“Todah laEl” é a expressão que reverbera, em todo o território israelense, gratidão de seus habitantes por essa tão, abençoada temporada de chuvas, que irrigou naturalmente aterra, Alimentou as fontes de águas e aumentou sobremodo seu nível no Mar da Galileia, principal recurso para o abastecimento. de água potável da nação. Desde o final do ano passado, quando iniciou o inverno, o Senhor tem enviado o necessário para que haja menor necessidade de se salinização de águas do mar, tecnologia eficiente, mas cara e trabalhosa. “Obrigado Deus” parece ser uma resposta adequada partindo de corações gratos diante de tão preciosa bênção.
Pode parecer simples, pequena até, a oração de todo um povo por
água. Mas não é. Certa feita, estando em Jerusalém, assisti pela televisão
local líderes políticos que, sem qualquer constrangimento, pediam aos seus
concidadãos que orassem sem cessar para que o Senhor derramasse as chuvas
necessárias naquele período. Um pedido simples como esse pode promover um
futuro de prosperidade, com abundância no fruto da terra e multiplicação dos
animais; com maiores recursos para as famílias e para o governo, que pode
aplicá-los em benefício de todos. A bênção envolve oração e trabalho.
Numa recente viagem a Minas, ouvi, dos lábios do pastor local,
a inspiradora história de um jovem cristão e sua objetiva e simples oração.
Solteiro, aquele jovem dedicado tinha um forte desejo de prosperar financeiramente.
Tudo o que possuía, porém, era uma vaca leiteira, que lhe produzia cerca de 500
litros por mês, com os quais o jovem fazia alguns queijos e vendia para um
grupo limitado de clientes. Desejando casar-se, pediu ao Senhor uma noiva, uma
jovem com quem pudesse sonhar junto, uma moça que não se importasse com o
desafio de uma vida de trabalho árduo. Assim, orou: “Senhor, dá-me uma noiva de
mãos calejadas”. Ora, naquela mesma igreja frequentava uma jovem bela, simples,
tão acostumada às tarefas pesadas que guardava o costume de esconder suas mãos,
para que ninguém sentisse, pelo toque, a aspereza de seu trabalho. Mas aconteceu.
Um dia, as mãos de ambos se tocaram, e foi esse o exato momento em que o jovem
dedicado compreendeu a resposta às suas orações. Casaram-se, frutificaram e
administram, hoje, uma empresa leiteira com uma produção de mais de 500 mil
litros mensais, dos quais saem queijos variados, requeijão e manteiga de alta
qualidade. A higiene de suas instalações atraiu os olhares da comunidade
judaica e, após os criteriosos exames exigidos para se pleitear certificação
rabínica, obtiveram o selo de produtos ‘kasher’, portanto, adequados para consumo
dos judeus cumpridores das leis alimentares (kashrut). As bênçãos foram
advindas de uma oração: “Dá-me uma noiva de mãos calejadas”.
O amor pelo trabalho também foi testemunhado em Israel pela postura
do soldado Davi, cuja vida foi lembrada pelo ministério Maoz Israel em sua
recente revista. Davi foi convocado pelas Forças de Defesa de Israel para
compor a unidade de combate de elite, chamada Golani. Estar qualificado para
essa força especial significa ter sido aprovado após um duro treinamento. O
prestígio da unidade Golani faz com que seus integrantes estejam à frente nos
combates e sejam enviados para todo o serviço que requeira maior preparo. Sua
mãe solicitou: “Não vá.”, ao que ele respondeu: “Mãe, ou vou para esta força de
combate ou simplesmente não me alistarei. Não posso prestar um serviço
medíocre”. Comentou o informativo: “Essa história marcou Israel. Ainda estamos em
guerra, oramos todos os dias para que o shalom de Deus venha sobre Israel, mas
sabemos que Israel precisa de YESHUA. Por isso, mesmo em meio à guerra, não
paramos de compartilhar a SALVAÇÃO a Israel” (Maoz Israel).
