Precisamos de mais igrejas fortes e bíblicas no Brasil presente

Precisamos de mais igrejas fortes e bíblicas no Brasil presente

O anúncio em tela não é fictício, tampouco deseja soar agressivo. É, na verdade, real, preocupante e angustiante para os dias que estamos vivenciando.

Uma parte da igreja de Jesus no Brasil presente carece desesperadamente de que seus membros e líderes sejam fortes e capazes o suficiente para transformar o ambiente pelo qual transitarem com o poder do Evangelho de Jesus Cristo e a unidade da fé. Nestes dias confusos, o que mais o Brasil precisa para não ceder às ideologias que banalizam a moral e enaltece o pecado é de:

1) Igrejas inconformadas com este mundo

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).

As palavras acima do apóstolo Paulo nunca puderam e não podem cair no esquecimento, ainda mais na atual conjuntura. Elas devem tinir nos ouvidos dos cristãos do Brasil todos os dias, tendo em vista a necessidade que o indivíduo de fé cristã terá para se lembrar delas. Presume-se que os mesmos terão tempos difíceis para propagar sua fé nos dias que se aproximam e, por conta disso, devem se preparar biblicamente para enfrentar oposições que virão de encontro à sua profissão de fé. Igualmente, é premente que a liderança evangélica possa discernir os dias atuais e busque munir seus liderados com a Escritura Sagrada, com a Constituição Federal e com a luta pela tão sonhada “unidade da fé”. 

A liderança de Jesus marcou de tal forma Seus liderados que os mesmos naturalmente imitavam sua voz (Mateus 26.73). Talvez este seja o maior desafio da liderança atual: o de transferir aos seus liderados a capacidade de amar a Cristo mais que o mundo presente, impregnando-os do desejo de serem parecidos com o Mestre. Foi isso que Jesus ensinou aos discípulos no Seu Sermão do Monte (Mateus 5.13-16). Este é o padrão que deve ser seguido, pois que os discípulos de Cristo devem ser diferentes do mundo e não devem seguir o seu curso; antes, não devem se conformar com a cultura secular agressiva, que tem o objetivo de ferir a santidade de Deus e busca influenciá-los. Como cristãos, devemos sempre nos pautar pela Palavra de Deus e, quando esta for colocada em xeque, sermos inflexíveis na sua defesa. Mas, para que a Igreja de Cristo como um todo seja portadora de cristãos munidos das armas que possam levá-la à vitória nesse combate, urge que a imagem, o retrato de Deus, seja visível nos mesmos.

O seguidor de Jesus precisa reconhecer o quanto é real o mundo caído no qual habita e de como este mundo pode influenciá-lo e desviá-lo, impedindo-o de seguir firme na sua jornada e, mais, do quanto ele, como membro da igreja local, pode e deve, como indivíduo, discernir e combater a força mundana imposta na agenda midiática que se opõe ao Evangelho de Jesus.

2) Igrejas discipuladoras

“Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” (Mateus 28.19,20).

A igreja atual precisa urgentemente formar discípulos aos pés de Cristo, que busquem se parecer com o Senhor, estejam fundamentados na Palavra de Deus e experimentados nos trabalhos para consolidar sua fé e ainda serem capazes de levar outros a conhecer e amar a Cristo (Filipenses 4.9). Há, todavia, um problema notório de superficialidade compulsiva no discipulado cristão atual em muitos lugares, e essa superficialidade se expande na medida em que não se corrige. O resultado são, em alguns lugares, discipuladores superficiais formando discípulos superficiais. Esta superficialidade é praticada e promovida pelo cristianismo contemporâneo em várias partes do país. É preciso que este ponto nevrálgico seja restaurado o quanto antes para que tenhamos uma igreja nacional forte tanto bíblica quanto teologicamente. A falta de maturidade cristã quanto ao conhecimento de Deus impede que haja um aprofundamento no relacionamento com Ele.

Somente uma igreja sadia no seu relacionamento com o Senhor é capaz de superar as maiores oposições à sua fé e permanecer unida. É premente que se crie uma agenda para se assentar na mesma mesa líderes de todas as denominações evangélicas. E isso é perfeitamente possível, pois presenciamos isso na agenda política do governo passado. Ele conseguiu unir igrejas históricas, pentecostais e neopentecostais em uma só mesa através de uma agenda política, algo que até então era impensável em uma agenda teológica. 

3) Igrejas dispostas a resistir ao Diabo e às suas estratégias ideológicas

“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4.7)

O relativismo ético – Uma das estratégias do Diabo para estes dias é o relativismo ético. Com isso, ele busca, através de seus adeptos, desfazer todos os padrões morais e confundir as pessoas quanto à existência de quaisquer absolutos. No Ocidente, esta realidade já se constata, e o século 21 é, para a sociedade ocidental, o século em que a mesma se voltou para a quebra dos paradigmas morais e para o crescimento da pós-verdade, com argumentos pseudo-convincentes. A fornicação, o adultério e outros tipos de promiscuidade são largamente praticados e vistos como alternativas legítimas em detrimento ao casamento e à preservação da família tradicional. Tudo isso é extremamente preocupante, tendo em vista que a Igreja não pode ceder ao afrouxamento doutrinário, como já tem sido em algumas igrejas. Os sermões superficiais voltados para autoajuda, tímidos em combater pecados de prostituição e afins, relativizando-os e diminuindo sua gravidade, não devem, sob hipótese alguma, tomar o lugar da pregação expositiva nos púlpitos das igrejas evangélicas no Brasil. 

