Pare para ouvir a voz de Deus

"Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete olhos são os olhos do Senhor, que percorrem toda a terra” (Zacarias 4.10). Cientes de que os olhos do Senhor percorrem toda a Terra, a pergunta que devemos responder a nós mesmos é: o que Deus vê em nossas mãos, quando nos contempla? O que o Senhor vê em nossas mãos pode nos trazer alegria ou frustração. Quando os olhos de Deus contemplaram a Pedro no Getsêmani, viram uma espada em ação, e o apóstolo foi repreendido porque tinha nas mãos algo que usava para ferir. O que há em suas mãos? Às vezes, a pessoa pensa “A vida é minha” e, considerando-se dona do próprio nariz, age como se ninguém pudesse vê-la. Contudo, por mais que se tente esconder alguma coisa de Deus, o que foi escrito pelo profeta Zacarias nos mostra que os olhos do Senhor estão atentos, percorrendo toda a Terra.

Zorobabel era um governador que estava completamente envolvido na obra de restauração do Tabernáculo de Deus. A grande questão é que ele e todo o povo de Israel passavam por grandes dificuldades. Ao contrário de Salomão, que havia recebido de Davi, seu pai, todos os recursos para realizar a obra de construção do templo, àquela altura Zorobabel não tinha nada. Na verdade, ele tinha um desafio em tempos de crise. E em tempos de crise, a primeira reação é parar tudo, é não prosseguir com projetos. Para entender a situação que Zorobabel enfrentava, voltemos um pouco na narrativa bíblica. Observe:

"Por isso, os céus sobre vós retêm o seu orvalho, e a terra, os seus frutos. Fiz vir a seca sobre a terra e sobre os montes; sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azeite e sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, sobre os animais e sobre todo trabalho das mãos. Então, Zorobabel, filho de Salatiel, e Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e todo o resto do povo atenderam à voz do Senhor, seu Deus, e às palavras do profeta Ageu, as quais o Senhor, seu Deus, o tinha mandado dizer; e o povo temeu diante do Senhor. Então, Ageu, o enviado do Senhor, falou ao povo, segundo a mensagem do Senhor, dizendo: Eu sou convosco, diz o Senhor. O Senhor despertou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo; eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus” (Ageu 1.10-14).

Eis aí uma situação aparentemente desesperadora, na qual faltava de tudo, a partir de uma reação em cadeia: ao faltar a chuva, faltam também alimentos, trabalho, o ânimo. Portanto, Zorobabel vivia o que hoje muitos têm chamado de crise. O que está contido nesta mensagem é o seguinte: em períodos de crise, ouça a Palavra do Senhor, porque, mesmo nesses períodos, Ele continua falando. Zorobabel não tinha recursos para concluir a obra, mas a Palavra nos diz que ele atendeu à voz do Senhor. A crise estava na Terra, na falta de mantimentos e dos recursos naturais, mas do céu estava descendo a Palavra. Crise é fato, porém o povo tinha (e ainda tem) a Palavra, a revelação de Deus e a companhia do Senhor. Ter o espírito despertado, como nos disse o profeta Ageu, é sinônimo de forças renovadas.

Existe uma sequência lógica que precisamos aprender: a Palavra nos ajuda a viver na companhia do Senhor; viver nesta companhia resulta em espírito avivado, e isso nos transforma em gigantes. Então, nunca permita que o Diabo sopre em seu ouvido que você não pode, que você não consegue. Sambalate, Tobias e Gesém fizeram de tudo para que Neemias desistisse do seu propósito (Neemias 6.1-14), mas ele não só começou como terminou a obra, conforme aconteceu a Zorobabel: “As mãos de Zorobabel lançaram os fundamentos desta casa, elas mesmas a acabarão, para que saibais que o Senhor dos Exércitos é quem me enviou a vós outros” (Zacarias 4.9). O Senhor é fiel e nos garante que as mãos que começaram serão as mesmas que terminarão; ou seja, o Senhor Deus o ajudará a concluir o que você começou, meu caro leitor.

Tenha a certeza de que, se você ouvir o Senhor, os obstáculos que se colocam à sua frente serão reduzidos a nada. Analise este versículo e você perceberá essa verdade sagrada: “Quem és tu, ó grande monte? Diante de Zorobabel serás uma campina; porque ele colocará a pedra de remate, em meio a aclamações: Haja graça e graça para ela!” (Zacarias 4.7). Em tempos de crise, quem escuta a Palavra tem a companhia de Deus e é ativado pelo Espírito; não vê obstáculo pela frente, pois todos os montes (problemas, obstáculos, lutas e adversidades) são reduzidos a campinas, ou seja, a nada que não possa ser ultrapassado, vencido. Apodere-se dessa verdade e siga confiante de que este será o melhor ano de sua vida. Se você quer testemunhos para contar, ouça a voz de Deus antes de tomar qualquer atitude (vender, comprar, se associar...), lembrando sempre de que há o mover de Deus em meio à crise.

Para finalizar, reflita também sobre isto: “Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4.6). Vemos aqui as três maneiras de se fazer (ou tentar fazer) a obra de Deus: na força do braço, buscando recursos terrenos (mídias, aliados e investidores estranhos) e pela força e orientação do Senhor. Nas duas primeiras, o fracasso é apenas uma questão de tempo, porque é Deus quem capacita. Aliado a este saber, aceite o fato de que tudo começa pequeno. Portanto, não despreze as coisas simples, “pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete olhos são os olhos do Senhor, que percorrem toda a terra” (Zacarias 4.10).

Prumo nos remete às ideias de acompanhamento e zelo; presença constante e cuidado; correção, alinhamento e de alicerces bem-estruturados. Deus Se alegra em ver essas características nos pais, quando o assunto é a criação dos filhos, por exemplo. Então, peça graça ao Senhor para que você cuide mais de sua família, para que você se posicione mais em fidelidade para com Ele. Respondendo àquela que foi a minha pergunta inicial, que o Senhor Deus veja em suas mãos um coração liberal na hora em que você prepara a oferta e o dízimo. Que Ele veja amor, misericórdia e compaixão, em vez de espada e acusação.

Por, Jaime Soares.

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