Desenganado pela medicina volta à vida

Desenganado pela medicina volta à vida

Pastor vira caso excepcional na medicina após 80% do pulmão comprometido, 4 meses intubado, rins parados, paradas cardíacas, 3 infecções generalizadas e perda de 43 quilos

No dia 16 de novembro de 2020, data em que completava 62 anos de idade, pastor Otávio Rendeiro não foi ao culto, o que não era costume, pois estava acometido pela Covid-19. Como seu quadro clínico se agravou, no dia 20 ele foi internado, mas sem saber a grande prova que lhe aguardava.

Mesmo com seu município de residência, Teixeira de Freitas, interior baiano, oferecendo relativos recursos, pois lá há uma universidade federal de medicina, já não havia mais leitos disponíveis. Em razão disso, pastor Otávio decidiu ir para uma capital mais próxima tendo em vista seu grave estado de saúde, pois Salvador, capital da Bahia, mesmo tendo seu filho residindo lá com toda uma estrutura, distava 810 km. Assim, rumou a Vitória, capital do Espírito Santo, distante 365 km. Tossindo bastante e com muita dificuldade para respirar, ao passar pelo município de Serra (ES), 30 km antes de Vitória, o quadro dele se agravou a ponto de ter que procurar hospital ali mesmo. “Dei entrada no hospital com cerca de 80% dos meus pulmões comprometidos. Fui automaticamente internado naquela cidade, contrariando a mim e a minha família, pois queríamos ir à capital. Porém, era Deus agindo na Sua onisciência. Ele sabe o que é melhor para nós. Fui atendido por uma excelente equipe médica e um quadro de enfermeiros excepcionais, destacando na medicina a doutora Ana Teles e a enfermeira Bianca Del Pupo”, lembra pastor Otávio.

Embora bem assistido clinicamente e em um hospital de referência, o quadro do pastor Otávio só agravava. Assim, precisou ser entubado. Porém, antes do procedimento, fez uma chamada de vídeo para sua família informando a situação. Ele sentiu como se aqueles fossem seus últimos momentos com os familiares. Pareceu uma despedida. Enquanto seguia em coma, pastor Otávio esteve entre a vida e a morte. Ele teve várias paradas cardiorrespiratórias e precisou ser reanimado; teve três infecções generalizadas com bactérias e fungos super-resistentes e difíceis de serem combatidas; seus rins pararam completamente já na primeira semana de internação na UTI e ele chegou a fazer quase 100 hemodiálises por quatro meses seguidos. Pelo paciente ser idoso, diabético e obeso, a equipe que o acompanhava não acreditava em sua recuperação.

“Eu era um caso perdido para a medicina. Por várias vezes a equipe médica falou com a minha família que não tinha mais o que fazer, pois tudo que tinha disponível eles tentaram. Minha família vivia a angústia diária de não saber se eu estaria vivo no dia seguinte. Todos os pacientes que foram internados com Covid-19 no mesmo período que eu sucumbiram à doença. Pela misericórdia de Deus, eu seguia vivo”, conta. 

Pastor Otávio diz que, de certa forma, foi paciente cobaia, pois a equipe médica passou a testar várias alternativas que pudessem melhorar o seu quadro. Logo, a estratégia que dava certo com ele, os médicos utilizavam para salvar outras vidas.

Ao todo, ele passou sete meses e meio internado. Só na UTI ele ficou seis meses e 15 dias; desse tempo, quatro meses foram em coma e inconsciente, ligado e monitorado por aparelhos, usando sonda para se alimentar, totalmente restrito ao leito, o que lhe rendeu uma ferida muito grande e profunda da região sacral até o cóccix. Havia indicações de que, se saísse com vida dali ele teria que usar um suporte de oxigênio para ajudar em seu deslocamento e atividades de vida. Segundo a previsão, jamais conseguiria pregar com os pulmões tão prejudicados. O fôlego lhe faltaria, mesmo com cilindro de oxigênio, diziam os especialistas. “Tenho um laudo médico indicando tetraplegia severa irreversível”, ressalta pastor Otávio.

Mesmo diante das incertezas, a família e a igreja estavam em oração para que o Senhor cumprisse a vontade dEle na vida de Seu servo. Os primeiros sinais de que o milagre estava em curso foi quando, cinco meses após a sua internação, pastor Otávio começou a recobrar a consciência, mas os cuidados continuaram, pois, a situação era crítica. Disse-lhe um dos médicos: “Você tem três frentes desafiantes: as pernas, os rins e a ferida”. Seus fisioterapeutas, os doutores Breno Neiva, Risia Feles, Jessica Guzzo e Raine Correia, embora dedicados e extremamente profissionais, achavam difícil ele voltar a andar. Na ferida na região da sacral e do cóccix, no momento mais crítico, cabia literalmente a mão da enfermeira, de tão profunda que era. Quando começaram a tratar a ferida, os médicos temeram a infecção ter chegado ao osso, que seria na região do ilíaco. Outra grande preocupação: a imunidade do paciente havia alcançado o mínimo nível possível. Ele encontra-se totalmente debilitado; já havia perdido 43 kg.

