Louvor e adoração a Deus

Louvor e adoração a Deus

A Igreja deve ser canal para Aprofundar o relacionamento do homem com o seu Criador, que o chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. O Senhor é o Deus que desde o início procura manter um relacionamento direto com a Sua criatura predileta, a quem dotou de qualidades especiais, fazendo-o um pouco menor que os anjos.

A principal fonte de conhecimento de Deus é a Sua Palavra. O profeta Oseias declara em seu Livro que a falta de Seu conhecimento destrói o homem (Oseias 4.6). Juntamente com a oração, as Sagradas Escrituras aperfeiçoam ainda mais o nosso relacionamento com o Eterno. As limitações da inteligência humana, sensivelmente reduzida após o pecado, fazem com que não possamos compreender o Altíssimo, a não ser através de limitadas expressões de linguagem e atitudes. Nossa capacidade de expressar ideias através da língua é tão pequena que, em um de seus magníficos sonetos (Inania Verba), Olavo Bilac, príncipe de nossos poetas, lamenta que o peso das palavras nos impeça de expressar a leveza das ideias, de modo que a melhor maneira que Deus encontrou para Se revelar ao homem, pela Sua Palavra, somente em parte é capaz de revelá-lO. O apóstolo Paulo o ratifica ao afirmar que somente conhecemos ao Senhor em parte. Isso significa que, para Se revelar ao homem, Deus precisa utilizar nossos pobres termos e formas antropomórficas e “abrir mão” de Sua grandeza e majestade a fim de se comunicar conosco. Ainda não nos é concedida a devida compreensão do esplendor de Sua grandeza. Somente “quando vier o que é perfeito” o conheceremos em profundidade. O Senhor Jesus se aniquilou a si mesmo, tomando a forma de servo. Vamos, pois, meditar sobre louvor e adoração, e os efeitos que podem produzir em nós.

O louvor ê o relato alegre, musicado ou não, de tudo aquilo que Deus faz por nós. Sempre está ligado à ação de graças, quando oferecemos a Deus nossa gratidão pelo que faz em nosso favor. Louvores também podem ser dirigidos a amigos, família ou a qualquer pessoa que apreciamos. Eventualmente, até mesmo objetos podem ser louvados. O louvor nada exige de nós. É o mero reconhecimento a alguém por benefício dele recebido. Existem na Bíblia muitos exemplos de homens e mulheres que oferecem a Deus louvores pelas bênçãos recebidas. Todos os reis e habitantes da Terra devem louvar ao Senhor (Salmos 138.4; Romanos 15.11). Podemos louvá-lO em cânticos, por nossas palavras, com instrumentos musicais, enfim, através de diferentes manifestações de alegria. Louvor e adoração estão sempre juntos, contudo eles não são a mesma coisa. Provêm de diferentes regiões do nosso espírito.

Quando a Bíblia fala de adoração, sobe de tom, uma vez que a devida adoração deve ser dirigida a Deus somente (Lucas 4.8). O louvor pode fazer parte da adoração, mas esta vai além. Adorar é se humilhar perante Deus e se submeter a Ele. É ato de circunspecção e entrega. “Ó vinde, adoremos e prostremo-nos. Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou” (Salmos 95.6). Ajoelhar-se e se prostrar são atitudes corporais quase sempre ligadas à adoração como ato de humildade e contrição. Nós louvamos a Deus pelo que Ele faz. Adoramo-lO pelo que Ele é. Observamos em Apocalipse 22.8,9 que o apóstolo João se prostra diante de um anjo que logo reage: “Não me adores, pois eu sou conservo teu e de teus irmãos. Adora a Deus”.

Havia em Samaria um culto rival ao dos judeus, prestado ao Senhor pelos samaritanos no monte Gerizim. Este culto surgiu no ano 332 a.C., quando Alexandre, o Grande, invadiu a região e Sambalate, governador de Samaria, se aliou ao conquistador macedônio, lhe facilitando a vitória. O governador almejava escolher um parente próximo para exercer o sacerdócio, devido à importância do cargo no sistema de governo judaico. Alexandre lhe retribuiu a adesão, autorizando-o a construir um templo no monte Gerizim, e Sambalate designou como sumo sacerdote seu genro Manassés (Josefo, Antiguidades, Livro 11, capítulo 8).

Os samaritanos, portanto, haviam estabelecido uma adoração paralela àquela prestada em Jerusalém, mas sabiam dos riscos que corriam, pois quando da sua entrada em Israel, ordenada pelo rei da Assíria, três séculos antes, a adoração imperfeita provocou a ira de Deus, que mandou leões devorá-los (2 Reis 17.24-35). Eis que na canícula do meio-dia um judeu se encontra com uma mulher samaritana no poço de Jacó e lhe pede água. A mulher oferece resistência por causa da antipatia entre judeus e samaritanos. Ele insiste e a mulher percebe se tratar de um profeta, e se apressa em lhe perguntar qual a maneira correta de adorar a Deus, recebendo dEle a orientação sucinta e definitiva: “... O Pai procura aqueles que o adoram em espírito e em verdade..” (João 4.19-24). Minutos depois a samaritana descobriu que falara com o próprio Messias e correu a anunciá-lO na cidade.

Embora mais fácil e simples, o louvor a Deus também tem regras e atitudes que infundem dignidade e respeito a quem louva. O profeta Amós sintetiza com clareza as atitudes e cuidados que devemos tomar quando louvamos ao nosso Deus: “Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes que não me dão nenhum prazer. E ainda que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas, nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cantos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos (Amós 5.21-23). Isto significa dizer que o ritmo, os movimentos, a sonoridade exacerbada, a atitude, o ambiente, devem ser muito bem avaliados quando o louvor é dirigido ao Senhor. A Bíblia contém exemplos de homens e mulheres que mesmo diante das lutas e tribulações, adoraram e louvaram ao Senhor. A confiança desses homens e mulheres foram devidamente recompensadas por Deus.

Louvar e adorar a Deus são ações que aprofundam nossa intimidade com Ele. Praticadas em conformidade com as normas bíblicas, essas ações atraem sobre nós a misericórdia e a graça divina, a despeito das provações pelas quais tenhamos de passar. Devemos prosseguir como verdadeiros adoradores em nossos louvores, de acordo com os padrões exigidos por Deus e expostos na Sua Palavra.

Por, Paulo Ferreira.

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