Os 112 anos das Assembleias de Deus e os seus valorosos obreiros

Os 112 anos das Assembleias de Deus e os seus valorosos obreiros

A partir de 18 de junho de 1911, num domingo, na cidade de Belém do Pará (PA), começam os primeiros momentos das Assembleias de Deus. Época de pioneirismo, dos primeiros missionários estrangeiros entre as Assembleias de Deus, uns servindo como pastores, outros como evangelistas, outros como doutrinadores, escritores e mestres; época da falta de recursos humanos, técnicos e monetários; época de dezenas de crentes indo a diferentes regiões do país como evangelistas itinerantes, outros trabalhando também como colportores, impulsionados pela chamada divina e o fogo do Espírito Santo aceso em seus corações, para ganhar mais pessoas para Cristo, apesar das fortes perseguições das outras denominações, de católicos e de não crentes; época da primeira geração de pastores nacionais.

Os primeiros pastores e evangelistas nacionais

Antes de as Assembleias de Deus terem completados dois anos, a falta de obreiros já era sentida em várias localidades onde igrejas e congregações se haviam estabelecido.

O primeiro crente das Assembleias de Deus no Brasil separado para o ministério pastoral foi Isidoro Filho. Ele foi ordenado pelo missionário Gunnar Vingren no princípio de 1912 para pastorear a igreja em Soure, na Ilha de Marajó, no Pará. O segundo pastor foi Absalão Piano, ordenado também por Vingren no princípio de 1913, em Rio Preto, Tajapuru do Norte. O terceiro foi Crispiniano de Melo, que serviu nas ilhas paraenses. O quarto chamava-se Pedro Trajano e o quinto foi Adriano Nobre, quando já se haviam passados cinco anos desde a fundação da Assembleia de Deus. Em 1918, Clímaco Bueno Aza, que até então era evangelista, foi separado para ser vir como pastor.

Para atender à necessidade sempre crescente de obreiros, a igreja de Belém reuniu-se no dia 15 de dezembro de 1919 com o objetivo de separar José Paulino Estumano de Morais para servir como pastor. O reforço de missionários suecos em 1921 não foi suficiente para atender aos apelos que chegavam dos campos de trabalho. A igreja necessitava de muitos obreiros. Atendendo a esses reclamos, a Assembleia de Deus de Belém separou, no dia 2 de março de 1921, Bruno Skolimowski para servir como pastor.

Logo a igreja de Belém recebeu a cooperação do pastor Plácido Aristóteles, homem de reconhecida capacidade literária, e do já mencionado pastor Pedro Trajano.

Em 1926, intensificaram-se os cultos em Niterói (RJ), tendo como pregadores Gunnar Vingren, Paulo Leivas Macalão, Palatino dos Santos, Napoleão de Oliveira, José Teixeira Rêgo e outros.

Outros pastores desse tempo de pioneirismo foram: José Felinto de Oliveira, Antonio Rêgo Barros, Vicente Sales Bastos, Cícero Canuto de Lima, Francisco Gonzaga da Silva, José Bezerra Cavalcante, José Marcelino da Silva, João Pedro da Silva, José Trigueiro da Silva e José Menezes.

Pastores na época da consolidação

As décadas de 30 a 50 são consideradas os tempos da consolidação das Assembleias de Deus no país. Elas já estavam iniciadas em 20 estados. No início dessa época, contavam com 16.000 membros e 150 igrejas. Das 21 igrejas principais no país nessa época, os missionários pastoreavam sete (Belém, Porto Alegre, Santos, São Paulo, Rio de Janeiro, Maceió e Recife) e exerciam sua liderança direta sobre os pastores de oito (Macapá, Salvador, Niterói, Aracaju, Campina Grande, Manaus, São Luís e Porto Velho). Ou seja, os missionários suecos detinham a liderança de mais de 70% das principais igrejas, sem contar a influência indireta em outros estados.

Era uma época ainda caracterizada por muito trabalho, pioneirismo, perseguições, mas de consolidação. As Assembleias de Deus alcançaram todas as capitais do país e suas grandes cidades. Nesse período, surgiram grandes obreiros, não somente para pregar e ensinar, mas para sustentar e conservar os princípios doutrinários esposados pela primeira geração de pastores. Eles dirigiram grandes igrejas, ministérios e convenções. Eram considerados colunas na sustentação e preservação da doutrina pentecostal e dos usos e costumes da Assembleia de Deus.

Paulo Leivas Macalão e o sueco Helge Fãllström foram ordenados pastores em 17 de agosto de 1930, os primeiros da Assembleia de Deus do Rio de Janeiro, por Gunnar Vingren e Lewi Pethrus, que passava pela capital federal com destino à primeira Convenção Geral em Natal (RN).

