Pela primazia do Livro de Deus sobre todas as áreas da nossa vida

Pela primazia do Livro de Deus sobre todas as áreas da nossa vida

A qualidade da nossa vida espiritual também está intimamente ligada com o nível da nossa relação cotidiana com o Livro de Deus

“A geração de nossos pais conhecia a Palavra de Deus muito bem. Minha geração conhece pouco. A próxima geração não sabe nada sobre isso”. Com essa declaração, o pastor batista norte-americano Rick Warren apresentou a sua avaliação sobre o atual nível de conhecimento bíblico da maioria dos cristãos de seu país. Preocupado com o que denominou de “analfabetismo bíblico” da atual geração de crentes, ele começou recentemente uma campanha em sua igreja e na América do Norte para que as pessoas leiam a Bíblia toda em 40 dias. São três objetivos primordiais nesses 40 dias: o primeiro é aprender a amar a Bíblia. “Amar mais que qualquer outra coisa na sua vida”, segundo enfatiza o pastor Warren. O segundo objetivo é fazer com que a Palavra seja aprendida de uma maneira eficaz e o terceiro motivo é fazer com que as pessoas vivam a Palavra de Deus. “A Bíblia diz que a palavra de Deus foi dada para transformar nossas vidas e não simplesmente para informar”, diz Rick Warren em vídeo lançado na Internet para divulgar a sua campanha dos 40 dias de leitura da Bíblia. “A Bíblia não foi dada para aumentar nosso conhecimento, mas para mudar nossas vidas”, enfatiza.

Porém, muito antes da campanha de Warren ser lançada nos Estados Unidos, a Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), percebendo a necessidade de a atual geração em nosso país se aprofundar no Livro de Deus, estudá-lo com mais dedicação e amá-lo ardentemente, elaborou a campanha “Em primeiro lugar, leia a Palavra de Deus”, que consiste em um trabalho de conscientização para que a leitura da Bíblia Sagrada seja ainda mais estimulada. À campanha foi elaborada em 2011, mas inaugurada em janeiro [2012] e durará todo este ano. Durante todo ano de 2012, todas as publicidades da CPAD levarão esse selo com essa mensagem. Ronaldo Rodrigues de Souza, diretor-executivo da CPAD, destaca a importância dessa campanha. “A Casa trabalhará esse tema durante todo o ano, a fim de enfatizar a necessidade e a importância da Palavra de Deus na vida das pessoas. Estaremos, em todas as nossas divulgações, estimulando as pessoas a não deixarem de ler e priorizar a Bíblia. Vemos no mundo de hoje muitos grupos e indivíduos se levantando para tentar desacreditar a Palavra de Deus ou minimizar a sua real importância, porque querem afastar as pessoas da Bíblia e seus valores. Vemos o secularismo querendo afastar os valores cristãos da vida das pessoas. Ora, a mensagem da Bíblia Sagrada deve estar no lugar que é devido: o primeiro lugar na vida das pessoas, das famílias. Embora para muitos possa parecer um contrassenso fazermos, por exemplo, divulgação de livros com um selo dizendo ‘Em primeiro lugar, leia a Bíblia’, a ideia é que a pessoa não deixe de se equipar com bons livros, contanto que a Bíblia continue sendo sua primeira leitura. Que nenhuma literatura tome o espaço que a Bíblia deve ter em nossas vidas”, explica.

O diretor da Casa ressalta ainda a ligação  da campanha com a agenda da CPAD neste ano. “Em 2012, a agenda da Casa é a educação cristã, que tem tudo a ver com essa campanha, porque estamos falando de ensinar às pessoas a Palavra de Deus. O próprio Congresso Nacional de Escola Dominical, que será realizado neste ano, tem como tema João 17.17, que afirma que a Palavra é a verdade”, destaca o diretor da Casa.

Amor pela Palavra

Em termos de vendagem, a Bíblia continua sendo o maior sucesso de vendas da história. Nada ameaça o seu posto de maior best-seller de todos os tempos. Recentemente, a revista “Christian Rerailing Magazine” divulgou uma lista com os 11 livros mais vendidos do mundo nas últimas décadas. Em primeiro lugar, claro, está a Bíblia Sagrada, com um total de 6 bilhões de cópias vendidas. Em segundo lugar, catapultado por todos os recursos midiáticos de nosso tempo (tevê, cinema, games, redes sociais etc.), os livros da série Harry  Potter, cujos sete volumes venderam juntos e em todo o mundo mais de um bilhão de cópias. Em terceiro lugar, o famigerado “Livro Vermelho”, do ditador comunista chinês Mao Tsé-Tung, cuja primeira edição foi lançada em 1964 e, enquanto Mao governou o seu país, era obrigatório para o seu povo, tendo chegado a mais de um bilhão de cópias em todo o mundo. Em quarto lugar, o Corão, o livro sagrado do Islã, que vendeu 800 milhões de exemplares. Em quinto lugar, a antiga série de contos infantis “Perer Rabbit”, que vendeu 151 milhões de cópias. À série em três volumes “O Senhor dos Anéis”, de J. R. R. Tolkin, aparece em sexto lugar, com 110 milhões de exemplares. Em sétimo, está a série em sete volumes de “As Crônicas de Nárnia”, do escritor britânico C. S. Lewis, com mais de 110 milhões. Respectivamente em oitavo, nono e décimo lugar estão o didático “American Spelling Book”, com 100 milhões; “O Livro dos Recordes”, com 100 milhões; e o “Almanaque Mundial” (“The World Almanac and Book of Facrs”), com 84 milhões de cópias vendidas.

