O crente tem imunidade ao ser exposto à substância venenosa?

Lemos no Evangelho de Marcos 16.18 que Jesus afirma que a ingestão de veneno não faria mal algum aos seus seguidores. O crente é imune a veneno?

O texto final do evangelho de Marcos narra a ordem de Jesus para que os Seus discípulos anunciem o Evangelho ao mundo, a chamada “grande comissão”. O texto paralelo de Mateus 28 também apresenta esta ordem. No texto de Mateus Jesus afirma ter poder sobre todas as coisas e que sempre estará presente com os Seus discípulos. No texto de Marcos Ele garante que o poder de Deus atuará dando a proteção e autoridade necessárias àqueles que cumprirem a comissão. Essa ação inclui a autoridade sobre espíritos imundos e enfermidades, o falar em outras línguas e o pegar em serpentes e livramento em caso de ingestão de coisas venenosas.

A Bíblia menciona o veneno de áspides, serpentes, répteis e víboras, entre outros (Jó 20.16; Deuteronômio 32.24, 33       ), mas garante o poder de livramento divino destes perigos: “Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente” (Salmos 91.13). Os servos de Deus precisam saber que podem contar com o poder de Deus para protegê-los em situações que sejam expostos ao ataque de animais peçonhentos ou envenenamento.

A Bíblia registra um episódio em que havia fome em Gilgal e Eliseu mandou que se fizesse um caldo de ervas. Um dos homens colheu uma erva, sem conhecer que era venenosa, e pôs na panela. Quando o profeta viu que “a morte estava na panela”, acrescentou farinha no caldo e o veneno foi eliminado. Não se trata de um conhecimento culinário de Eliseu, mas de um milagre de Deus, que, em seguida, multiplicou pães para cem homens (2 Reis 4.38-44).

Quando o apóstolo Paulo estava na ilha de Malta, acendendo uma fogueira, após o naufrágio do navio que os levava a Roma, foi picado por uma víbora. Ele a sacudiu no fogo e os habitantes da ilha esperaram que o veneno o matasse instantaneamente, mas Deus o livrou da morte (Atos 28.1-7).

Nestes dois episódios os servos de Deus foram vítimas em uma situação inesperada. Eles não provocaram o envenenamento nem resolveram manipular serpentes para demonstrar que tinham poder. Isso nos diz que devemos imitar a Jesus, quando foi impelido pelo diabo para saltar do pináculo do templo, Ele afirmou: “Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Mateus 4.7). Pois, também, o apóstolo Paulo cita o episódio em que os filhos de Israel tentaram o Senhor no deserto de Cades, dizendo: “E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram e pereceram pelas serpentes” (1 Coríntios 10.9).

Ao longo da história da Igreja, muitos testemunhos foram dados de crentes sendo livres da morte por envenenamento pelo poder de Deus. Não quer dizer que todos os crentes são imunes ao veneno e podem lidar, livremente, com animais peçonhentos ou fazer uso de substâncias venenosas, inclusive para exibir poder sobrenatural. Quer dizer que os crentes fiéis que sejam afetados por veneno, em caso fortuito ou provocado por pessoas que querem lhes fazer mal, terão a proteção do Senhor.

por Márcio Klauber Maia

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