70% dos norte-americanos creem já estar na “fase inicial” de um novo conflito mundial; liderança europeia em apreensão; ricos constroem bunkers
Em 15 de janeiro, o secretário de Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, afirmou que “o mundo poderá ser engolido por guerras envolvendo a China, a Rússia, a Coreia do Norte e o Irã nos próximos cinco anos” e que estamos passando “de um mundo pós-guerra para um mundo pré-guerra”, de maneira que os países aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) deveriam “aumentar os seus gastos com defesa para pelo menos 2% do rendimento nacional”. Um mês antes, o vice-primeiro-ministro britânico, Oliver Dowden, já havia dito que os ingleses deveriam começar a fazer estoques de kits de primeiros-socorros, rádios, lanternas e pilhas para o caso de “cortes de energia” e “interrupção das comunicações digitais” devido a uma possível guerra.
Essas declarações deixaram as populações britânica, europeia
e mundial preocupadas, de maneira que, de lá para cá, passou a se falar com
mais frequência – tanto na mídia tradicional quanto nas mídias alternativas da
internet – sobre a possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial, com vários
líderes internacionais também se manifestando sobre o assunto com declarações que
só aumentaram a tensão.
Líderes europeus já falam de conflito iminente com a
Rússia
Em matéria publicada em 29 de janeiro em seu site e
intitulada “Estamos caminhando para a Terceira Guerra Mundial?”, o célebre canal
de notícias Sky News, da tevê britânica, informou que o chefe do exército do
Reino Unido, o general Sir Patrick Sanders, declarou que “os cidadãos do Reino
Unido devem ser treinados e equipados para lutar em uma potencial guerra com a
Rússia”, descrevendo a atual geração como “a geração pré-guerra’”. De acordo
com a matéria, Patrick acrescentou que “a guerra na Ucrânia foi um ‘ponto de
pressão’ e que ‘não podemos permitir-nos cometer o mesmo erro’ que os nossos
antecessores que ‘tropeçaram em guerras horríveis’, como a Primeira Guerra
Mundial em 1914”. Segundo a reportagem da Sky News, os comentários do general Sanders
“suscitaram ansiedade em relação ao recrutamento”, com o antigo comandante
britânico da OTAN, o general Sir Richard Sherriff, dizendo que já está na hora
de começar o recrutamento.
Ao perguntar a quatro especialistas “se a Terceira Guerra
Mundial é uma possibilidade e se realmente estamos vivendo uma pré-guerra”, as
respostas que a reportagem da Sky News recebeu dos especialistas em geopolítica
entrevistados foram que “O medo não é totalmente irrealista”, “Estamos em uma pré-guerra”,
“O risco nuclear deve ser levado a sério” e “O Ocidente precisa agir para
evitar a Terceira Guerra Mundial”. No mesmo dia (29/01), o jornal The
Telegraph, de Londres, estampou uma matéria em seu jornal e site, assinada pela
jornalista Sherelle Jacobs e trazendo a foto do líder chinês Xi Jiping
apertando a mão do líder russo Vladmir Putin, afirmando que “A Terceira Guerra
Mundial se aproxima rapidamente e poucos estão dispostos a admitir o porquê”.
Desde o segundo semestre do ano passado, o próprio governo russo
tem declarado oficialmente, por várias vezes, que “uma Terceira Guerra Mundial
está próxima”. Em artigo publicado na agência estatal russa RIA Novosti no
final A guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, que
promete ser longa, tem levado a um receio por uma escalada do conflito na região,
após os recentes ataques do Iêmen, as explosões no Irã e o bombardeio na
Jordânia que levou à morte de soldados norte-americanos de novembro passado,
Alexander Dugin, ideólogo de Vladimir Putin, reforçou a análise do atual
cenário declarando que “a Terceira Guerra Mundial já está em andamento”. Dias
depois, em dezembro, o comandante do exército da Holanda avisou à população de
seu país que ela deve se preparar urgentemente para uma guerra com a Rússia. Em
janeiro, o ministro da Defesa Civil da Suécia, Carl-Oskar Bohlin, e o comandante
militar do país, general Micael Bydén, fizeram o mesmo. Por sua vez, o jornal
alemão Bild revelou em matéria de 15 de janeiro que teve acesso a um documento
secreto das Forças Armadas da Alemanha que afirma que “um conflito entre a OTAN
e a Rússia é iminente”.
