Princípios bíblicos na criação dos filhos

Princípios bíblicos na criação dos filhos

Vivemos um dos momentos mais paradoxais da humanidade. Gozamos das maiores revoluções científicas, nucleares e intelectuais da história. O mundo é fantástico aos olhos humanos, mundo da cibernética, da engenharia genética, da globalização, da nanotecnologia, dos milagres colossais da ciência. Mas por outro lado, vivenciamos uma das maiores misérias humanas, com almas vazias, esfriamento dos sentimentos, ausência do cuidado, presença da antipatia e egoísmo, de esperanças falidas, sonhos enterrados, perspectivas sombrias, promiscuidade em alta, desvalorização do ser, esvaziamento na integridade.

Como consequência destes fatores, sofremos com sintomas desestruturantes, que fragmentam a família, fragilizam os relacionamentos, minimizando o amor e acentuando a indiferença. E um dos principais sinais revelados no seio da família é a ausência da figura do pai e da mãe. Assim sendo, não é demasiadamente forte afirmarmos que nossa sociedade esta sofrendo sério risco de tornar-se acéfala, pois acentua-se diariamente a ausência do referencial de autoridade e obediência.

Diante do exposto, precisamos entender que cada um de nós tem certa parcela de responsabilidade para modificar tal realidade, pois o propósito de Deus está muito acima da realidade da sociedade hodierna. Deus teve o cuidado de revelar-se como Pai, com o ideal de apresentar o modelo de paternidade segundo a Sua vontade (Romanos 8.15). Vejamos orientações a pais e filhos.

A Bíblia é muito enfática quando orienta os filhos com relação aos seus papeis e como devem proceder no relacionamento com seus pais. Existe uma responsabilidade compartilhada, de pais com os filhos e de filhos para com os pais. Quando ambos desenvolvem seus papeis de maneira adequada, observamos um equilíbrio que redunda em saúde integral, reverberando para toda a família e consequentemente a sociedade.

Os filhos precisam ter consciência que são herança do Senhor — “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão” (Salmos 127.3). No Antigo Testamento, tinha-se em mente que uma mulher  que não pudesse dar filhos ao seu marido, estava sob maldição, e Ana e tantas outras mulheres sofreram por este motivo por um tempo. E por outro lado, a mulher que fosse fecunda, tinha alcançado do Senhor a sua benção, ou seja, recebera uma herança do Senhor.

Os filhos precisam desenvolver a obediência: “Vós, filhos, sede obedientes aos vossos pais no Senhor, porque isto é justo” (Efésios 6.1). A obediência é um princípio inegociável em todo o contexto bíblico, e o obediente traz sobre si muitas bênçãos divinas.

Os filhos precisam honrar seus pais: “Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa” (Efésios 6.2). A longevidade nesta Vida está ligada à veia artéria da honra aos pais.

Os filhos precisam aprender de seus pais: “…e a glória dos filhos são seus pais” (Provérbios 17.6). Os pais possuem uma gama de conhecimento e experiências indispensáveis para o amadurecimento e crescimento saudável de seus filhos.

Os filhos precisam manter o legado histórico dos pais: “Para que a geração vindoura a soubesse os filhos que nascessem, os quais se levantassem e a contassem a seus filhos” (Salmos 78.6). 

Os filhos precisam ouvir os pais: “Ouçam, meus filhos, a instrução de um pai; estejam atentos, e obterão discernimento” (Provérbios 4.1).

Os filhos precisam cuidar e proteger seus pais: “Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, mas falarão com os seus inimigos à porta” (Salmos 127.5). Na antiguidade, não havia o sistema de segurança que temos hoje, então a quantidade de filhos era significante para proteger os pais quando havia alguma demanda. Precisamos cuidar e assegurar que nossos pais tenham uma vida com dignidade.

E os pais em relação aos filhos?

Os pais não devem provocar a ira dos filhos: “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Efésios 6.4).Devem cuidar da vida física, emocional e espiritual dos filhos: “…criais na doutrina e admoestação do Senhor” (Efésios 6.4b). Os pais precisam cuidar da tridimensionalidade de seus filhos, ou seja, corpo, alma e espírito. Devem instruir os filhos no caminho do Senhor: “Educa a criança no caminho em que deve andar...” (Provérbios 22.6).

Devem corrigir os filhos com sabedoria: “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela” (Provérbios 22.15). Muito se discute sobre a vara atualmente, e a Bíblia, quando faz referência sobre a vara, tem em seu bojo a ideia de disciplina, de corrigir maus comportamentos, de impor limites e impedir que a má natureza do homem se aflore de forma desregrada.

Os pais devem acompanhar o desenvolvimento dos filhos: “A criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe” (Provérbios 29.15).

A ausência da paternidade e maternidade gera filhos desregrados, irresponsáveis, problemáticos, a caminho da perdição. Ensinar princípios de vida a seus filhos — “Palavras do rei Lemuel, a profecia que lhe ensinou a sua mãe” (Provérbios 31.1). Os pais devem passar a seus filhos as experiências adquiridas durante seus anos de vida. Ainda que num primeiro momento, muitos filhos não demonstrem receptividade, os princípios foram semeados e florescerão no futuro.

Os pais devem ser exemplos numa vida integra: “O homem justo leva uma vida íntegra; como são felizes os seus filhos” (Provérbios 20.7). Quantos pais que, pelo descuido, geram tristezas aos seus filhos. Muitos filhos têm vergonha dos pais que possuem. Mas, no texto em foco, entendemos que os pais íntegros geram alegria aos seus filhos.

“Aquele que teme o Senhor possui uma fortaleza segura, refúgio para os seus filhos” (Provérbios 14.26). Os pais prestarão conta diante de Deus de cada filho que receberam do Senhor. Uma das formas de trazermos alegrias aos corações de nossos filhos é santificarmos nossas vidas e servirmos ao Senhor de todo coração. Nosso nível de espiritualidade afeta diretamente a vida daqueles que convivem conosco, inclusive os filhos.

Por, Ivan Tadeu Panicio Junior.

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