Esteja sempre preparado. Ao ser impulsionado pelo Espírito a aproximar-se da carruagem do eunuco, Filipe estava preparado para apresentar-lhe uma pregação cristocêntrica, que culminaria com o batismo em água. O resultado foi excelente porque ele estava no centro da vontade de Deus. Quando surge uma oportunidade, precisamos estar preparados, como Filipe, que era cheio do Espírito e sabia interpretar corretamente as profecias messiânicas (Atos 6.3; 8.26-35). Lembremo-nos de que o Paráclito e a Palavra de Deus jamais se contradizem. Quem se julga espiritual deve conhecer e amar a Bíblia, e quem seguir a Bíblia, deve andar segundo o Espírito.
Tome a iniciativa. Como “pescadores de homens”, precisamos de uma boa “isca” para iniciar um diálogo sobre Jesus, a qual pode ser uma pergunta: “Entendes tu o que lês?” (Atos 8.30). No entanto, ao usar esse recurso, devemos ter prudência. Há alguns anos, soube de um irmão que era barbeiro e estava ansioso para evangelizar seus clientes. Ele resolveu iniciar um diálogo sobre a salvação com um cliente fazendo-lhe uma indagação. Segurando uma navalha, perguntou-lhe: “Você tem medo da morte?” Ainda com o creme de barbear no rosto, o homem fugiu, deixando seus pertences. Que tipo de pergunta podemos empregar? Eis alguns exemplos: “Você já conhece a Jesus?” (chama a atenção para uma necessidade); “Você está feliz?” (desperta um desejo); “Você é cristão?” (gera curiosidade). E assim por diante.
Conduza o diálogo com sabedoria. Quando evangelizou a samaritana, o Mestre teve iniciativa e superou todos os obstáculos que se lhe apresentaram (João 4.7-26). Como resultado, essa mulher deixou seu cântaro e foi falar de Jesus aos moradores de sua cidade (vv. 28,29). Quando Ele iniciou o diálogo, ela o desprezou, chamando-o de “judeu” (v. 9). Depois, passou a tratá-lo respeitosamente como “senhor” (v. 11). Superado mais um obstáculo, chamou-o de “profeta” (v. 19). E, finalmente, transpostas todas as barreiras, reconheceu sua messianidade (v. 29). Essa mudança no pensamento da samaritana — que começou vendo Jesus de modo preconceituoso, passando logo a respeitá-lo, até chamá-lo de “o Cristo” — ensina-nos uma valiosa lição: o Espírito convence o pecador resistente mediante nossa pregação. Estejamos preparados (1 Pedro 3.15), como Filipe, que discorreu sobre o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. Isaías 53).
Aprendamos com este evangelista a conduzir o diálogo com sabedoria. Se ele tivesse pressa ou discutisse com o etíope, não teria cumprido seu objetivo. Cheio do Espírito, teve paciência e portou-se com mansidão durante toda a conversa (cf. 2 Timóteo 2.24,25; Gálatas 5.22). Ele não perdeu tempo contando o seu sucesso em Samaria, os muitos anos de fé, os seus sofrimentos, nem pediu oferta ao rico administrador do tesouro da Etiópia. Filipe viu naquele homem uma alma sedenta de salvação, de conhecer a Palavra de Deus. Respeitoso, pregou com objetividade e convicção sobre a salvação em Cristo. Subentende-se que ele foi simpático e até sorriu, a fim de transmitir amizade e confiança. E, assim como Jesus, foi atencioso (cf. João 4.17,18). Filipe também empregou uma linguagem apropriada, começando a falar do Cordeiro de Deus a partir do que o eunuco estava lendo (a profecia de Isaías 53). Pregar o Evangelho não é exibir conhecimentos, mas fazer-se “como fraco para os fracos, para ganhar os fracos” (1 Coríntios 9.22).
Apresente uma mensagem cristocêntrica. Filipe conduziu o diálogo com sabedoria até sua conclusão e teve o privilégio de batizar o eunuco em água antes de este seguir sua jornada. Para nós, a conclusão pode ser uma oração, que deve ser feita pela pessoa evangelizada mesmo que não queira entregar sua vida a Cristo. Uma importante necessidade, à luz desse episódio, diz respeito ao conhecimento bíblico. O etíope disse: “Como poderei entender, se alguém não me explicar?” O que teria acontecido se esse evangelista não conhecesse o livro de Isaías? Certamente, teria muita dificuldade em explicar a visão do profeta. Mas ele também citou outros textos do Antigo Testamento. Todo cristão deve procurar conhecer mais a Bíblia Sagrada, em detalhes. Uma mensagem cristocêntrica para o pecador abarca, necessariamente, três tópicos. Primeiro, como se fosse um médico, o pregador do Evangelho deve apresentar o diagnóstico: o pecado (Romanos 3.23; 5.12; Salmos 51.5). Em seguida, dizer qual é a consequência de não tratar dessa doença: a morte (Romanos 6.23; Tiago 1.15). Finalmente, discorrer sobre o tratamento adequado, receitando o remédio: o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (João 1.29; 3.16).
Por, Ciro Sanches Zibordi.
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