Afinal, qual foi considerado o mais significativo profeta bíblico: Moisés (Deuteronômio 34.10) ou João Batista (Mateus 11.11)?

Afinal, qual foi considerado o mais significativo profeta bíblico: Moisés (Deuteronômio 34.10) ou João Batista (Mateus 11.11)?

Como saber qual dos dois profetas foi considerado o mais relevante enquanto cumpriam seu ministério terreno?

Os dois personagens bíblicos são de extrema relevância. Ambos os profetas foram poderosamente usados por Deus para cumprir seus propósitos. Moisés, libertador e legislador do povo israelita, destacou-se pelo relacionamento profundo que tinha com o Senhor. Moisés comungava com Deus como nenhum outro homem. Viveu experiências tremendas desde seu chamado, libertação do povo e peregrinação pelo deserto com sinais e maravilhas. Escritor do Pentateuco – que é chamado, muitas vezes, nas próprias escrituras, como a “Lei de Moisés” (Josué 8.32; Daniel 9.11; Malaquias 4.4; Lucas 24.44; João 7.19; Atos 13.39) –, mas também não significa que ele viu a face do Eterno (Deuteronômio 4.15; Êxodo 33.11,20). Moisés foi responsável por instituir a nação, mediar a relação entre Deus e Israel, julgar e conduzir o povo à Terra Prometida. 

No capítulo 11 do Evangelho de Mateus, o Senhor Jesus faz referência a João Batista e seu ministério. O Nazareno começa a observação da nobreza espiritual de João e faz algumas perguntas ao povo sobre quem foram ver no deserto. Alguns contrastes são feitos com destaque ao caráter firme e intransigente de João, diferente de uma cana agitada pelo vento (Mateus 11.7); sua forma grosseira de se vestir com pelos de camelo, nada parecido com os reis (Mateus 11.6). Mas o Senhor enfatiza que os judeus foram ver um profeta, e mais que isso. De fato, foi mais que isso, pois foi o precursor de Cristo e apontou diretamente para ele: “Eu vi e tenho testificado que este é o filho de Deus” (João 1.34). João, o Batista, foi privilegiado por chamar uma nação ao arrependimento e apontar o Messias: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1.29). E Jesus continua: “Entre os que de mulher têm nascido, não apareceu ninguém maior do que João Batista” (Mateus 11.11). A expressão “nascido de mulher” era “comum tanto no judaísmo quando no Antigo Testamento para designar os seres humanos” (p. ex., Jó 14.1) (Graig S. Keener, Comentário Histórico-Cultural da Bíblia, Vida Nova, 2014, p. 78). De qualquer forma, Jesus continua a enfatizar a missão de João como o anjo que Deus enviou para preparar o caminho para o Messias (Mateus 11.10). 

Na continuação do versículo 11, porém, Jesus diz que “aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele”. Interessante essa fala do Senhor, pois coloca o crente hoje em um patamar mais elevado que o profeta, porque veria a culminação de Cristo participando de seus benefícios. Nas palavras de Scroggie: “No que diz respeito aos privilégios, o menor crente nesta dispensação é maior que o chefe da dispensação anterior. A diferença está determinada pela distância entre o Evangelho e a Lei”. Isso significa que, ao olharmos de volta para a cruz de Cristo, podemos ver sua obra expiatória completa, algo que João não viu, e declarar de forma mais plena o significado de sua vida, morte e ressurreição aos pecadores.

Podemos dizer que Moisés foi o maior profeta que Israel já teve, mas João é chamado de “alguém maior”, não porque realizou obras maiores do que Moisés, mas por causa de seu relacionamento profético com o Messias, como o precursor de Cristo, aquele que preparou o caminho para o Senhor e que pôde apontar para ele.

 Por Henrique Pesch.

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