Os três conselhos de Romanos 12.12

Os três conselhos de Romanos 12.12

Vivemos dias desafiadores no Brasil e em todo o mundo. Em meio a problemas nas áreas da saúde e finanças, um mal tem atingido especialmente a sociedade: a ansiedade. Ansiedade é a mente indo mais rápido que a vida. Como se comportar em meio a tudo isso? Como enfrentar todos estes desafios? O apóstolo Paulo nos traz, na sua Carta aos Romanos, capítulo 12, versículo 12, três conselhos preciosos, sempre muito oportunos e principalmente agora, para o período em que estamos vivendo. São os três conselhos que destaco a seguir:

1. “Alegrai-vos na esperança” – O primeiro conselho fala de dois temas muito importantes: alegria e esperança. Quanto à alegria, é bastante oportuno lembrar que este mesmo Paulo, ao escrever a Carta aos Filipenses, uma das epístolas conhecidas como “Epístolas da Prisão”, entre as quais também estão Efésios, Colossenses e Filemon, disse: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos” (Filipenses 4.4). Como alguém estando preso pode dizer aos outros que se alegrem? É que Paulo conhecia uma alegria que não é movida por circunstâncias. Sim, é possível desfrutar desta alegria em meio às adversidades do tempo presente, porque nossa alegria é Alguém que vive em nós. Devemos nos recordar do que disse Neemias: “A alegria do Senhor é nossa força (Neemias 8.10).

Paulo ainda disse que devemos nos alegrar na esperança, ou seja, viver com expectativa de que coisas maiores e melhores estão por vir e, acima de tudo, a bendita esperança do retorno de nosso amado Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Sobre a esperança, vejamos: 1) Existem os que não têm mais esperança. Devido à realidade do mundo atual, muitos não conseguem enxergar uma luz no fim do túnel, chegando a tirar a própria vida, quando na verdade o que querem é matar a sua dor. Porém, em meio a um mundo de tantas notícias ruins, o Evangelho continua sendo as Boas Novas de Salvação em Cristo Jesus. A Igreja tem esta mensagem, que não pode deixar de anunciar através de todos os meios possíveis: uma mensagem de fé, alegria e esperança em meio a tempestade!

2) Existem aqueles que têm esperança, mas uma falsa esperança, confiando “em carros e cavalos” (Salmo 20.7). Como o tempo presente tem mostrado, tudo pode mudar da noite para o dia, de uma hora para outra. Por isso o salmista conclui: “..., mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus” (Salmos 20.7). Bem-aventurado é o homem e a mulher que põem no Senhor a sua confiança (Jeremias 17.7)!

3) A terceira categoria são aqueles que têm uma bendita esperança. “Fomos gerados para uma viva esperança”. Existe um ditado na sociedade que diz que “a esperança é a última que morre”, mas, segundo afirma o apóstolo Pedro, fomos gerados para uma esperança que nunca morre (1 Pedro 1.3).

2. “Sede pacientes na tribulação” – Nesta segunda recomendação do apóstolo Paulo, temos mais dois temas importantes: paciência e tribulação. A maioria das pessoas tem dificuldades com o tema paciência. Em situações nas quais é necessário esperar, fica claro que não se tem controle sobre as circunstâncias. A maior parte de nós tem dificuldade com o Salmo 40 (“Esperei com paciência no Senhor”, v.1), mas apreciamos o Salmo 70 (“Apressa-te, ó Deus...”, v.1). Na realidade, perdemos muitas bênçãos por falta de paciência. O dia mal passa! A previsão é muito simples na caminhada da vida: muitos dias bons, alguns dias maus (Efésios 6.13), mas a boa notícia é que Deus está em todos eles (Mateus 28.20).

Em períodos como os que estamos vivendo, muitos se precipitam em tomadas de decisões, não levando em conta que toda tomada de decisão com sabedoria deverá possuir três ingredientes: oração, análise e muita paciência. Nunca tome uma decisão sem colocar Deus à frente, pois nosso Deus conhece além da curva. Análise é levar em conta tudo que envolve essa tomada de decisão e as possíveis consequências. Em tempos turbulentos, não se tem a clareza suficiente para enxergar tudo que está em jogo. Então, o que fazer? O terceiro ingrediente: “muita paciência”! O dia mau passa.

Acerca da tribulação, faz-se necessário distinguir prova e consequência. A tendência é, quando passamos um período de tempestades, vendavais e turbulências em nossa vida, dizermos que tudo é prova. Mas, nem sempre é. A maior parte das vezes é consequência. Por exemplo, decisões tomadas sem buscar a direção de Deus, um sábio conselho ou usar os três ingredientes que mencionamos acima (oração, análise e muita paciência); logo, dá tudo errado. Chamamos a isso de prova, mas é consequência. Quando isso ocorre e compreendemos que o que estamos vivendo é consequência de algo, é pedir misericórdia a Deus e aprender com esses erros para não tornarmos a cometê-los. Se é prova, o melhor é confiar em Deus e lembrar que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que O amam (Romanos 8.28). Por isso, podemos em tudo dar graças (1 Tessalonicenses 5.18), pois todas as coisas contribuem para nosso bem.

3. “Perseverai na oração” – Finalmente, Paulo nos admoesta: “perseverai na oração”. Dois temas bastante relevantes: perseverança e oração. É bom lembrar que a carreira cristã não é de velocidade, mas de perseverança; não é de quem corre mais e nem de quem chega primeiro, é de quem não desiste no meio do caminho. A caminhada que Deus nos propõe não foi para parar no meio do caminho. Vencedor é quem vence a dor. O Senhor Jesus disse às sete Igrejas do Apocalipse: “Ao que vencer”. Paulo conclui: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4.7). Receba ânimo da parte do Senhor ao ler estas palavras (Josué 1.9)! Já acerca da oração, é muito significativo ver o pedido dos discípulos a Jesus em Lucas 11.1: “Ensina-nos a orar”. Eles observavam a vida de oração de Jesus e os resultados, e também as suas próprias vidas e as muitas frustrações. Orar é otimizar o tempo. Jesus ensinou no Sermão do Monte: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está em oculto; e teu Pai, que vê o que está em oculto, te recompensará” (Mateus 6.6). Nossas batalhas são ganhas no lugar secreto. Tenha um local em sua casa para o devocional diário, seu quarto de guerra! Não só quando vai pregar e/ou ensinar, mas tenha um devocional diário para investir na comunhão com o Espírito Santo. Falta de direção muitas vezes é falta de comunhão. É oportuno ainda lembrar que “Deus é galardoador daqueles que o buscam” (Hebreus 11.6).

Lembremos também do que disse Tiago: “...a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.16). Lembremos também da recomendação de Paulo em 1 Tessalonicenses 5.17: “Orai sem cessar”. Orar antes de fazer algo é dependência; orar depois de fazer é gratidão; orar sempre é comunhão! Esteja você vivendo dias bons ou ruins, como já foi dito acima, Deus estará em todos eles. “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”.

Por Agnaldo Betti.

Compartilhe este artigo com seus amigos.

Comentário

Seu comentário é muito importante

Postagem Anterior Próxima Postagem