O homem propõe e Deus dispõe

O homem propõe e Deus dispõe

Essa expressão popular, título deste artigo, está alinhada a uma verdade incontestável encontrada em Provérbios 19.21: “As pessoas fazem planos, mas quem decide é Deus, o SENHOR” (NTLH). Anteriormente, no capítulo 16 e versículo um deste mesmo livro, o autor afirma, com outras palavras, essa mesma ideia: “As pessoas podem fazer seus planos, porém é o SENHOR Deus quem dá a última palavra”. O contexto em que está inserido esses versículos mostra que, embora o homem seja encorajado a adquirir sabedoria e fazer planos, nem por isso está liberado da dependência do Senhor. O ser humano, com a capacidade cognitiva e o livre arbítrio que Deus lhe dotou, é capaz de planejar e executar seus propósitos alcançando certo sucesso ao leva-los à realidade por meio de suas próprias forças e inteligência. Porém, jamais poderá ignorar esta realidade: o homem propõe e Deus dispõe; ou seja, a pessoa não governa plenamente seu destino, não tem controle total e não pode prever com absoluta certeza o desfecho de seus projetos.

Desde o início de 2019, a pandemia provocada pela Covid-19 vem demonstrando a veracidade dessa afirmação na vida de todos os seres humanos: o homem propõe e Deus dispõe. Quantos projetos foram frustrados, tiveram seus cursos interrompidos, adiados, alterados e, em muitos casos, inviabilizados. Mudanças radicais de comportamento jamais imaginadas tiveram que ser implementadas da noite para o dia. As pessoas ficaram impotentes diante de um inimigo invisível, mas letal. As medidas emergenciais adotadas pelas autoridades sanitárias não foram suficientes para conter a propagação do novo coronavírus. Desencadeou-se uma corrida desenfreada em busca de um antídoto capaz de conter esse inimigo que alcança todas as classes sociais, ceifando inúmeras vidas. Essa experiência inusitada vivida pela humanidade conduziu-a a uma condição que os antropólogos denominam de “presentismo forçado”: um sentimento de estar preso no presente combinado com a incapacidade de planejar o futuro. Realmente, o futuro tornou-se, diante deste contexto, ainda mais imprevisível. Vê-se em tudo isso a confirmação de mais uma verdade, contida em Provérbios 21.30: “A sabedoria, a inteligência e o entendimento das pessoas não são nada na presença do SENHOR” (NTLH).

Essa nova realidade vivida pela sociedade contemporânea tem levado as pessoas a refletirem, com alguns se perguntando: “Por que Deus permite essa doença com consequências tão trágicas?”. A Bíblia, particularmente o Antigo Testamento, descreve inúmeras ocasiões em que Deus trouxe pragas e doenças sobre o Seu povo e Seus inimigos para mostrar o Seu poder (Êxodo 9.14,16). Deus pode ter permitido essa praga para demonstrar o Seu controle soberano sobre doenças e outras aflições que afligem a humanidade. Para alguns, é difícil imaginar um Deus amoroso e misericordioso permitindo um flagelo como esse. Mas Deus tem os Seus propósitos, normalmente com o objetivo de conduzir a humanidade ao arrependimento e à restauração.

No Novo Testamento, encontramos inúmeros relatos de Jesus curando “todo tipo de doenças e enfermidades”, bem como pragas (Mateus 9.35; 10.1; Marcos 3.10). Da mesma maneira como Deus escolheu usar pragas e doenças para mostrar o Seu poder aos israelitas, Jesus curou como demonstração do mesmo poder para comprovar que era verdadeiramente o Filho de Deus. Jesus outorgou o mesmo poder de cura aos discípulos para autenticar o ministério deles (Lucas 9.1). Deus ainda permite a doença para os Seus próprios propósitos (Provérbios 16.4), mas, às vezes, as doenças, até mesmo as pandemias mundiais, são simplesmente as consequências de vivermos em um mundo caído. Não há como determinar se uma pandemia tem ou não uma causa espiritual específica como foi na época de Moisés, mas sabemos que Deus tem o controle soberano sobre todas as coisas (Romanos 11.36) e as usa para o bem daqueles que O conhecem e amam (Romanos 8.28).

A ocorrência de doenças como o novo coronavírus é um prelúdio de pandemias que farão parte do fim dos tempos. Jesus se referiu a pragas futuras associadas aos últimos dias (Lucas 21.11). As duas testemunhas de Apocalipse 11 terão poder “para ferir a terra com todo tipo de flagelos, tantas vezes quantas quiserem” (Apocalipse 11.6). Sete anjos causarão sete pragas em uma série de julgamentos finais e severos, descritos em Apocalipse 16.

Para quem ainda não tem Jesus Cristo como Salvador, a disseminação de doenças como a Covid-19 deve ser um lembrete de que a vida nesta terra é passageira, tênue e pode se esvair a qualquer momento. Sabemos que, por pior que sejam as pandemias, no inferno será pior. O cristão, porém, tem a certeza da salvação e a esperança da eternidade por causa do sangue de Cristo derramado na cruz por nós (Isaías 53.5; 2 Coríntios 5.21; Hebreus 9.28).

Este é um momento em que devemos aproveitar a oportunidade de as pessoas estarem com medo de perder suas vidas, estarem mais dispostas a refletir sobre a eternidade, e falar-lhes do Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Referências

CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Milenium, 1982. 

CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Milenium, 1982.

RINGEL, Felix. Como a pandemia mudou nossa percepção do tempo. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/externo/2020/06/26/Como-a-pandemia--mudou-nossa-percep%C3%A7%C3%A3o--do-tempo>. Acesso em: 2 ago. 2021.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

O que a Bíblia diz sobre doenças pandêmicas? Disponível em: <https://www.gotques-tions.org/Portugues/doencas-pandemicas.html>. Acesso em: 2 ago. 2021.

Por Esli de Souza.

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