Vigilância com o nosso olhar – 2ª parte

Vigilância com o nosso olhar – 2ª parte


Quando alguém redireciona o olhar às suas antigas práticas pecaminosas, pode ser surpreendido ou com um sentimento de arrependimento ou com inveja por não estar mais em suas práticas. A inveja, em todos os sentidos, é um pecado desprezível e arrogante, o qual devemos evitar (Tiago 3.16; 1 Pedro 2.1). Todavia, a inveja da prática de um pecado, sem dúvida, é um dos piores e decadentes estágios que uma pessoa pode se encontrar.

Tal situação é um retrocesso ao antigo estágio de cegueira espiritual causada pelo deus deste século (2 Coríntios 4.4), que aos poucos vai trazendo de volta a escuridão que antes era predominante sobre a antiga vida de pecado, provocando gradualmente um desinteresse pela Palavra e uma valorização mais amena e liberal pelas práticas mundanas, tentando impor, por meio de falsas palavras de inclusão e aceitação social, uma subjugação do conteúdo bíblico para que sua mensagem seja mais aceita pelo mundo e constantemente pesada sobre a balança do politicamente correto. Esse problema ocular espiritual obriga o infectado a ver com mais aceitação os pecados e a enxergar de maneira mais turva as doutrinas ortodoxas, gerando assim um desejo mais profundo de sincretização, peneirando o que é considerado aceitável e eliminando o que não está de acordo. Porém, se o Diabo é o principal causador desta cegueira espiritual, Jesus é dono do colírio  que traz cura a esta doença: Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas” (Apocalipse 3.18).

Em Seu ministério terreno, Jesus nos admoestou sobre os principais cuidados para não sermos contaminados com esta maliciosa doença espiritual. Ao falar da importância da pureza do olhar, Ele nos mostra que aquilo que vemos tem importância e um papel fundamental na nossa vida espiritual. Jesus comparou nossos olhos com uma candeia (Mateus 6.22, 23; Lucas 11.33-36), responsável pela pureza moral de nosso interior, como um guia que norteia a santificação de nossa alma e espírito. Quando temos um olhar “simples”, nossa visão é sem defeito e saudável, mas quando isso é invertido, nossa visão está defeituosa e problemática (Lucas 11.34-36). Olhos puros produzem benefícios para todos os membros do corpo, bem como integralmente ao nosso exterior e interior. Nossa alma é iluminada por essa pureza e nossas atitudes se apresentam exteriormente para todos de maneira luminosa e perceptível. Quanto mais puro forem, maior luz será exteriorizada; mas, se forem maus e doentios, a escuridão tomará conta e logo será consumida pela cegueira espiritual.

A pureza do olhar funciona como um receptor de luminosidade espiritual para a alma e o espírito. A falta de vigilância de onde estou direcionando meus olhos pode resultar em declínio da moralidade e santidade de meu interior. Atualmente, com o avanço massivo de fácil acesso à internet, a preocupação exagerada com a imagem pessoal tem tomado conta de sites e aplicativos. Os próprios criadores das redes sociais notaram que as pessoas são mais propensas a se distraírem com vídeos curtos e estão cada vez mais interessadas com a exposição modelada e padronizadas de fotos. Isso tem motivado, inclusive, um culto maior à imagem pessoal na busca de ganhos de aprovação por meio de reações positivas e inúmeros likes. Porém, outro fenômeno surpreendente que vem arrastando muitas pessoas é o login a sites e downloads de aplicativos de relacionamentos extraconjugais e uma proliferação monstruosa de acesso a páginas pornográficas, que tem trazido uma corrente de vícios e orgias maléficas. Esses males, infelizmente, têm afetado alguns cristãos que não têm vigiado e acabam abocanhados por essa escuridão espiritual que os fazem diminuir a capacidade de enxergar e buscar o que realmente edifica e traz luz para seu interior: a Palavra de Deus (Salmos 119.105).

Jesus também alertou sobre o cuidado indispensável e sensato do olhar mal-intencionado para uma mulher (Mateus 5.28, 29), afirmando que aquele que traz o desejo pecaminoso de adulterar com alguém já está cometendo tal adultério. Por isso, vale o cuidado de resguardar-se das redes sociais. Nem ao irmão cabem tais atitudes e nem às irmãs compete tamanha exposição desnecessária que só induz à perdição e imoralidade. Esta prudência deve ser em comum para que cultivemos a pureza, pois qualquer que perde seu tempo vendo tais postagens declina à cegueira espiritual; mas, quem posta fotos sensuais já está em cegueira e deve correr em busca do colírio de Cristo. Não é maldoso apenas o que se detém para olhar. A mulher que se presta a esse tipo de postagem também já está cheia de escuridão e más intenções em seu coração, demonstrando que sua mente encontra-se infestada de pecado e insensível à percepção da santificação cristã.

É dever imperativo de todo cristão buscar a pureza dos olhos. Jó, por exemplo, conhecendo tal necessidade, fez um “concerto” com seus olhos (Jó 31.1-3). O patriarca sabia o quão prejudicial é para um servo do Senhor ter um olhar liberal e sem filtro. Nossos olhos devem estar fitos em Deus (Salmos 25.15), pois apenas Ele tem poder de nos livrar de toda perversidade e maldade. O mundo já é tenebroso por si mesmo. Se pararmos para admirá-lo, seremos tomados por sua escuridão, mas quando olhamos para Jesus, que é a nossa luz que brilha incessantemente (João 1.4-5), somos igualmente iluminados em todo o nosso ser.

Quanto mais dermos ouvidos às mentiras diabólicas e desviarmos nossos olhares  aos prazeres mundanos, mais seremos prejudicados pela cegueira que o mundo vivencia. Nossos olhos refletem para dentro de nós tudo o que é cobiçado por eles. Se em nosso dia a dia eles só se alimentarem do mundanismo, certamente seu interior repercutirá da mesma maneira. Ler a Bíblia e estudá-la apenas por conhecimento é muito proveitoso, mas praticá-la é o que nos trará a salvação. Conhecimento isento da prática sempre será apenas conhecimento, mas acompanhado da experiência física será a chave da porta da verdade. Ser cristão e leitor da Bíblia demonstra religiosidade; agora, anexar tudo isso com a realidade pessoal levará à salvação, por isso devemos servir a Deus e buscar a pureza de todo o nosso ser (1 Tessalonicenses 5.17-23; Efésios 4.22-31).

O desejo de Cristo para nós é nossa santificação (1 Tessalonicenses 4.3-8), mas para isso ser possível temos que almejá-la e buscá-la com dedicação. Lembrando sempre que o pecado insistentemente pelejará para nos cegar novamente enquanto não chegar o dia da glorificação final. Satanás jamais medirá esforços para te convencer que existem brechas na Palavra de Deus que não te contaram, até levá-lo a admirar e se agradar de cometer tal pecado. Contudo, devemos sempre nos manter firmes no Senhor e com olhar que santifica-nos e que agrada a Deus.

por Osiel de Sá

Compartilhe este artigo. Obrigado.

Comentário

Seu comentário é muito importante

Postagem Anterior Próxima Postagem