Liberação de drogas, aborto, “casamento gay”, eutanásia e conflitos
Nos últimos tempos, temos visto o avanço da agenda progressista no mundo ocidental, rompendo com os valores judaico-cristãos que formaram a civilização ocidental, ao mesmo tempo em que aumentam os conflitos bélicos em todo o mundo, com rumores de mais guerras a caminho, além dos atuais conflitos no leste europeu envolvendo Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio, envolvendo Israel e o Irã/Hamas/Hezbollah. Sem dúvida alguma, são evidências da proximidade da Segunda Vinda de Jesus, conforme os vaticínios bíblicos (Mateus 24.6-8,12). Tudo isso faz parte do “Princípio das Dores” (Mateus 24.8).
Tanto na Europa quanto no Oriente Médio, os conflitos ameaçam
escalar. Sem falar de novos conflitos que parecem se avizinhar, como o da
Venezuela contra a Guiana e o da China contra Taiwan. Todos esses fatores têm levado
os especialistas a falarem de uma Terceira Guerra Mundial, como vimos nas
edições do jornal Mensageiro da Paz. Já tivemos também uma grave pandemia mundial,
do tipo que a humanidade não vivenciava havia muito tempo. Diante desse
cenário, o que o mundo ocidental deveria fazer? Voltar-se para Deus. Mas, o que
vemos são os governos ocidentais avançando a sua agenda antivalores cristãos em
meio a todo esse caos.
Alemanha libera maconha e discute censura aos provida
No final de fevereiro, a Alemanha descriminalizou o uso de maconha
em todo o país. A nova lei passou a valer a partir do dia 1º de abril. Segundo a nova legislação
do país, os maiores de 18 anos na Alemanha terão direito a portar até 25 gramas
de maconha em espaços públicos; e em residências particulares, o limite legal
será de 50 gramas. A justificativa para a liberação é que o consumo de maconha
entre os jovens alemães havia aumentado muito nos últimos anos, segundo o
ministro da Saúde, Karl Lauterbach, que apoiou a reforma. Ou seja, em vez de
fazer uma campanha para combater a maconha diante do seu avanço entre jovens, a
Alemanha preferiu descriminalizá-la, colocando só pequenos limites em seu uso,
os quais, na prática, são ineficazes.
Como se não bastasse isso, um projeto de lei na Alemanha
quer proibir que orações e abordagens para oferecer ajuda a pessoas que estão
pensando em abortar ocorram próximas a clínicas de aborto no país. O texto
prevê introduzir zonas de censura em um raio de 100 metros de clínicas abortistas, com multas de até 5
mil euros para quem “perturbar” ou “assediar” mulheres que se dirigem a essas
clínicas. O projeto de lei ainda está sendo discutido no Conselho Federal, mas
deve ser votado no parlamento alemão ainda neste ano. No Reino Unido, onde
zonas de censura já foram implementadas, a voluntária cristã Isabel
Vaughan-Spruce chegou a ser presa por apenas orar em sua mente silenciosamente
próxima a uma clínica de aborto.
“O direito de orar pacificamente é protegido pelo direito internacional
e nacional. Não importa a opinião de alguém sobre o aborto, todos sofrem quando
começamos a censurar o direito de falar livremente”, analisou o Dr. Felix
Böllmann, advogado da ADF Internacional, entidade que defende as liberdades de
expressão e religião. Para o porta-voz da ADF Internacional, Ludwig Brühl, esse
projeto de lei ameaça claramente a liberdade de expressão na Alemanha. “É claro
que o assédio é legitimamente proibido há muito tempo, mas isso é apenas uma desculpa
para marginalizar, punir e censurar certas opiniões. Voluntários provida estão
lá para orar ou para oferecer informações sobre a ajuda disponível para
mulheres que gostariam de considerar outras opções além do aborto”, alertou.
França: aborto na Constituição
Por sua vez, em março, a França se tornou o primeiro país do
mundo a colocar na Constituição do país o aborto como um direito. O Congresso
francês, que reúne as duas casas do Parlamento em Versalhes para votação quando
há mudanças na Constituição, aprovou em 4 de março, por ampla maioria, o projeto que constitucionaliza o aborto.
Dos 852 deputados e senadores reunidos,
̄780 votaram a favor e apenas ̄72
contra.
