Liberta do poder das trevas por Jesus

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Mensagens de suicídio sumiram após conversão a Cristo e batismo no Espírito Santo

A perda do tio Agenor Pinto Ferreira foi traumática para a menina Evanilde Aparecida Silva, que não podia imaginar que tal tragédia poderia acontecer repentinamente e dentro de um ônibus. Como o familiar estava sem os documentos de identificação, os demais membros da família não tiveram como descobrir seu paradeiro, conseguindo localizar o corpo somente após três dias de buscas. “Naquela época, eu era uma criança com 10 anos de idade e esse acontecimento abalou o meu emocional. Foi algo tão traumático que passei a captar sugestões de suicídio em minha mente, através de pensamentos. Passei a visitar cemitérios e a querer ficar por lá, pois eu acreditava que apenas naquele ambiente é que eu poderia desfrutar a paz. Em minha mente, as sugestões davam conta de que a minha família toda viria a perecer, de modo que eu queria morrer primeiro. Lembro-me que alguém dizia: ‘Agora toda a sua família vai morrer e se você não morrer primeiro vai ficar sozinha no mundo’”, revela Evanilde.

A história de Evanilde é um exemplo dentre tantos outros casos espalhados mundo afora. De acordo com informações veiculadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi constatado que anualmente mais de 700 mil pessoas morrem devido ao suicídio, representando uma a cada 100 mortes registradas. Apesar disso, a organização informou que as taxas mundiais diminuem, menos na região das Américas, cujos números vêm crescendo. Entre os anos 2000 e 2019, a taxa global diminuiu 36%. No mesmo período, nas Américas, ocorreu aumento de 17% nas taxas. Entre o público jovem entre os 15 e 29 anos, a morte voluntária surge como a quarta mais recorrente, atrás de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

Os psicólogos e psiquiatras alertam que, de modo geral, transtornos mentais manifestam evidências através de mudanças no comportamento que trazem prejuízos no cotidiano dessas pessoas. Basta observar a mudança na conduta do indivíduo e como isso passa a prejudicá-lo, seja no trabalho, na vida social, na vida escolar ou em qualquer outro âmbito. As alterações devem servir de alerta. Os pais devem ficar atentos ao comportamento das crianças e adolescentes, e não desprezar os sinais: mudanças na rotina do sono (insônia ou alteração de horários para dormir e acordar); isolamento da família e do contato social de forma repentina; comentários como “Eu prefiro morrer do que passar por isso”; uso de roupas de mangas longas, mesmo quando está calor (o comportamento pode indicar marcas de automutilação nos braços ou antebraços); e diminuição do rendimento escolar.

À noite, momento no qual a menina ansiava por um sono tranquilo, um turbilhão de informações desconexas polvilhavam em sua imaginação pueril. O medo e a desconfiança de que algo tenebroso poderia acontecer consigo ou com qualquer outro integrante da família eram reais e o temor aumentava ainda mais. Nesse período de sua vida, a menina ainda não comungava a fé evangélica, contudo nutria simpatia pelos chamados “crentes” que cultuavam o seu Deus, evangelizavam e convidavam os vizinhos para suas reuniões. “Embora ainda não sendo evangélica, eu gostava dos crentes, pois havia uma senhora que morava nas proximidades e chegou a me levar para os cultos algumas vezes quando eu era mais nova, cerca de 6 anos de idade. Na época que passei a cortejar a morte, eu não frequentava mais as reuniões”, conta. 

Diante de uma situação tão complexa para uma mente tão jovem, como se comportaram os pais e demais familiares de Evanilde? A menina já havia perdido a mãe Maria Aparecida Ferreira da Silva. Quanto ao pai Francisco Esteval da Silva, que comungava a fé católica mas – seguindo uma tradição religiosa brasileira – também flertava com o espiritismo, conduzia a filha para visitas à benzedeira a fim de alcançar “graças”, ao submeter a menina às orações da religiosa. Por sua vez, o pai nada podia fazer além do que sabia, porque a menina guardou o drama das mensagens malignas consigo mesma e sofreu calada, apesar de manifestar sinais de que algo estava errado em sua vida. Evanilde lembra que as mensagens deixavam claro que o seu caso era perdido, não havia solução, portanto não adiantava comentar com ninguém, com a solução sendo acabar com o sofrimento através do suicídio. 

“Não esbocei nenhuma iniciativa, não procurei nenhum familiar para fazer comentários. Apesar disso, o Senhor revelou para minha vizinha evangélica (in memorian) que havia algo errado com a maneira pela qual eu olhava para a água do poço. Eu não posso calcular quantas vezes aquela senhora me viu debruçada sobre o poço, mas a minha postura a levou a procurar o meu pai e o alertar de que havia algo errado comigo e que eu precisava de ajuda. A minha mãe já havia morrido e as pessoas com quem tive que contar foram o meu pai e minha irmã Vanda Maria da Silva, então com 12 anos de idade”, relata. 

Com o passar do tempo, a situação complicou-se na mente da menina, que não vislumbrava uma saída: todos os dias, a mensagem de acabar com a própria vida continuava sem que ninguém pudesse ajudar com conselhos ou mesmo atendimento psiquiátrico. Finalmente, chegou um momento em que o desejo de pôr fim à própria vida tornou-se insuportável e não houve outra alternativa senão buscar ajuda no Criador. “Fui conduzida a várias igrejas entre os 10 e 13 anos, mas sem resultados positivos. Ainda continuava um desejo muito grande de pôr fim à minha vida. Quando completei 13 anos, eu voltei a comparecer aos cultos na mesma igreja que a minha vizinha frequentava e a partir deste momento percebi que aquelas sugestões diminuíram até desaparecerem por completo. Após cinco anos de minha conversão à Cristo, eu desci às águas batismais. Eu comecei a ter uma nova vida, agora com Cristo, e a velha vida ficou no passado”, celebra Evanilde.

A jovem recebeu a Jesus como Salvador pessoal na Cruzada Nacional de Evangelização, depois ela migrou para a igreja O Brasil para Cristo. O pastor que a acompanhou não deixou de exortá-la a descer às águas batismais, embora tivesse que enfrentar a resistência da convertida, já que ela mesma imaginava que desistiria de ser crente. Até que finalmente ela foi batizada no dia 15 de dezembro de 1974.

Hoje em dia, Evanilde nem lembra a jovem que ouvia mensagens contra a sua vida. Ela faz parte da membresia da Assembleia de Deus em Várzea Paulista (SP), anuncia a Palavra de Deus e manifesta a sua felicidade em fazer parte do aprisco de Jesus que, segundo Evanilde, “me resgatou da morte para me oferecer vida. Eu fui batizada no Espírito Santo em outubro de 1974. A minha família serve ao Senhor em sua Seara. Eu tenho razões de sobra para agradecer a Deus pelos  benefícios que realizou em minha vida”, alegra-se.

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