Porque Jesus chama Pérgamo de “trono de Satanás”?

Porque Jesus chama Pérgamo de “trono de Satanás”?

O que há na história e na Bíblia que nos clareie o entendimento de Apocalipse 2.13?

Quando estive no verão de 2014 na Turquia pregando sobre as sete igrejas da Ásia, todas elas me chamaram a atenção, conforme o relato bíblico e a documentação histórica. Porém, na cidade de Pérgamo, fiquei impressionado com a estrutura geográfica onde ela se mantinha. Não é por acaso que o nome Pérgamo significa “purgos”, fortaleza, espaço fortificado, torre, castelo. Com relação à sua suposta significação de “casada”, que é mais comum entre os cristãos, é por causa de seu casamento com o mundo, a cultura da época, sua fusão de igreja com estado, principalmente nas questões religiosas e idólatras. A igreja do Senhor em Pérgamo se aliou ao culto mundano, por isso Jesus se identifica em Apocalipse 2.12 como Aquele que tem a espada de dois fios. O que uma igreja que professa a fé em Cristo e faz concessões ao mundo precisa saber? Que nosso Senhor maneja uma espada de dois fios, a poderosa Palavra de Deus, e está sempre pronto a agir!

No tocante a Pérgamo ser classificada como “trono de Satanás”, primeiro temos o lugar onde a igreja de Cristo estava: “Eu sei [...] onde habitas” (Apocalipse 2.13a). Ou seja, Jesus sabe precisamente onde está a Sua Igreja. Ele não somente sabe onde ela está como também sabe o que ela pratica. “Eu sei as tuas obras” (2.13a). Onde a Igreja de Cristo estava localizada havia várias espécies de cultos pagãos em adoração a Zeus, deus do Olimpo; Dionísio, deus do vinho; Afrodite, deusa do amor (prostituição); Esculápio, deus da medicina. Ainda havia culto à personalidade, pois Pérgamo era a principal província da Ásia sob o domínio do imperador romano. Esse culto era mais uma forma de falsa religião usada pelas forças de Satanás. A Igreja de Cristo estava sob a influência desses cultos com um panteão repleto de deuses falsos e ainda seguia doutrinas que contradiziam a Palavra de Deus, como as doutrina de Balaão e dos nicolaítas. O “trono de Satanás” denunciado por Cristo era justamente a adoração que se fazia a Satanás através da idolatria, oferendas, festas bacanais (prostituição a céu aberto) e o culto ao homem. Com intuito de enaltecer o imperador, foi dedicado, aproximadamente no ano 29 a.C., um templo a Augusto em Roma, e isso oficializou também o culto ao imperador em Pérgamo. Desse modo, a adoração religiosa pagã ali se centralizou e consolidou. Com isso, o culto ao imperador em Pérgamo reafirmou o “trono de Satanás”. Esse trono ou altar era o mais famoso do mundo antigo, mas as outras formas de adoração por parte das demais culturas religiosas que ali viviam não foram eliminadas.

Há também, segundo alguns estudiosos no assunto, a explicação de que o “trono de Satanás” pode também significar uma colina que havia por trás da cidade, com cerca de 300 metros de altura, na qual havia muitos templos e altares dedicados ao paganismo. Essa colina podia ser um monte ou o “trono de Satanás”, em contraste com o “Monte de Deus” (Isaías 14.13).

A história não versa distante daquilo que a Bíblia tem provado sobre as pretensões humanas em criar e seguir cultos diabólicos, a exigência da adoração humana a ídolos e a perseguição aos que professam uma fé genuína em Cristo. Temos, sim, na história e na Bíblia, a tentativa dos homens em preencher o vazio do seu coração com cultos e adorações fúteis que destroem seus princípios morais e valores espirituais. Isso, inevitavelmente, levou ao longo da história e até os nossos dias a uma crise profunda da sua identidade como criaturas constituídas por Deus. Na verdade, muitas pessoas não se importam mais com o que é certo ou errado, pois estão perdendo seu juízo de valor. Que o eterno Deus se apiede dessas vidas e que se arrependam, como foi dito à Igreja em Pérgamo.

por Esdras Cabral de Melo

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