O narcisismo – Outra estratégia satânica que se nota no mundo atual é o narcisismo. Narciso é uma referência a um personagem da mitologia grega que se apaixonou por sua própria imagem. Em outras palavras, narcisismo é um amor exagerado e uma admiração sem medida por si mesmo. A cultura narcisista está em voga no mundo secular, nas diversas religiões e, infelizmente, em algumas igrejas cristãs. O amor-próprio tem sido disseminado e gerado egoísmo e autolatria e, consequentemente, contribuído para a falta de amor ao próximo. A fé cristã exige que o altruísmo seja praticado pelo discípulo de Jesus como condição para segui-lO. O cristão não deve cair na armadilha do narcisismo e deixar de amar. Ceder a isso é perder a verdadeira essência do Cristianismo. 

O pluralismo religioso – Pluralismo é mais uma das estratégias do Diabo com o objetivo de nivelar a Igreja de Jesus às demais religiões. Ainda que para com todas as religiões essa ideologia demonstre arrogância, ela se manifesta mais especialmente na rejeição à necessidade de conversão a Cristo pelas pessoas, julgando ser isso apenas uma opinião do Cristianismo. A resposta do cristão deve ser a afirmação da singularidade e da perfeição de Jesus Cristo. O pluralismo exige que o discípulo de Cristo seja radical quanto à salvação na pregação do evangelho e quanto ao receber o devido respeito. A igreja não abre mão de seus princípios fundamentais no que tange à singularidade de Jesus Cristo como Único e Verdadeiro Deus e Senhor, posto que, para o Cristianismo, a salvação jamais é alcançada fora de Jesus.

As ideologias anticristãs – Estas ideologias visam atacar à fé cristã, agindo sutilmente através de castas e partidos políticos, sempre com as mesmas pautas contra a vida embrionária, pressionando instituições e igrejas através de agendas contra a família tradicional, pró-aborto, intolerância religiosa, lei da mordaça etc. A estratégia deles é tentar calar radicalmente a voz cristã em todos os espaços possíveis. Para isso, organizam classes, elegem seus representantes e, quanto aos políticos que não pertençam às suas filosofias, estes são pressionados e constrangidos a votarem segundo o interesse de tais ideologias estranhas à moral e à família. 

4) Igrejas comprometidas com a Palavra de Deus e a santidade

“Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pedro 1.15). Assim como denunciamos, dentre muitos pecados, os pecados de omissão da igreja em relação ao conformismo dos pecados contra a santidade de Deus praticados pela geração anterior, a geração que nos sucederá denunciará os pecados de omissão da igreja de nossa geração, tanto como indivíduos quanto como instituição. É dever de todas as igrejas enxergar as coisas que ferem a santidade de Deus e denunciá-las (Isaías 8.20), agindo para que as mesmas sejam transformadas. Nada acontecerá enquanto algumas igrejas se negarem a cumprir sua missão profética de não se conformar com este mundo, denunciando os pecados desta geração (Isaías 58.1). É preciso que elas tenham um olhar atento para vencer a miopia e enxergar a incapacidade de inconformismo de uma geração de cristãos de nosso tempo, no que tange aos pecados desta geração.

Uma parte da igreja cristã atual se preocupa muito mais em atender aos desejos da satisfação humana do que em buscar revelar ao mundo qual é a vontade divina. A missão da igreja sempre foi ensinar o discípulo de Jesus a amá-lO acima de todas as coisas e a cada dia levar a sua cruz; a fixar seus olhos nos valores eternos sem se omitir de sua responsabilidade com o tempo presente. E uma das muitas responsabilidades da igreja no tempo presente está em preservar as pautas morais. É sabido que a Igreja é propagadora e defensora da moral, haja vista que a questão moral, os valores morais com respeito à família, a Deus e à propriedade, são valores comuns à maioria esmagadora dos cristãos, e nenhum deles está disposto a ceder, pois custou muito caro ao Cristianismo em toda a sua história. Todavia, a igreja precisa aperceber-se que, além das questões morais, há outros valores a serem defendidos e propagados por ela, dos quais ela não pode se omitir. Sua contribuição política para com o país e suas instituições é uma destas questões das quais a igreja não pode se furtar.

Que o Espírito do Senhor fortaleça Sua Igreja coletiva e individualmente, pois, nestes dias, onde a perseguição já pode ser vista no radar, toda ela precisa estar firmada no Senhor Jesus e ter na Sua Palavra a segurança de que está no caminho certo. Soli Deo Gloria.

por José Verneques Santos

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