Pastor Otávio lembra que quando voltou à razão, não pedia ao Senhor para não morrer, mas para que cumprisse a vontade dEle em sua vida. Eis a vontade de Deus: surpreendendo a todos, aquele homem moribundo escapou com vida. “Mais uma vez, Deus mostra que é poderoso! Para a glória dEle, contrariando todos os prognósticos, eu ando, corro, com ou sem órtese que faço uso; nado, sento, levanto, subo e desço escadas. Quanto aos rins, quando tive alta, fui recomendado a continuar a hemodiálise. Os pulmões seguem me mantendo respirando normalmente. Este ano, 2023, fiz uma tomografia e o pneumologista disse: ‘Só ficaram as cicatrizes lembrando o quanto ele foi danificado’. Hoje, prego todas as terças-feiras no culto de doutrina, em média de 50 a 60 minutos. Quanto à ferida na região da sacral e do cóccix, hoje está 100% cicatrizada, sem necessidade de enxerto ou cirurgia plástica. Eu ouvi o médico falar: ‘Parece que colocaram um isolante entre o osso e a infecção’. Eu sei que foi a mão de Deus que fez tudo isso!”, testifica emocionado o pastor Otávio.

A repercussão do milagre na vida do servo de Deus foi além do que se podia imaginar. Ele lembra que quando teve alta, o hospital onde ficou internado pleiteou o certificado de qualidade internacional por causa de sua cura. “Quando eles mandaram para o órgão avaliador o relatório do que eu passei e o tratamento que eu recebi, com informações de como eles criaram uma forma exclusiva de tratamento para mim, que estava com alta chance de morte e pouca chance de vida se eu tomasse os remédios que tomei, a comunidade avaliadora me ligou alegando que um homem que teve o que eu tive, segundo laudo médico, não estaria vivo, naquele auge da Covid. Para provarem que eu estava vivo, fizeram uma videoconferência comigo atestando a cura. Não tenho dúvida de que foi o próprio Senhor Jesus quem me conduziu àquela equipe médica para que a cura fosse possível. Eles até tinham conhecimento técnico, mas não era suficiente para fazer milagre. Por esta razão, Jesus entrou e fez o milagre que eles não podiam fazer”, conta pastor Otávio.

O servo de Deus segue desempenhando suas atividades familiares e ministeriais com toda normalidade. “Pela misericórdia e bondade de Deus”, como ele diz, continua presidindo as Assembleias de Deus em Teixeira de Freitas (BA), caminhando para 22 anos de liderança. Ele acredita que as orações e intercessões da igreja fizeram com que Deus lhe trouxesse de volta à vida e aos seus. “Sou agradecido primeiramente a Deus; depois, à minha família, destacando a minha querida esposa, Júlia de Sales Rendeiro; também à Assembleia de Deus em Teixeira de Freitas, na pessoa do pastor Geraldo Dias, vice-presidente, e do evangelista doutor Tiago Lima, copastor, nos nomes de quem agradeço ao ministério em geral; à Ceadeb, minha convenção estadual, na pessoa do senhor presidente, pastor Valdomiro Pereira da Silva; à Igreja do Brasil e do exterior; ao pastor José Wellington Costa Junior, presidente da CGADB, que enviou o pastor João Manoel, presidente da Ceades; ao irmão Ronaldo Rodrigues de Souza, diretor-executivo da CPAD, que enviou o pastor Luiz César Mariano, presidente do Conselho Fiscal da CGADB, para nos visitar enquanto internado, orando e me ungindo no hospital; aos meus pais, pastor Otávio Rendeiro de Jesus e Joselina de Almeida Rendeiro, que muito oraram por mim. Minha mãe disse que enquanto eu estava internado ela orou todos os dias às 4h30 da manhã por minha vida, dizendo a Deus: ‘Os pais não foram feitos para sepultar os filhos’”, lembra pastor Otávio em gratidão.

Em abril deste ano, Otávio retornou ao hospital para visitar um colega de ministério. Quando os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos o viram, alguns se emocionaram. “Pude ouvir de alguns deles: ‘Eu o vi morto algumas vezes. Achava impossível te ver bem e com vida, mas agora vamos nos alegrar’. Para eles, disse eu: ‘Quem dá a última palavra é Deus e graças a Ele estou vivo!’”, celebra pastor Otávio.

Compartilhe este artigo. Obrigado.

Comentário

Seu comentário é muito importante

Postagem Anterior Próxima Postagem