Compartilhar a vida com alguém significa ser companheiro, ter contato pessoal, desfrutar da amizade e amor recíproco. Assemelha-se a um casal quando unido pelos laços do matrimônio a fim de andar, crescer e prosperar juntos, até que a morte os separe. Enquanto desempenhou o Seu ministério na Terra, o Senhor Jesus escolheu homens para estarem com Ele e trabalharem juntos para o Reino de Deus. O Mestre assim convidou: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles, deixando logo as redes, seguiram-no” (Mateus 4.19 e 20). Era grande a oportunidade que Jesus ofereceu àqueles homens, uma vez que o Mestre disse que os transformaria em representantes da pátria celestial e dignitários da vida espiritual que o Senhor iniciaria com a disseminação do Evangelho (Marcos 16.15). Uma vida superior a qualquer ofício, ocupação e dedicação que se possa ter nesta vida terrena. Os antigos pescadores de peixes passariam a pescar almas, considerando que para o Reino apenas uma vida representaria mais do que o mundo inteiro (Lucas 15.7). Grandes foram as experiências desses homens. Eles aprenderam com os ensinos de Jesus um caminho superior, o valor do ser humano, a manifestação do poder de Deus, as revelações dos valores espirituais, o valor de ser perdoado e perdoar. Esses homens, meros pescadores, tiveram o privilégio de provar as riquezas da eternidade.
Certa feita, Jesus conduziu Seus discípulos ao monte onde eles contemplaram a Sua glória e duas figuras importantes do Antigo Testamento: os profetas Moisés e Elias. Eles viram o que os profetas e rabinos tiveram conhecimento apenas pelos Escritos. Como Deus é incompreensível na Sua sabedoria (Romanos 11.33)! Aqueles pescadores que nada tinham a oferecer o Altíssimo os fez gloriosos. Diante da gloriosa revelação de Deus, o apóstolo João declarou: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.14). Em verdade, Jesus declarou: “Dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um como nós somos um” (João 17.22). Estes homens, ao caminharem com Jesus, aprenderam acerca da efemeridade da vida. Eles aprenderam que tudo é passageiro e que não devemos nos ocupar em demasia com os - muito menos colocar o nosso coração nos - bens terrenos. Mesmo que soframos e até entreguemos a nossa vida pelo nome de Jesus, o Senhor nos garante a Sua glória eterna. “Dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer, e ninguém os arrebatará da minha mão” (João 10.28).
Mas, o que é viver com Jesus? Significa estar de acordo com Ele, viver para Ele e por Ele. É proceder como Ele procedeu. É ter comunhão com o Pai celestial. É se esforçar para fazer a vontade dEle e negar a nossa (1 João 1.3). Jesus caminhou com os Seus discípulos e deu-lhes Seu amor. Alegrou-se e sofreu com eles. Sendo Jesus, o Senhor da Glória, servido e adorado por anjos (Hebreus 1.1-8), Ele disse aos que o seguiam que não mais os chamaria de servos, porque o servo sempre está alheio ao que o seu senhor faz, mas que seriam considerados seus amigos, porque lhes revelaria tudo o que fazia (João 15.15).
Aqueles que desfrutam comunhão com Jesus devem agradecer a Ele por tudo, considerando que a Sua vontade colocada em prática é bênção para todos nós, embora em algumas situações pareça difícil de compreender e de até sofrer, mas, no fim, entendemos que a Sua atitude é excelente para nós (Deuteronômio 8.16).
Nunca poderíamos viver com Deus se Jesus não viesse viver conosco. Muito embora os homens ímpios tenham devotado ódio à Sua pessoa. O apóstolo Paulo comentou sobre a morte de Cristo dizendo: “A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória” (1 Coríntios 2.8). O profeta Isaías o chamou de Emanuel, que quer dizer “Deus conosco” (Mateus 1.18). Deus concedeu a todos os homens o direito de escolher com quem desejam viver, de modo que viver com Deus é uma escolha nossa. Sendo que andar com Deus requer de nossa parte não andar de acordo com os reclames da sociedade pecaminosa, uma vez que o mundo jaz no maligno e este nunca está de acordo com o Espírito de Deus, muito menos em concordância com o amor de Deus Pai: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 João 2.15). Andar com Deus é andar cheio do Seu Espírito. É andar em vigilância e se afastar do pecado. É não se comprometer nem se envolver com qualquer espécie de mal (Efésios 5.10-12). Quem anda cheio do Espírito Santo desfruta de alegria, sabedoria, ousadia, amor e torna-se útil para toda boa obra. Onde um cristão se encontrar, ele está em louvor e oração, em profundo gozo no espírito, e seu desempenho é notório através de sábias respostas e argumentos.
por José Edson de Souza Filho
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