Após a promulgação pelo presidente francês em 8 de março, no Dia da Mulher, num claro aceno
ao feminismo, o texto do 34º
artigo da Constituição francesa passou a prever a “liberdade garantida da
mulher de recorrer ao direito à interrupção voluntária da gravidez”. O ato foi
celebrado por movimentos feministas e partidos de esquerda na França e no mundo
afora. Algumas pesquisas chegaram a indicar que 86% dos franceses apoiavam a
constitucionalização do aborto. Enquanto isso, no Brasil, cerca de 60% da
população é contra. Desde 2001, uma em cada quatro
grávidas praticam aborto na França, de acordo com relatório parlamentar de 2020.
Segundo a própria imprensa, “o gatilho para incluir o acesso
ao aborto na Constituição na França veio após a decisão do Suprema Corte dos
Estados Unidos de revogar o direito federal ao aborto, em junho de 2022. E também após o retrocesso dos direitos ao aborto
em países como a Hungria e a Polônia. A experiência de outros países levou a
discussão da constitucionalização do aborto a sair dos círculos feministas. Políticos
progressistas passaram a defender que o acesso ao aborto fosse incluído na
Carta Magna para blindar o tema de eventuais tentativas de revisão também na França,
sobretudo diante do avanço da extrema-direita no país. Na sequência da decisão
da Suprema Corte americana, seis projetos de lei para constitucionalizar o
direito ao aborto foram apresentadas no Parlamento francês”. Note a seguinte
expressão: “extrema-direita”. Ou seja, segundo a imprensa progressista, ser
contra o aborto é ser de “extrema-direita”.
Grécia legaliza “casamento gay”
Em 15 de fevereiro, na Grécia, foi aprovado um projeto de lei que legaliza o “casamento
gay” no país. Ele contou com os votos de 176 dos 300 membros do parlamento grego.
Assim, a Grécia se tornou o primeiro país cristão ortodoxo – ou seja, de
maioria cristã ortodoxa – a legalizar o “casamento gay”. O projeto de lei foi
de autoria do governo do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.
Enquanto isso, na América Latina, também no mês de fevereiro,
a Corte Constitucional do Equador descriminalizou a eutanásia, fazendo daquele
país o segundo na América Latina a legalizar a eutanásia – o primeiro foi o
Uruguai, em 2022.
Reações no Canadá e Argentina
Em contrapartida a esses movimentos pelo mundo, a primeira-ministra
da província de Alberta, no Canadá, Danielle Smith, anunciou a proibição de
cirurgias de redesignação de gênero em menores de 15 anos, assim como o uso de bloqueadores
da puberdade e terapias hormonais em jovens com menos de 16 anos. A política exige ainda a notificação e
consentimento dos pais para qualquer modificação de nome ou pronome solicitada por
uma criança com menos de 16 anos. Para jovens de 16 e 17 anos, as escolas
também são obrigadas a comunicar os pais.
Além disso, as escolas primárias e secundárias devem
notificar e obter consentimento sempre que um professor planejar abordar temas
de identidade de gênero, orientação sexual ou sexualidade humana em sala de
aula. A política introduz mudanças nos esportes provinciais, estabelecendo uma divisão
exclusiva para mulheres. Isso garantirá que elas tenham a opção de não competir
contra homens biológicos que se identificam como mulheres.
A medida foi elogiada pelas entidades Campaign Life Coalition
e Parents as First Educators, e pela Associação para Ação Política Reformada
(ARPA) do Canadá. No entanto, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau,
criticou a decisão, rotulando-a como “as políticas mais anti-LGBT do país”. A reação
de Trudeau ecoa sua postura anterior em relação a legislações similares em
outras províncias canadenses. Na sua declaração, Smith enfatizou a importância
de considerar a decisão de alterar o sexo biológico como escolha séria que deve
ser tomada na fase adulta, visando preservar o desenvolvimento natural da
criança.
Já na Argentina, deputados do partido “A Liberdade Avança”,
do presidente argentino Javier Milei, enviaram ao Congresso um projeto de lei
para que o aborto – liberado em 2020 no país – volte a ser
proibido. Quando aprovada na Argentina em 2020, a legalização do aborto teve 131 votos a favor,
117 contrários e 6 abstenções na Câmara dos Deputados; e 38 votos a favor, 29 contrários e 1 abstenção no Senado. Dois anos antes, outro
projeto de lei que permitia o aborto chegou a ser aprovado pela Câmara, mas acabou
barrado pelos senadores.
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