O título acima é uma pergunta que inquieta a muitos cristãos examinadores minuciosos das Escrituras, pois algumas versões trazem da primeira forma e outras da segunda. Então, qual a mais correta?
Vale salientar que as Escrituras Sagradas hebraicas foram
escritas há mais de três milênios com grafia do hebraico antigo, cuja tradução para
as línguas modernas não é uma missão tão fácil, por isso, não poucos textos, em
várias versões, possuem significados totalmente diferentes, a exemplo de Isaías
59.19 na Almeida Corrigida e na Almeida Atualizada, com uma diferença abissal.
Necessário se faz saber que os copistas, tanto judeus (escribas doutores da
lei) como os cristãos (monges), eram pessoas altamente tementes a Deus e jamais
fraudariam parte alguma das Escrituras, as quais podem passar por um exame meticuloso,
de maneira que, à luz da lógica, da linguística, da história, do estudo das
literaturas antigas paralelas, das vetustas culturas, da arqueologia e,
principalmente, da guia do Espírito Santo, pode-se chegar a uma conclusão mais
plausível sobre qual o pensamento do hagiógrafo no momento em que estava
escrevendo o registro sagrado sob a égide do Espírito Santo.
A maioria dos estudiosos, observando todo o contexto do
versículo 6 de Isaías 9, têm chegado à conclusão de que a grafia “maravilhoso
conselheiro”, sem vírgula ao meio, é a mais correta com o contexto imediato do
versículo, pois, segundo, por exemplo, a nota de rodapé da Bíblia MacArthur, os
três títulos restantes constituem-se de duas palavras cada um, de maneira que
sua intenção é que cada duas palavras formem um título. Vejamos: “Maravilhoso
Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade e Príncipe da paz”. O conhecidíssimo
comentarista da Bíblia Versículo por Versículo, Champlin, comentando este
versículo, diz: “Alguns estudiosos separam essas palavras (maravilhoso,
conselheiro), fazendo de cada umas delas um título do Messias, e que assim é que
devemos compreender o texto. Porém, é melhor entender as duas palavras como um
título único”. Os comentaristas da Bíblia Thomas Nelson nos esclarecem que
“‘conselheiro’: assim como Deus não precisou de nenhum outro conselho quando criou
o mundo (Isaías 40.12-14), nem de qualquer um para que lhe desse plano para as
nações (Isaías 44.26, 27) assim também esse menino é conselheiro de si mesmo’”.
Esse atributo “conselheiro” é evidente, sobretudo como algo precioso procedente
do Espírito Santo (Isaías 11.1-5), Aquele que se coloca ao nosso lado e nos
guia em toda a verdade (João 16.7, 8, 13, 14). Considerando que o vindouro Rei-Messias
teria as duas naturezas em si, divina e humana, lhe seria necessário esse dom
precioso do Espírito Santo; dom do conselho. Nisso consiste a sabedoria de
Cristo. Não existem problemas, nos céus ou na terra, que ele não possa
resolver, considerando ser Ele a sabedoria de Deus (1 Coríntios 1.24). Outro
famoso teólogo cristão do século passado disse: “Jesus é o único rei que não precisa
de conselheiros pertencentes aos sábios deste mundo, pois em si mesmo traz a
sapiência e o conselho do Pai”. É por isso que o seu reino será perfeito, justo
e santo como nenhum outro desde a Queda de nossos primeiros pais.
Algumas versões trazem: “conselheiro admirável”, o que
denota que a sabedoria e a perfeição de Cristo no seu Reino milenar será tão
grande e eficiente que vai causar admiração nos céus e na terra, isto é, deixar
os seres terrestres e celestiais maravilhados.
Enquanto a promessa não chega, Ele vai reinando com Sua
sabedoria e graça nos corações dos Seus servos que o aceitarem como único
Senhor e Salvador.
Maranata. Ora vem, Senhor Jesus!
por José Orisvaldo Nunes de Lima
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