Adão e Eva já sabiam o que era a morte antes do pecado?

Adão e Eva já sabiam o que era a morte antes do pecado?

Como entender o aviso divino quanto ao castigo infligido ao primeiro casal (Gênesis 2.17)? Eles tinham noção do que representava a morte?

Ao ser advertido por Deus a não comer da árvore da ciência do bem e do mal — pois, se viesse a fazê-lo, morreria —, Adão já sabia o que era a morte? Posso adiantar que o nosso primeiro pai já tinha pleno entendimento do que significava a morte. Isso porque o Senhor, ao adverti-lo quanto às consequências do pecado, fora-lhe claro, direto e pedagógico. Aliás, é o que o Criador continua a fazer, ainda hoje, em relação a todos os descendentes de Adão e Eva, conforme declara o apóstolo Paulo: “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Romanos 1.20).

O texto sagrado deixa bem patente, conforme lemos, que cada ser humano possui, de per se, um claro entendimento acerca das demandas e reivindicações do Criador. Logo, Adão não ignorava o que lhe aconteceria caso desobedecesse às ordens divinas.

Criado à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1.26,27), o ser humano sempre se diferençou em relação às criaturas do reino animal, em virtude de seu relacionamento direto, pessoal e racional com o Senhor, conforme escreve o Salmista: “Que é o homem mortal para que te lembres dele? Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste” (Salmos 84,5).

A advertência de Deus a Adão deve ser vista como severíssima e bem explicitada: “Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2.17). Logo, o primeiro homem tinha pleno entendimento do que era morrer, mesmo não tendo presenciado ainda a morte de um ser semelhante a si. O aviso de Deus a Adão era claro em si mesmo; não exigia maiores e mais aprofundadas interpretações.

Tinha o primeiro homem, outrossim, perfeito entendimento de que o pecado não somente trazia implicações físicas, mas principalmente espirituais. Ao pecar, Adão experimentou, em primeiro lugar, a maior angústia de sua existência – a morte espiritual, tendo, como resultado, a separação de Deus. Ato contínuo, ele foi, ainda em consequência de seu pecado, lançado fora do paraíso, conforme lemos em Gênesis 3.23: “O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado”. Quanto à morte física, Adão não a experimentou imediatamente, pois teve ele uma longa vida: viveria ainda 930 anos, conforme lemos em Gênesis 5.5: “E foram todos os dias que Adão viveu novecentos e trinta anos; e morreu”.

Por conseguinte, Adão, ao ser advertido pelo Senhor quanto às consequências de se comer da árvore da ciência do bem e do mal, sabia perfeitamente o que representava a morte. Conquanto ainda não a tivesse presenciado, sabia ainda o que ela representaria na experiência humana. Só o Senhor Jesus pode neutralizar os seus efeitos, conforme escreve Paulo: “E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15.54-57).

Por Gilberto Corrêa de Andrade.

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