Novas descobertas se alinham a relatos e a personagens bÃblicos
O jornal israelense Haaretz anunciou em dezembro de 2020 a descoberta da sala do trono do rei Herodes Antipas, onde ele atendeu ao insólito pedido de Salomé, filha de Herodias, sua esposa, para que o profeta João Batista fosse morto na cadeia e trouxessem a sua cabeça em uma bandeja (Mateus 14.1-12; Marcos 6.14-29; Lucas 9.7-9). O local foi descoberto na colina fortificada em Maquero, situada na Jordânia, distante 24km do rio Jordão. Os arqueólogos informaram que a descoberta foi possÃvel graças ao processo de reconstrução do palácio erguido pelo genitor de Antipas, Herodes Magno, que foi responsável pela matança dos inocentes (Mateus 2.16-18).
Os estudiosos explicaram que a fortaleza foi construÃda há mais de 2 mil anos, na época do Segundo Templo, em um penhasco com vista para o Mar Morto. Segundo o Talmude (coletânea de textos rabÃnicos), a fumaça das ofertas no santuário em Jerusalém podia ser observada por todo o caminho em Maquero. O responsável pela construção original foi o rei asmoneu Alexandre Janeu, em cerca de 90 a.C., e serviu como uma importante posição estratégica militar, contudo foi destruÃda pelo general romano Aulo GabÃnio em 57 a.C. A reconstrução da fortaleza se deu sob as ordens de Herodes Magno em 30 a.C., servindo como base militar para controlar territórios a leste do Jordão. Após a morte de Herodes, o local passou a ser administrado por Antipas, e acabou sendo o lugar do martÃrio do arauto de Cristo.
A escavação arqueológica foi iniciada em 1968 por Jerry Vardaman que atuou como integrante do Seminário Teológico Batista do Sul, depois como diretor do Instituto de Arqueologia Cobb, da Universidade Estadual do Mississippi (EUA). Segundo informaram, no interior da fortaleza se encontram as ruÃnas do palácio herodiano, incluindo quartos, um grande pátio e um banheiro com fragmentos do mosaico do piso ainda remanescentes. As demais muralhas e torres estão na encosta da colina e que representavam, provavelmente a “cidade baixa”, devidamente registrada pelo historiador judeu Flávio Josefo. Há referência a um aqueduto que conduzia água para as cisternas da fortaleza.
Casa da infância de Jesus
Ken Dark, arqueólogo e professor de história britânico da Universidade de Reading, afirma ter encontrado a casa de infância de Jesus Cristo, onde ele foi criado. Antes de revelar a descoberta, Dark trabalhou por 14 anos na busca. O especialista informou que o local se encontra abaixo das ruÃnas do Convento das Irmãs de Nazaré. Suas investigações o levaram a um local acima de uma antiga moradia do 1º século e que teria servido de moradia para Jesus e seus pais terrenos. O cientista acrescentou que o local já havia sido alvo de pesquisas na década de 1930, mas a informação foi descartada.
A investigação conduzida por Dark teve inÃcio em 2006 em uma área quase esquecida pelos historiadores, de modo que o artigo de sua autoria foi publicado em 2015, baseado em suas primeiras descobertas e com indicação de que a residência foi provavelmente o local da infância de Jesus. A casa foi erguida em uma encosta de calcário e incorpora parte de uma caverna natural. Ela apresenta uma escada, ainda possÃvel de identificar. A pesquisa feita por Dark começou em 2006, em um local quase esquecido pelos historiadores. Assim, o artigo foi publicado em 2015, com base em suas primeiras descobertas, indicando ser a casa de infância de Jesus. A análise do professor revelou que a construção antiga remontava o primeiro século, era entalhada na rocha, com decoração do perÃodo romano e propriedade de um homem chamado José, descrito como carpinteiro, profissão identificada em textos antigos através do termo grego tekton, isto é, “pedreiro, construtor ou artesão”, de modo que a descrição alinha-se ao estilo da moradia, entalhada na rocha.
Fortaleza dos tempos de Davi
Os diretores da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), Barak Tzin e Enno Bron, informaram que suas escavações na região do Golã avultaram uma fortaleza da época do Rei Davi (séculos 11 a 10 a.C.). Eles disseram que a fortificação indica nova pesquisa sobre o assentamento de Golã na Idade do Ferro. Os arqueólogos afirmam que a construção foi erguida pelo reino de Gesur, aliado de Davi, para controlar a região. Os especialistas consideram a cidade fortificada de Betsaida como capital do reino arameu de Gesur, que governou o centro e o sul de Golã há 3 mil anos. Segundo o registro bÃblico, o reino mantinha relações diplomáticas e familiares com Davi, que casou-se com Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur (1 Crônicas 3.2). Os especialistas concordam que o objetivo da fortaleza era possibilitar melhor visão da área. “O complexo que expusemos foi construÃdo em uma localização estratégica no topo da pequena colina, acima do cânion de El-Al, com vista para a região, em um local onde era possÃvel atravessar o rio. As paredes do forte de 1,5 m de largura, construÃdas com grandes blocos de basalto, circundavam a colina. Na escavação, ficamos surpresos ao descobrir um achado raro e emocionante: uma grande pedra de basalto com uma gravura esquemática de duas figuras com chifres e braços abertos”, relatam.
Selo do rei Jeroboão
Na Universidade Ben-Gurion, após anos sob a supervisão do professor Yuval Goren e submetido a rigorosos testes de laboratório, um selo de argila com inscrição de Israel, utilizado na corte do rei hebreu Jeroboão 2º, foi confirmado como autêntico. O objeto foi adquirido na década de 1980 de um comerciante de antiguidades beduÃnos. Jeroboão 2º governou entre os anos de 788 a.C. a 748 a.C. O artefato é quase idêntico a um perdido selo de pedra de jaspe maior encontrado em 1904 nas escavações realizadas em Tel Megiddo, conduzida por Gottlieb Schumacher. Goren disse que os dois selos apresentam adornos em forma de um leão que ruge, com a cauda levantada e sobre a qual há uma inscrição paleo-hebraica, l’Shema eved Yerov’am (“Pertencente a Shema, servo/ministro de Jeroboão”). “Este selo é um dos primeiros, senão o mais antigo, selo inscrito na Terra de Israel”, disse o cientista durante entrevista ao site The Times of Israel antes da publicação de um estudo cientÃfico em hebraico.
Criança encontra artefato do Templo em Jerusalém
No mês de agosto, o menino Binyamin Milt, um morador de Jerusalém de 9 anos, encontrou o primeiro grânulo de ouro da época do Primeiro Templo. O menino estava com a famÃlia em uma peneiração úmida no Monte do Templo no momento da descoberta, que foi divulgada pelo Projeto de Peneiração do Monte do Templo (TMSP).
Milt procurava objetos na sujeira quando encontrou um pequeno e preservado cilindro em forma de flor, com quatro camadas de pequenas bolas de ouro. Apesar do achado insólito, ninguém desconfiou que o objeto remontava a tempos tão antigos. O menino levou a peça de ouro para análise do arqueólogo supervisor, que imaginou ser um objeto moderno, mas tratava-se de um artefato confeccionado há cerca de 3 mil anos. Os arqueólogos não souberam explicar como o objeto era utilizado nos tempos antigos, contudo estimam que se tratava de um ornamento utilizado por alguém importante ou um sacerdote. Informações do achado serão divulgadas após os demais objetos encontrados forem analisados.
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