Pureza espiritual e testemunho cristão

Pureza espiritual e testemunho cristão

“Geralmente, se ouve que há entre vós fornicação e fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios, como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais inchados e nem ao menos vos entristecestes, por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus. Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (1 Coríntios 5.1-6).

A cidade de Corinto, por sua sensualidade e prostituição cultual, era reconhecida como uma cidade infame. Segundo o professor Donald Pickrill, o nome Corinto tornou-se um provérbio notório: “corintianizar” significava praticar prostituição. A principal divindade da cidade era Afrodite (Vênus), deusa do amor licencioso, e milhares de prostitutas profissionais serviam no templo dedicado à sua adoração. Infelizmente, o espírito característico da cidade apareceu na igreja.

A igreja de Corinto era uma comunidade desvirtuada. Alguns de seus membros eram culpados de imoralidade sexual; outros se embebedavam; outros ainda usavam a graça de Deus como desculpa para levar uma vida mundana. Também era uma igreja dividida. Isso significa que era uma igreja desonrada. Em vez de glorificar a Deus, servia de empecilho para o avanço do Evangelho. Isso aconteceu porque os membros da igreja permitiram que os pecados do mundo se infiltrassem na congregação local.

Sabemos que nenhuma igreja é perfeita, mas a imperfeição humana jamais deve servir de pretexto para o pecado. Não se pode admitir a entrada do pecado na igreja. Não se pode anuir a sensualidade dentro da igreja, pois isso significa receber a depravação característica deste mundo.

Em Corinto, as influências externas da cidade estavam fazendo apodrecer a conduta moral dos membros da comunidade da fé. Os costumes pagãos estavam influenciando até mesmo a desorganização dos cultos.

A cultura da cidade de Corinto misturava religião e imoralidade. Além disso, a vida passada de muitos daqueles irmãos constituía um ponto fraco, motivo pelo qual alguns se deixaram levar pelos pecados sexuais. Paulo deixa bem claro que essa mistura não poderia existir dentro da igreja.

O padrão de religiosidade da cidade não servia para os cristãos. A influência externa só produz resultado quando encontra receptividade interna. A carnalidade daqueles cristãos era a porta aberta para os males externos. Todavia, afirmamos que toda a imoralidade, sensualidade, mundanismo e relativismo ético deve ser erradicada do meio da igreja para que esta não perca a autoridade ao chamar o mundo à santidade.

É triste ver tantos soldados do exército de Cristo tombando na batalha. Não nos alegramos, e muito menos o Espírito Santo, vendo tantos escândalos envolvendo a igreja. Contemplamos com angústia na alma a situação da cristandade moderna. Porém, é fato que em muitos casos o fator determinante para o desastre espiritual é o mundanismo dominante no coração de muitos cristãos.

Precisamos erguer a bandeira de “Povo Santo”. Carecemos de buscar decididamente a pureza espiritual. Não devemos e nem podemos nos assemelhar ao mundo; ao contrário, precisamos conquistar o mundo pela força e beleza do genuíno testemunho cristão. Necessitamos honrar o nome de Cristo. Precisamos honrar o legado do Calvário. Devemos honrar o sangue derramado para nos resgatar do pecado, fazendo-nos novas criaturas. Ou vivemos para Cristo ou para nós mesmos e para a busca da satisfação de nossos impulsos carnais. Precisamos levar com muita seriedade e responsabilidade o precioso nome de cristãos. Ou deixamos o pecado para sermos imitadores de Cristo ou deixamos de levar o nome de Cristo para atender ao desejo do nosso vil pecado.

Paulo tinha o cuidado de não fazer coisa alguma que pudesse servir de tropeço, tanto aos incrédulos quanto aos cristãos. Ele não desejava que seu ministério fosse desacreditado (“censurado”) de qualquer maneira por causa de algo em sua vida. Este senso de responsabilidade para com o Reino de Deus e para com os perdidos têm faltado a muitos cristãos. Por esta razão, reafirmamos: é tempo de a Igreja de Cristo reassumir seu compromisso com a cruz. Voltar a viver a vida crucificada. Voltar à vida de renúncia e de abnegação da carne e das vis concupiscências, que caracterizam esta geração perversa e corrupta.

É urgente que a igreja volte a ser Igreja e, com esmero e destemida dedicação, volte a anunciar com sua vida as virtudes dAquele que a chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.

Que não sejamos contados entre aqueles que vivem um movimento moderno descomprometido com a cruz. Reafirmemos, hoje mesmo, nosso compromisso com o testemunho cristão. Honremos ao Senhor com nossa conduta e postura na sociedade. Vivamos na terra como legítimos cidadãos do Céu, pois brevemente a trombeta Soará e nós partiremos para o nosso lar eterno.

Nota

WIERSBE. Warren. W. Comentário Bíblico Expositivo. Vol 5. Geográfica, p. 854.

Por, Márcio Santos.

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