes das Olimpíadas, testemunhou que se manteve firme pela
fé em Deus. Ela é evangélica e sempre se apresenta como “filha de Deus”. Apesar
de ter chegado a Paris na 27ª posição na prova de 800 metros, Maloney terminou em
4o lugar, a 0,24 segundos do bronze. Após ganhar o bronze, a mergulhadora
britânica Andrea Spendolini-Sirieix, que é evangélica, disse: “Dou glória a
Deus” e citou Josué 1.9 em suas redes sociais. “Isso é mais do que apenas
esporte. Tenho orgulho de representar meu país, minha família e glorificar o nome
de Jesus”, acrescentou. Após dificuldades nos anos anteriores, ela considerou
abandonar o esporte, mas se recuperou através da fé cristã, que partilha sem
hesitar. Andrea testemunhou que começa o dia com oração e termina com estudo
bíblico.
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