Deixemos mulheres cheias do Espírito tomarem coragem e, em fé, com amor por Deus e Seu povo, ansiosamente desejarem profetizar para a edificação do Corpo de Cristo.
O profeta ou profetisa declarava a mensagem de Deus. Isso não necessariamente inclui qualquer previsão do futuro, embora futuro poderia ser trazido para ajudar o povo a entender a vontade de Deus para o presente.
Miriã, irmã de Moisés, é a profetisa mencionada pela primeira vez na Bíblia. Parte de seu ministério foi conduzir as mulheres a louvarem a Deus (Êxodo 15.20). As mulheres cantaram responsavelmente com os homens, e o Espírito Santo inspirou as palavras do cântico delas.
Débora (Juízes 4.4) foi uma profetisa que conduziu o povo de Israel. Ela era casada, mas seu marido deve ter apoiado o seu ministério. “Ela assentava-se debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo” (Juízes 4.5). Eles vieram porque eles reconheceram que ela não decidia com base em sua própria sabedoria, mas iria dar-lhes uma palavra de Deus. Mais tarde, ela deu as palavras do Senhor a Baraque, que permitiram a ele liderar Israel à vitória.
Em outro momento crítico, quando Josias foi reparar o Templo, que Manassés tinha fechado, uma cópia do Livro da Lei foi descoberto. Josias queria perguntar ao Senhor sobre o que estava escrito no Livro, então ele mandou Hilquias à profetisa Hulda (2 Reis 22.14; 2 Crônicas 34.22). Ele reconheceu que, no meio de toda a negligência à Palavra de Deus, aquela mulher se manteve fiel e foi uma verdadeira porta-voz do Senhor para sua geração.
A esposa de Isaías é também chamada de profetisa (Isaías 8.3). Alguns comentaristas supõem que ela é chamada dessa forma apenas por educação, porque ela era a esposa de um profeta. No entanto, a cultura hebraica não tinha tal costume. Ela não escreveu nenhum livro, mas deve ter tido um ministério profético.
A palavra grega para profeta é “prophetes” [o feminino é “prophetis"], e significa um proclamador da revelação divina. Anna, a mulher idosa da tribo do norte de Aser, foi uma profetisa que serviu ao senhor no Templo e encontrou Maria e José com o menino Jesus. Ela agradeceu a Deus e falou aos outros sobre Jesus. Outras mulheres piedosas falaram por Deus sob a inspiração do Espírito Santo e, portanto, tinham um ministério profético, embora a palavra “profetisa” não foi usada para se referir a elas. Isabel, a mãe de João Batista, foi cheia do Espírito Santo e falou pelo Espírito de Maria e do bebê no seu ventre (Lucas 1.41-45). A própria Maria foi inspirada pelo Espírito Santo em seu cântico, uma vez que seu próprio espírito se alegrou em Deus seu Salvador (Lucas 1.46-56).
Quando Paulo estava em seu caminho para Jerusalém, ele parou em Cesaréia, onde as quatro filhas do evangelista Filipe profetizavam. Isso deve ter lhe trazido muito encorajamento, porque o dom de profecia traz fortalecimento (que acumula e desenvolve espiritualmente ou confirma a fé), encorajamento (que desperta, um desafio para avançar em fidelidade e amor) e conforto (que alegra, reaviva e desperta esperança e expectativa) — “Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação” (1 Coríntios 14.3).
Como eu aponto no meu livro “O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo” (CPAD), “os princípios de 1 Coríntios 12 mostram a importância do dom de profecia. Lá é enfatizado que o Espírito Santo queria usar o indivíduo para abençoar e edificar todo o Corpo. Ele quer que nós cresçamos em Cristo, pois somente quando todo o Corpo está equipado, junto e unido, com cada parte recebendo direção da Cabeça, o Corpo cresce para a edificação de si mesmo em amor (Efésios 4.15,16). O amor de 1 Coríntios 13 também irá levar-nos a buscar a profecia acima de outros dons espirituais, porque este faz mais para edificar a Igreja. (...) O dom é disponível para qualquer membro da congregação. (...) Na verdade (...), por causa da edificação da Igreja através desse dom, todos são incentivados a procurá-lo”.
Alguns têm interpretado 1 Coríntios 14,34 (“As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei”) como significando que as mulheres não devem ministrar nos dons vocais. No entanto, Paulo já havia dito no versículo 31: “Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados”. No contexto, Paulo também falou sobre as interrupções e a desordem. Paulo sugere que outro tipo de interrupção deve ser evitada. Mulheres, que geralmente eram iletradas naquele dia, faziam perguntas de forma imprópria e, assim, contribuíam para a confusão. Elas foram orientados a manter as suas perguntas, mas pedir aos seus maridos em casa para respondê-las. Aliás, esse princípio deve ser aplicado hoje a homens e mulheres em matéria de perguntas consideradas impróprias. Paulo, em nenhum sentido, tentar impedir as mulheres de profetizar, falar em línguas, cantar ou ainda contribuir para a adoração. Ele esperava que as mulheres orassem e profetizassem se o Espírito lhes concedesse esse ministério (1 Coríntios 11.5). A Bíblia não faz nenhuma diferença nas manifestações espirituais entre homens e mulheres, e o contexto deixa claro que Paulo se refere à manifestação pública dos dons na congregação.
Por, Stanley Horton.
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