Meu prezado leitor, todos nós sabemos que a Carta aos Hebreus foi endereçada aos judeus cristãos perseguidos. Em sua maioria, os doutores da Lei, os fariseus e escribas jamais aceitaram o ministério do Senhor Jesus. A antipatia desses grupos seletos de religiosos continuou mesmo após a morte e ressurreição de Cristo, o estabelecimento da Igreja e seu desenvolvimento.
Os judeus perseguidores tramavam contra os cristãos e ainda
se infiltravam na comunidade com o objetivo de semear contenda no que diz
respeito à observação dos preceitos judaicos em que o Cristianismo estaria
conectado ao judaísmo. Por essa razão, o escritor da carta se preocupou em
levar aqueles discípulos a compreenderem que, ao receberem a Jesus Cristo,
passam a viver em uma nova aliança na qual o sacrifício do Filho de Deus foi
superior ao de animais, prescrito na Lei Mosaica. O escritor deixa claro que
existem propósitos diferentes para aqueles que servem ao Senhor Jesus.
Observamos que existe uma mudança quanto a buscar a Deus, já
que muitos desses cristãos de origem judaica ainda manifestavam uma predileção
levítica e cultural recebida nos lares onde foram educados. Apesar disso, os
seres humanos já vivem sob a Dispensação da Graça implantada por Jesus através
de Sua morte na cruz, bem diferente da antiga dispensação, que foi implantada no
deserto por Moisés, e que norteou a vida religiosa judaica por muito tempo. Os
reclames da Lei tinham alcance limitado, uma vez que se restringia ao povo
judeu. Contudo, o próprio Deus almejava salvação abrangente, e por este motivo
nós somos alcançados.
Observamos, ao longo da narrativa bíblica, que a forma
levítica fracassou em sua missão, e isso podemos concluir no capítulo 10,
versículos 3 e 4, da Carta aos Hebreus, que diz: “Nesses sacrifícios, porém,
cada ano se faz comemoração dos pecados, porque é impossível que o sangue dos
touros e dos bodes tire os pecados”. A maneira pela qual os judeus se
apresentavam diante de Deus, através do sacrifício de animais, implantado por
Moisés, não servia mais para remover os pecados dos cidadãos. Houve uma
mudança, e esta foi a solução que Deus proveu. O projeto divino foi
centralizado em um único e definitivo sacrifício, e Jesus se propôs a ser
oferecido no lugar dos animais para se cumprir um concerto definitivo.
Na eternidade, vemos o comportamento de Jesus quanto ao projeto
da salvação dos seres humanos, conforme observamos no versículo 9, quando Ele se
propõe a ser o Cordeiro sacrificial: “Então disse: Eis aqui venho, para fazer,
ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo”. Veja, prezado
leitor, como o Filho de Deus se dispôs a deixar momentaneamente a Sua glória
junto ao Pai a fim de atender à premente necessidade dos seres humanos quanto
ao perdão dos pecados e à consequente salvação. O que observamos aqui é a
disposição do Filho de Deus, que, acima da criação e sentado à direita de Deus Pai,
despojou-Se de Sua coroa, de Suas vestes reais e veio morar neste mundo, em
forma corpórea humana, e experimentou o modus vivendi a que qualquer ser humano
está habituado. Prezado leitor, Jesus se sujeitou a uma vida sem luxos a fim de
implantar uma nova aliança para alcançar a alma humana com a salvação por meio
de Seu sacrifício vicário.
por José
Wellington Costa Junior
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