Objetivos simples, bem definidos, apresentados a Deus, somados
a muito trabalho têm sido a marca da caminhada dos israelenses nesses tempos
difíceis. Não há muito o que dizer, mas há muito trabalho a fazer. Ataques
cirúrgicos como o ocorrido no final de Janeiro em Jenin, na Cisjordânia,
escondem meses de exaustivas investigações e preparo. O Hospital Ibn Sina, alvo
da operação de guerra, abrigava homens identificados como membros do Hamas,
usando as instalações hospitalares como lugar de esconderijo enquanto planejavam
um ataque “inspirado nos acontecimentos de 7 de outubro para acontecer imediatamente”.
As Forças de Defesa identificaram os terroristas e impediram uma nova tragédia.
Lançar bombas poderosas e destruir vastos espaços exigiria menos do que o
trabalho de inteligência e estratégia com que Israel avança contra aqueles que,
escondidos em escolas, hospitais, centros de atendimento a desabrigados e em
sedes de organizações internacionais ainda maquinam o mal, num trabalho destituído
de princípios, normas ou misericórdia.
Crescente é, também, o trabalho da Igreja em terras
israelenses. Sem fazer distinção entre árabes ou judeus, procurando não
ostentar bandeiras políticas, a Igreja de Cristo avança em seu trabalho de
consolar os enlutados, dar suporte aos que perderam moradias e bens, acolher as
crianças, sobretudo as que ficaram órfãs, distribuir roupas, alimentos, água e
consolo, numa espécie de chuva que se espraia horizontalmente sobre o solo
ancestral, materializando a Palavra de Deus em seus gestos, mais do que em palavras
humanas, mas estando prontos a responder, a qualquer que pergunte, a razão de
sua fé.
Já temos comentado, em textos anteriores, o significativo
gesto de Rebeca, quando solicitada a dessedentar a comitiva e os animais
conduzidos pelo servo de Abraão. A Bíblia nos diz que ela derramou a água que
estava em seu recipiente, para depois iniciar o trabalho fatigante de descer e subir
do poço e, só então, servir a todos. O líquido derramado poderia ter sido
utilizado tanto por homens como por animais. Certamente a jovem não teria vindo
com alguma quantidade de água desde a sua casa. Era água boa, recém-colhida,
mas que foi descartada. Se era para fazer, o fazer deveria ter qualidade. Derrama-se
a não excelência para oferecer algo ainda melhor. Rebeca, provavelmente, foi
uma noiva com as mãos calejadas.
O critério do servo de Abraão mostrou-se eficaz; a oração do
jovem irmão mineiro levou-o, igualmente, à adjutora idônea para a sua
caminhada. Esses homens foram sábios. Mais sábio, certamente, é Aquele que os
instruiu. O Senhor Jesus procura uma noiva na Terra – haverá, para Ele, uma
noiva de mãos calejadas? A Igreja em Israel tem suas mãos calejadas pelo
trabalho de evangelismo e de apoio que realiza durante a guerra, e não poderia ser
diferente, uma vez que foi plantada no meio de um povo que valoriza o trabalho,
sobretudo o bom trabalho, o trabalho bem-feito. Oremos por nossos irmãos, para
que o Eterno os fortaleça.
O Cordeiro procura uma noiva. A jovem pura, lavada em Seu próprio
sangue, traz as marcas do trabalho cristão, não cessando de evangelizar,
ensinar, estender as mãos de misericórdia, fazendo o bem a todos, de forma
operante e laboriosa. Ela está nos hospitais, nas escolas, nas ruas, no comércio,
nos meios de transporte, nas casas dos enfermos, junto aos enlutados, nos
presídios, nos centros de recuperação. A noiva de mãos calejadas não se detém, não
cansa de trabalhar enquanto espera a chegada dAquele que tomará suas mãos junto
às dEle e a conduzirá ao descanso celestial. Até lá, persiste em existir, sobre
a Terra, uma noiva de mãos calejadas.
por Sara Alice Cavalcanti
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