Porém, apesar de continuar a ser um sucesso absoluto, incomparável e imbatível de vendas, a verdade é que, infelizmente, a Bíblia parece ter se tornado em nossos dias cada vez mais um livro de consultas em vez de uma obra a ser constante e continuadamente lida e estudada. Só como exemplo, boa parte das análises que são feitas sobre o atual crescimento evangélico no Brasil lamentam que juntamente com esse excepcional avanço quantitativo não tem havido um crescimento qualitativo, e que essa qualidade é provavelmente afetada, dentre outras coisas, por uma diminuição do nível de cultura bíblica e teologia sadia no atual universo do evangelicalismo brasileiro. Enquanto em épocas passadas éramos poucos, mas com uma grande paixão pela leitura e o estudo da Palavra de Deus, hoje parece que, — apesar de sermos muitos mais – em nosso país, o conhecimento médio da Bíblia dos cristãos brasileiros é bem menor. Os modismos são mais frequentes e enredam mais gente. À cultura de ler a Bíblia várias vezes é rara. Há muitas histórias, doutrinas, personagens e importantes passagens da Bíblia que, lamentavelmente, são completamente desconhecidos por muitos cristãos.

Envolvidos pelo espírito de nossa época, em que as pessoas estão mais afeitas a textos curtos e “fast food” (“comida rápida”, “instantânea”), a Bíblia tem se tornado cada vez mais um grande livro de consulta, uma obra da qual preferimos ler mais a respeito por citações e comentários bíblicos e/ou devocionais do que bebermos diretamente de suas enriquecedoras páginas.

O principal efeito negativo disso é, sem dúvida alguma, a qualidade da vida espiritual, porque é impossível mantermos uma qualidade e equilíbrio em nossa vida espiritual se somos frios em nossa relação com o Livro de Deus. E o que mais preocupa é que quando o protestantismo surgiu, no século 16, era conhecido por ser a fé do “povo do Livro”.

O pastor inglês Thomas Warson, no século 17, afirmava que os primeiros protestantes liam a Bíblia com prazer e afinco diariamente, tendo em mente o seguinte pensamento: “Em cada linha que você lê, imagine Deus falando com você”. Eles criam firmemente que a Bíblia é a Palavra de Deus e procuravam lê-la, entendê-la corretamente e aprofundar-se cotidianamente nela com dois propósitos: para seu enlevo e edificação espirituais, e para absorver dela tudo o que precisavam para se conduzir de forma correta em todas as áreas de suas vidas.

Ao relermos a história do cristianismo, fica notório que a Reforma foi o instrumento de Deus para desfazer as trevas espirituais em que o mundo cristão estava imerso. A influência protestante foi decisiva para o fim do domínio da supersticiosidade no exercício da fé, baseando-se na Palavra de Deus como única regra de fé e prática do crente. O desejo de fazer com que a Palavra de Deus fosse lida fez com que fosse traduzida ao curso até da perda da vida. Grandes heróis de Deus desse período foram o pré-reformador John Wycliffe, William Tyndale e o próprio Martinho Lutero, dentre tantos outros que poderiam ser citados. É verdade que como a maioria dos europeus à época era de analfabetos, a Bíblia, de início, era lida apenas pelos pregadores, mas isso não interessava aos protestantes, que sempre quiseram ver a Bíblia acessível a todos. Logo, o segundo investimento dos países de influência protestante foi a alfabetização em massa dos crentes. Tudo pelo amor à Palavra.

O missionário barista William Carey traduziu porções das Escrituras para dezenas de línguas e dialetos, sistematizando muitos deles. Em 1780, em Gloucester, no Centro Oeste da Inglaterra, o jornalista evangélico Robert Raikes criou a Escola Dominical, uma das maiores iniciativas de que se tem notícia na área de ensino bíblico. Seu desejo era que as crianças e adolescentes conhecessem a Palavra de Deus. Avivamentos aconteceram por se voltar à Palavra, como os avivamentos na época do rei Josias e Esdras, na Bíblia; ou da época da Reforma Protestante, do Avivamento Wesleyano, do Grande Despertamento Evangélico do século 18, dos avivamentos do século 19, do início do Movimento Pentecostal moderno no século 20 em tantos outros avivamentos locais, em menor escala. Como o salmista, oremos e vivamos estas palavras: “Vivifica-me, Senhor, segundo a Tua Palavra!” (Sa1mos 119.25).

Bem-aventurado é aquele que lê, ouve e guarda as palavras do Livro de Deus (Apocalipse 1.3). Portanto, leia, ouça, “coma”, “beba”, guarde e viva a Palavra de Deus em sua vida!

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