Quatro dias depois da matéria do Bild, o almirante Rob
Bauer, presidente do Comitê Militar da OTAN, instou tanto os governos quanto os
civis dos países ligados à entidade a se prepararem para conflitos contundentes
e para a perspectiva de serem recrutados para “uma guerra que exigirá uma mudança
total nas suas vidas nos próximos 20 anos”. Em entrevista a jornalistas após
uma reunião dos chefes de defesa da OTAN em Bruxelas, Bauer disse ainda que um
grande número de civis terá de ser mobilizado no caso de uma guerra global
eclodir e os governos ligados à OTAN devem garantir que suas nações estejam
prontas para quando o conflito começar: “Temos que perceber que não é um dado
adquirido que estamos em paz. E é por isso que nós [forças da OTAN] temos
planos; é por isso que estamos nos preparando para um conflito com a Rússia”.
Cerca de 70% dos EUA creem que estamos na “fase inicial” de
um 3o conflito mundial
Não só os europeus, mas também os norte-americanos têm manifestado
a sua preocupação com a possibilidade crescente de uma Terceira Guerra. A
tradicional revista Time – que foi a primeira mídia a batizar o segundo
conflito mundial nas décadas de 30 e 40 de “Segunda Guerra Mundial” –,
informou, em matéria de 20 de novembro de 2023, intitulada “Por que tantos políticos
[nos EUA] estão falando sobre a Terceira Guerra Mundial”, que tanto políticos à
direita quanto à esquerda nos Estados Unidos estão demonstrando receio de uma Terceira
Guerra. A matéria lembra que, conforme reportagem do jornal The New York Times,
assessores do presidente Joe Biden ouviram o presidente norte-americano manifestar
em 2022 o seu temor de que a invasão da Ucrânia pela Rússia fosse o início de
uma escalda de conflitos em várias partes do mundo que poderiam levar a uma
Terceira Guerra Mundial. E a análise parece que estava certa, já que, de lá
para cá, já explodiu o conflito entre Israel e Hamas, que ameaça provocar uma
escalada na região, e há a ameaça de conflitos entre China e Taiwan, Venezuela
e Guiana, e Coreia do Norte e Coreia do Sul. O próprio ex-presidente Donald Trump,
que até o fechamento desta edição aparecia nas pesquisas como favorito na
corrida presidencial deste ano nos EUA, tem declarado como uma de suas
promessas de campanha impedir que aconteça a Terceira Guerra Mundial, que ele julga
estar iminente.
Segundo a referida matéria da revista Time, um levantamento
da Associação Americana de Psicologia revelou que “cerca de 7 em cada 10 americanos
temem que ‘estejamos na fase inicial da Terceira Guerra Mundial’”. Refletindo
esse senti mento, em 2023, os jornais Wall Street Journal e The New York Times,
dentre outros, publicaram vários artigos tratando sobre esse receio; e em 17 de
novembro passado, a revista norte-americana Newsweek publicou em destaque um
artigo de opinião, assinado pelo analista Joseph Epstein, afirmando que “Não estamos
à beira de uma Terceira Guerra Mundial. Estamos nela”.
Dois blocos em formação
Dois blocos claramente se formam neste atual cenário: de um
lado, os Estados Unidos, a Europa e Israel; e do outro, a Rússia, a China e o
Irã. Além disso, há, claro, vários países que se encontram fortemente sob a influência
de um desses dois blocos. Na América Latina, por exemplo, há tanto países mais
alinhados ao primeiro bloco como países mais alinhados ao segundo. A questão é:
em um eventual conflito mundial, se ele realmente irromper, qual será a posição
final desses países?
Um dado importante relacionado ao tema é a nova configuração
que o BRICS – antes um grupo dos países de mercado emergente (Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul) – ganhou desde 1 de janeiro. Sob a influência da
Rússia e da China, o grupo passou a incluir países como Irã, Egito, Arábia
Saudita, Etiópia e Emirados Árabes. Fala-se que o bloco pode incluir brevemente
até mais de 20 países. Ou seja, o critério para a escolha de membros deixou de
ser econômico para ser ideológico. Os “Novos BRICS” se tornaram agora um conjunto
de países que orbitam a China e a Rússia na guerra econômica destes contra os
Estados Unidos e a Europa. Deixaram de ser um bloco econômico para se tornar um
bloco político, geopolítico. É uma aliança antiocidental liderada por Pequim e
Moscou.
Apreensão leva ricos a gastar milhões com bunkers
Desde os anos de 1950, os norte-americanos se preocupam em “se
preparar para o fim do mundo”. Isso surgiu como fruto da Guerra Fria, quando
havia o receio de que as duas principais potências nucleares do mundo – EUA e a
então União Soviética – pudessem lançar o planeta em um caos nuclear. Nesse
tempo, surgiram os primeiros investimentos de ricos e pessoas mais abastadas na
criação de bunkers. Na Europa, isso também ocorreu, mas foi mais forte nos Estados
Unidos. Entretanto, com a queda da União Soviética e o fim da Guerra Fria, essa
febre passou.
Porém, com a Guerra ao Terror, a última pandemia, a ameaça de
“Apocalipse Digital” e agora a possibilidade de um terceiro conflito de ordem
mundial, uma nova onda de construção de bunkers tomou conta do mundo. Os noticiários
têm informado que ricos como Jeff Bezos, Mark Zuckerberg, Tom Cruise e Kanye
West, dentre outros, estão investindo em pro-jetos de bunkers e de propriedades
“sobrevivencialistas”.
Princípio das Dores
Entre os sinais da proximidade da Vinda de Jesus, conforme
Ele mesmo afirmou, estão “guerras e rumores de guerras” e “nação contra nação,
e reino contra reino” (Mateus 24.6,7). Ou seja, estes atuais conflitos pelo
mundo e os que ainda poderão vir a surgir compõem o conjunto de embates entre
nações que faz parte do chamado “Princípio das Dores” (“Mas todas essas coisas são
o Princípio das Dores”, Mateus 24.8), pois indicam o avizinhamento do Retorno
de Cristo. Além disso, a Bíblia afirma que haverá um futuro e último conflito
mundial: a Batalha de Gogue e Magogue (Ezequiel 38 e 39). Cristo claramente
ensinou que haveria guerra antes de Sua Segunda Vinda (Mateus 24.4-31).
Em suma, biblicamente, haverá no futuro pelo menos mais uma Guerra
Mundial. Quanto à Terceira Guerra Mundial de que se fala agora, que não sabemos
se ocorrerá mesmo ou não – temos apenas a apreensão no ar neste momento, se
espalhando pelo mundo –, não podemos prever nada. A Primeira e a Segunda Guerra
Mundiais não foram mencionadas de forma explícita nas profecias bíblicas, muito
menos uma Terceira Guerra Mundial. A Bíblia só fala claramente de muitas
guerras e rumores de guerras envolvendo nações no final dos tempos (o que, com
certeza, incluía a Primeira e a Segunda Guerras), e do último grande conflito
mundial antes da Volta de Cristo. Seja como for, tudo isso nos indica que o
Retorno de Cristo está próximo. Portanto, santifiquemo-nos mais e mais. Busquemos
ao Senhor. Evangelizemos. Oremos. Intercedamos. Jesus breve bem!
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