A vida na terra é breve, se comparada com a eternidade designada por Deus para cada homem. A morte é um mistério, assim como as circunstâncias em que ocorre. A Bíblia fala da vida e da morte. Mas, afinal, qual o verdadeiro destino dos mortos? Para onde segue a alma dos justos e dos ímpios? O que acontece no intervalo entre a morte e o arrebatamento, ou entre ela e a ressurreição do fim dos tempos?
A alguns textos que nos ajudam a compreender esse período. Um
deles é Hebreus 9.27,28: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez,
vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para
tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o
esperam para salvação”. Os mortos em Cristo aguardam o toque da trombeta do
arrebatamento da igreja: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e
com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro” (1 Tessalonicenses 4.16). Já os que morrem sem Jesus
aguardam a ressurreição final: “E muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno”
(Deuteronômio 12.2).
Durante o período do Antigo Testamento, justos e ímpios iam
após a morte para o mesmo lugar (Sheol ou Hades), havendo, portanto, uma
divisão nessa região dos mortos chamada de “grande abismo” intransponível,
sendo o lugar dos justos ambiente de gozo e descanso ao passo que os ímpios
estavam e continuam em sofrimento (Lucas 16.25, 26).
O cenário do paraíso dos salvos, portanto, muda de posição após
a morte de Cristo, pois afirma Paulo que, após ressuscitar, Jesus “levou cativo
o cativeiro” (Efésios 4.8). Entende-se aqui que, ao ressuscitar, Jesus levou
para o céu todas as almas dos salvos mortos durante a antiga dispensação,
retirando-os do “seio de Abraão” ou transportando-o e passando-os para o
terceiro céu (2 Coríntios 12.1-4). No Novo Testamento, todas as referências ao
paraíso denotam que sua localização está em cima e não mais embaixo (2 Coríntios
5.8).
Ao lermos o texto de Apocalipse 20.4-6, vemos que a ressurreição
dos santos ocorrerá em duas fases: a primeira, dos crentes que morrerem até o
arrebatamento (1 Tessalonicenses 4.16); e a segunda, dos mortos durante a Grande
Tribulação (Apocalipse 7.9-14; 20.4-6). Aí começará o Reino Milenial de nosso
Cristo, o Reino de plena paz.
Embora a realidade após a morte ainda permaneça rodeada de
mistérios, a Bíblia detalha algumas valiosas informações. Uma delas é de que,
após a morte, tanto justos como ímpios ficam no controle de Deus, aquele que a
todos criou (Eclesiastes 12.7; Mateus 10.28; Lucas 23.46). Resumidamente, os mortos
em Cristo se direcionam ao paraíso (Filipenses 1.23; 2 Coríntios 5.8), ao passo
que os ímpios vão para o Hades, uma sala do inferno, que não deixa de ser um
lugar de tormento para a alma (Lucas 16.23). Importa esclarecer que embora os
tradutores da Bíblia traduzam Hades por “Inferno”, Hades e Inferno não são a
mesma coisa. O inferno final é chamado de “Lago de Fogo” (Apocalipse 20.14,15),
“Fogo eterno” (Mateus 25.41), Geena (Mateus 5.22) e “Tormento eterno” (Mateus
25.46).
Embora os salvos mortos já estejam com Cristo, importa registrar
que os mesmos ainda não estão desfrutando do gozo pleno. Isso só ocorrerá após
a ressurreição (1 Coríntios 15.51). Certamente, seu estado agora é semelhante o
daqueles que morrerão na Grande Tribulação e ficarão aguardando a ressurreição
(Apocalipse 6.9-11). Essa concepção juntamente com a passagem de Lucas 16.25
denota que no Paraíso recebem consolo, repousam e de forma consciente lembram
dos fatos ocorridos na terra (Apocalipse 14.13). No entanto, quando Cristo
arrebatar a Igreja, eles passarão para o gozo pleno (1 Tessalonicenses 4.17).
Já os ímpios estão no Hades (Lucas 16.27, 28).
As passagens de Zacarias 14.4 e Apocalipse 19.20 dão
entendimento claro de que o inferno permanece vazio e será inaugurado após a Volta
Triunfal de Cristo, com o lançamento ali do Anticristo e o Falso Profeta. Após
isso, receberá todos os condenados do julgamento das nações seguido pelo Diabo
e seus anjos (Mateus 25.41,46) e, finalmente, após o juízo final, receberá
todos os ímpios de todos os tempos (Apocalipse 20.15; 21.8). Quanto à
ressurreição dos mortos, temos duas distintas oportunidades: a primeira é o privilégio
dos salvos (1 Tessalonicenses 4.16), que consiste em que “os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro”. Apocalipse 20.13 afirma que o mar dará os mortos que nele
há. Jesus afirmou que “todos” que jazem mortos ouvirão sua voz (João 5.28).
Isso significa que onde estiverem, ressuscitarão. Aqueles cadáveres que foram ocultados
em crimes hediondos, aqueles que ficaram embaixo de grandes escombros
terrestres como nos terremotos, os que foram cremados, os que estão nas
profundezas de rios e lagos, todos, sem exceção, sairão para a tríplice junção
(corpo + alma + espírito). A segunda oportunidade ocorrerá por ocasião do Juízo
Final, que será a ressurreição de todos os ímpios para receberem a sentença
eterna (Apocalipse 20.13-15). Aqui também ocorrerá o que chamarei de “varredura
de corpos”, ou seja, a busca ativa de corpos onde quer que estejam,
independentes de como morreram.
Diante da realidade exposta pela Palavra de Deus, nenhum morto
pode vir à terra (Lucas 16.27-31). Dessa forma, qualquer aparição de “alguém”
que tenha morrido para comunicar qualquer coisa do mundo espiritual não passa
de uma manifestação diabólica, porque do Hades não sai ninguém. Lá é uma
prisão, e as chaves estão com Cristo (Apocalipse 1.18). O Diabo, sim, está
solto executando sua obra de matar, roubar e destruir até o dia em que será
preso e, depois de solto, lançado no Lago de Fogo (Apocalipse 20.7-10).
por Isaac Moura
Compartilhe este artigo. Obrigado.
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante