A apostasia do culto aos mortos

A apostasia do culto aos mortos


Qual a maior religião do mundo? Essa pergunta é difícil de responder, mas responder qual a maior prática religiosa do mundo é fácil: é a prática do culto aos mortos. Ela se encontra em todas as religiões antigas, seja da Europa, Índia, África e até dos nativos das Américas.

Onde a prática nasceu?

Essa pratica nasceu na Babilônia, com a rebelião de Ninrode na Torre de Babel e, como diz Merril Tenney em sua Enciclopédia da Bíblia, dominou todo o mundo antigo (MERRIL, 2008, Vol. II, pp. 15,16). Flavio Josefo, historiador judeu, em sua obra História dos Hebreus, confirma que a religião de Roma nasceu na Babilônia (Josefo, CPAD, 2004, p. 29).

Em alguns momentos, Israel se desviou e praticou aquilo que Deus chamou de tow iebah, que é o termo hebraico traduzido por abominação em Deuteronômio 18.10-12: “Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, teu Deus, as lança fora de diante de ti”.

Segundo o Dicionário Strong, o termo tow iebah significa que “invocar os mortos” é “coisa repugnante”. Nos tempos bíblicos, a religião tow iebah dominou e oprimiu a religião de Abraão. Deus tirou Abrão da Mesopotâmia para ele não se contaminar com essas abominações, mas séculos depois a abominação dominou Israel e tentou destruí-lo.

O que é o culto aos mortos?

O culto aos mortos é a prática de enviar orações ou dádivas para ajudar algum morto, acreditando que ele será beneficiado, saindo de algum lugar ou estado de sofrimento. O católico Agostinho de Hipona, com sua obra O Cuidado Devido aos Mortos, publicada próximo do ano 420 da Era Cristã, é considerado o organizador teológico dessa abominação dentro do Cristianismo. A obra defende o culto aos mortos e a possibilidade de eles influenciarem neste mundo, intercedendo ou mesmo aparecendo aos vivos.

A razão de Deus chamar essa prática de abominação se encontra no fato de os mortos não poderem receber uma oração de um vivo, se tornando na verdade um culto a demônios que se passam por essas pessoas mortas (Deuteronômio 32.17; 1 Coríntios 10.20).

Dia mundial de culto a mortos

No dia 2 de novembro, diversos povos, de diversas religiões se reúnem no que os católicos determinaram como O Dia do Culto aos Mortos ou Dia de Finados. Essa data foi oficializada no ano 998 da Era Cristã. Inspirados em Odon de Cluny (878-942) e preocupados com um possível fim do mundo no ano 1000, se defendia uma campanha entre os bispos para fazerem um mutirão de intercessão para “esvaziar” o purgatório antes do fim. Na data, é comum que o papa faça uma cerimônia dedicada aos mortos na cripta do Vaticano. O culto aos mortos facilitou a mesclagem da religião católica com as religiões pagãs. Quando os bárbaros celtas se aproximaram da igreja Católica, a partir do ano 498, com a conversão do pagão Clóvis (466-511), rei dos francos, o culto aos mortos, praticado por ambas as religiões, facilitou essa mesclagem. O mesmo ocorreu com o culto aos mortos dos povos das américas, como Incas, Astecas e Maias. Todos eles praticavam essa abominação, facilitando que se submetesse a conversão que estava sendo imposta. O mesmo aconteceu com os povos africanos no Brasil. Como praticavam culto aos mortos, ao serem convertidos ao catolicismo, se adaptaram perfeitamente ao ritual romano.

Como esta prática foi adotada pelos católicos?

O culto aos mortos se desenvolveu nos primórdios do catolicismo, ainda nos dias de Constantino. Nos dias deste imperador, os católicos adotaram a heresia do purgatório, desenvolvida cerca de cem anos antes pelo filósofo Orígenes de Alexandria. Essa corrente defende a purificação das almas após a morte, em uma clara adoção da doutrina da Babilônia, pois essa prática, como já dissemos, nasceu nessa cidade. Esta deve ser a razão para o ensinamento de que ela é a Babilônia apocalíptica, pois adotou e pratica essa abominação. Ela também tem defendido a união de todas as religiões que mantém essa prática.

Os protestantes e o culto aos mortos

Lutero era um monge agostiniano e seguiu seus mestres nessa prática, não abandonando o culto aos mortos até o fim da sua vida. Neste ponto, deixo um alerta aos cristãos: não confundam a importância de Lutero para a história como significando que sua doutrina era 100% correta.

Calvino, por sua vez, em sua obra As Institutas, no livro III, no capítulo V, 10, condenou o culto aos mortos, mas, ao tentar explicar por que a Igreja Católica cultuou aos mortos desde Constantino, ele cometeu um erro grave: afirmou que a Igreja de Deus (no entender dele, a Igreja Católica), de forma inexplicável, praticou o culto aos mortos. Calvino está errado! A verdadeira Igreja de Deus sofreu terrível perseguição - via Inquisição - da igreja instituída, que praticava o culto aos mortos.

Muitos protestantes foram enganados, pois a Igreja Católica praticava e pratica o culto aos mortos, que é a principal coluna da religião da Babilônia. Lutero, Zuínglio, Calvino, Melanchton, entre outros, afirmaram no início que a Igreja Católica era a verdadeira Igreja de Deus, quando, na verdade, ela está mais para a Babilônia apocalíptica. Estamos no tempo do fim. O apóstolo Paulo afirmou que, nesse tempo do fim, alguns apostatariam da fé. Todo cristão que se aproximar das igrejas que mantêm esta prática, se aproximará dessa abominação chamada culto aos mortos e estará apostatando da fé.

Certa vez, um aluno me perguntou: “Aqueles que praticam o culto aos mortos são nossos irmãos?”. Eu respondi da seguinte maneira: “As Assembleias de Deus sempre evangelizaram, no Dia de Finados, todos os que praticam essa abominação. Na próxima vez que você for ao cemitério evangelizar na referida data, ao encontrar alguém de joelhos diante de um túmulo cultuando aos mortos, o que você dirá a ele? Dirá que Jesus salva, cura e liberta ou dará a Paz do Senhor?”

Israel cometeu este erro muitas vezes. Que a Igreja de Deus nunca mais caia no mesmo erro. Afinal, Jesus prometeu que surgiriam enganos que, se possível fora, “enganariam até os escolhidos” (Mateus 24.24). Espero que você, que lê este artigo, escolhido de Deus, não seja enganado.

por Levi Matos Marins

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