Mensagens enriquecedoras do Salmo 23

Ao lermos o Salmo 23, estamos diante de um cântico que vem como uma oração a nossa alma e serve de conforto a inúmeras pessoas nas piores circunstâncias. Ele contém um tripé que não pode faltar em nossa vida: fé, confiança e esperança. Ele nos mostra a presença constante de Deus em nossas vidas. “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará” (v.1): pode nos faltar o luxo e algumas coisas, mas o Senhor nunca nos faltará. Esse monossílabo “meu” indica que ter relacionamento com Deus é a nossa maior realização pessoal e mostra a nossa total dependência dEle, o nosso Jeová Jiré, o Senhor que provê.

No versículo 2 (“Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas”), observamos dois elementos essências que não podem faltar em nossa vida: “verdes pastos” (palavra) e “águas tranquilas” (lugar de confiança). O Senhor não conduz as Suas ovelhas a pastos murchos e secos, nem as leva a águas barulhentas. O Bom Pastor conduz a um pasto fértil, que traz crescimento, provisão e satisfação. Ele é Jeová Shalon, a nossa Paz.

Assim lemos no versículo 3: “Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome”. Só a voz tranquilizadora de Deus traz alívio à nossa alma. Ele nos conduz na direção correta, nos afasta dos maus hábitos. Quando a alma fica triste, o Senhor a refrigera; quando é pecadora, Ele a santifica; e quando é fraca, Ele a fortalece. Assim, podemos orar: “Oh, Senhor restaura a minha comunhão contigo, pois sem ela não há alegria para viver”. Ele é o nosso Jeová Rafa, o Senhor que sara. Ele me guia pelas veredas da justiça para que eu não ande pela vereda do erro. A vereda da justiça nos leva a um limite que não pode ser ultrapassado; é um lugar de contínua bênção que nos faz chegar ao nosso destino que é o Céu.

O versículo 4 afirma: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam”. Aqui, vemos a presença garantida nas dificuldades. Ele está conosco nos conduzindo à Vida Eterna. Vara e cajado ajudam o pastor a conduzir o rebanho. Os dois têm sua função específica. A vara pastoril serve para reconhecer, contar, estimular, tirar as ovelhas do conformismo, da preguiça, tornando-as mais ativas e fervorosas. O cajado, por sua vez, serve para tirar as ovelhas do perigo, trazer para perto. Algumas querem andar sós, acham que são independentes, não tendo ideia do perigo que está à volta, por isso o pastor as puxa e coloca de volta ao rebanho, pois Ele é o nosso Jeová Shama, “o Senhor está ali” – “Tu estás comigo”. O Salmo 34.7 diz: “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra”. Este cântico tem sido entoado em muitos leitos de hospitais trazendo esperança.

“Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda” – assim lemos no versículo 5. Isso nos aponta para paz em meio à adversidade. O salmista detalha a segurança que Deus nos proporciona mesmo com o inimigo à porta querendo nos atacar. O homem bom possui inimigos, pois é semelhante ao seu Senhor. Não ouvimos o conselho de ímpios, não andamos no caminho dos pecadores e nem nos assentamos na roda de escarnecedores. É extremamente necessário receber essa unção diária para vencer os desafios. Unção mostra amor, alegria e proteção. Os pastores tinham o costume de ungir a cabeça das ovelhas para evitar que as moscas varejeiras inflamassem os animais, pois isso causava prejuízo. Elas ficavam se debatendo e se machucando. Essa estratégia era excelente, pois as moscas não gostavam do óleo de azeite. Nós precisamos ser ungidos constantemente para as perturbações não virem à nossa mente. Vemos muitos enfrentando problemas psicológicos, emocionais e até tirando a própria vida, mas o bom pastor quer nos ungir para ficarmos fortes, saudáveis e vivermos uma vida com abundância. A depressão, a síndrome do pânico e a tristeza não vão nos alcançar. O salmista ainda complementa: “O meu cálice transborda”. A providência de Deus é abundante. Ele supre as nossas necessidades. Somos pessoas satisfeitas nEle. Fique tranquilo: Deus não depende dos nossos inimigos para nos abençoar. Os homens maus não passam de homens; Deus é Deus. O homem que Ele abençoa será abençoado. Ele é o nosso Jeová Nissi, o Senhor é a minha bandeira! Arremata o salmista: “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias” (v.6). A bondade atende às nossas necessidades e a misericórdia destrói os nossos pecados. Essas irmãs gêmeas demostram o amor leal de Deus. No exercício de sua função, os pastores utilizavam cães que os ajudavam a cuidar das ovelhas, os quais eram tidos como a bondade e a misericórdia trazendo proteção ao rebanho, espantando qualquer animal feroz que se aproximasse das ovelhas. Eles estavam à frente trazendo segurança em todo trajeto. Deus coloca ao nosso favor anjos que manifestam a Sua bondade e a Sua misericórdia. Aonde atuamos elas nos acompanharão, seja em nosso trabalho, em momentos de grande desafio, em nossa família, na sociedade, pois em todas as áreas existem pessoas melhores, iguais ou piores que nós, e o que nos difere dos tais é termos a bondade e a misericórdia de Deus sobre as nossas vidas.

Precisamos reconhecer Deus em todos os nossos caminhos, pois assim Ele irá nos reconhecer. As grandes bênçãos de Deus não são as que procuramos, mas, sim, as que vêm ao nosso encontro. A graça dEle nos torna atraentes. O salmista encerra dizendo: “E habitarei na casa do Senhor por longos dias”. Davi não abria mão de estar na casa do Senhor. Estar na igreja edifica a nossa fé. Quando chegamos tristes, saímos alegres, temos a esperança renovada. Davi reconhecia o Senhor como Pastor de sua vida. Façamos o mesmo.

Por Fernando Lúcio.

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