 Dentre vários pastores atuando nas Assembleias de Deus nesse período, além daqueles que já vinham atuando desde o período anterior, pode-se destacar Amaro Celestino, Francisco Pereira do Nascimento, Alcebíades Pereira de Vasconcelos, José Bezerra da Silva, Armando Chaves Cohen, José Pinto de Menezes, Manoel Germano Miranda, André Bernardino da Silva, Antonio Lemos, João Ungur, Paulo Kolenda Lemos, Francisco Puruense de Alencar, Eugênio Martins Pires, José de Souza Reis, Deocleciano Cabralzinho de Assis, Vital de Oliveira, Eugênio de Oliveira, João de Oliveira, Oscar Castello, Belarmino Pedro Ramos, Waldomiro Martins Ferreira, João Batista da Silva, Francisco Leopoldo Coelho, Agenor Batista de Azevedo, Euclides Arlindo da Silva, Aristóteles Bispo de Santana, Manoel Pessoa Leão, João de Paiva, Luís Gonçalves Chaves, Silvino Silvestre da Silva, Julião Silva, José Floriano Cordeiro, Jácomo Guide da Veiga, Antônio Inácio de Freitas, Divino Gonçalves dos Santos, Heitor Vieira da Rocha, Alfredo Reikdal, Francisco Vaz Neto, Hemetério Bertoldo da Silva, Antônio Tibúrcio Filho, Otoniel Alves de Alencar, Joviniano Rodrigues Lobato, Alfredo Rudzit e José Alves Pimentel.

Pastores da época da expansão

As quatro décadas seguintes são consideradas o período “áureo” das Assembleias de Deus no Brasil, quando a igreja alcançou maior crescimento. Época das grandes construções e realizações; das escolas e institutos bíblicos; do crescimento da Casa Publicadora (CPAD); dos escritores e da boa literatura, da imprensa falada e escrita. Época do “jubileu de ouro” e comemorações da Conferência Mundial Pentecostal no Brasil, de consolidação e de intensos debates nas assembleias gerais da CGADB. Época dos jovens pregadores cheios do Espírito Santo, do evangelismo em massa, da expansão missionária, das grandes cruzadas evangelísticas e de curas, dos congressos e confraternizações de jovens, dos pregadores eletrônicos, do rádio e da televisão, das Convenções e Ministérios, dos pastores presidentes, dos seminaristas e dos teólogos famosos, e, por outro lado, de surgimento de doutrinas falsas, do curandeirismo e da mistificação, do surgimento de igrejas sem os tradicionais usos e costumes e de pastores de poucas convicções doutrinárias pentecostais. Entretanto, as Assembleias de Deus alcançaram nesse período o maior índice de número de pastores. É o tempo da expansão. Tempo dos grandes templos. Tempo dos grandes eventos. Tempo de participação na política brasileira. Surgiu o maior número de obreiros de grandes responsabilidades.

Dentre vários pastores atuando nas Assembleias de Deus nesse período, além daqueles que já vinham atuando desde o período anterior, pode-se destacar: Satyro Loureiro, Antonieto Grangeiro Sobrinho, Arthur Montanha, Manoel Alves Ribeiro, Paulino Flávio Rodrigues, Paulo Belisário de Carvalho, Vicente Rêgo Barros, Eduardo Pablo Joerck, Delfino Brunelli, Agenor Alves de Oliveira, Geraldo Machado, João Alves Corrêa, Anselmo Silvestre da Silva, Túlio Barros Ferreira, José Pimentel de Carvalho, Rodrigo Silva Santana, Moysés Soares da Fonseca, José Rodrigues Sobrinho, Jovenal Pedro da Silva, José Amaro da Silva, Luiz Cesário da Silva, Natanael Beuttenmüller, José Apolônio da Silva, Emiliano Ferreira da Costa, Luiz Bezerra da Costa, Cristiano Alves Rodrigues, Antonio Alves Carneiro, Francisco Miranda, Estevam Ângelo de Souza, Antônio Petrolino dos Santos, Jaime Antônio de Souza, Álvaro Motta, Manoel Araújo, Samuel Bezerra Cavalcante, Eli-

seu Feitosa de Alencar, Manoel Antonio Batista, Leonardo Severo da Luz, Isaac Martins Rodrigues, Vicente Guedes Duarte, Benjamim Matias Fernandes, Firmino da Anunciação Gouveia, Joaquim Marcelino da Silva e José Wellington Bezerra da Costa.

por Isael de Araujo

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