Os missionários na Rússia ante a guerra
Nesta edição do Mensageiro da Paz, pastor Sergio Medeiros Alves, diretor da Organização da Grande Comissão (O.G.C.) – Médicos com Uma Missão, fala sobre a situação dos vocacionados do projeto 500 Missionários Médicos estabelecidos na Rússia ante a guerra do paÃs com a Ucrânia, destacando as dificuldades enfrentadas por eles no dia a dia e os riscos por causa do conflito na região.
Em que o conflito entre Rússia e a Ucrânia atrapalhou o
projeto dos 500 Missionários Médicos?
Não atrapalhou em nada o projeto 500 Missionários Médicos, pelo
contrário, isso gerou mais resiliência e gerou mais convicção nos missionários
que estão em campo. Por quê? Porque diante disso já tiveram o primeiro sinal das
dificuldades e desafios que eles poderão enfrentar quando foram formados e
enviados pelas suas igrejas como missionários médicos plantadores de igreja. Então,
acredito que esse advento da guerra entre Rússia e Ucrânia não vem atrapalhar,
em hipótese alguma, o projeto 500 Missionários Médicos. Volto a repetir: Deu mais
maturidade, resiliência e reconhecimento de que, de fato, para adentrar em um paÃs
da Janela 10/40, se requer que o missionário
tenha uma preparação espiritual, emocional, intelectual e profissional para que
diante das crises ele possa saber gerenciar problemas, e possa absorvê-los para
que então possa formar lÃderes e discÃpulos sadios, pois quando acontece uma situação
como essa é necessário que o lÃder tenha formado lÃderes que possam trazer
ajuda imediata. Portanto, acredito que não houve uma influência sobre o projeto
nesse prisma, nesse olhar, nessa perspectiva.
Como tem sido a logÃstica de assistência aos missionários em
território russo? Como e onde eles estão no momento?
No momento em que nós ficamos sabendo dos rumores de guerra
na região, imediatamente, a liderança da O.G.C. fez uma reunião com os pais, as
igrejas, os representantes dos que estavam ali na Rússia. Naquele momento, os pais
dos missionários entenderam que não era a hora de retornar, pois não tinha sido
deflagrada a guerra, havia apenas os rumores. Passado algum tempo, um mês e
meio mais ou menos, ao ser deflagrado o conflito entre os dois paÃses,
começamos, então, as mobilizações. Três jovens estavam em território russo na cidade
de Belgorod, próximo à fronteira da Ucrânia (cerca de 50 quilômetros). Esses
jovens estavam com mais probabilidade de serem afetados pelo conflito. Os
outros cinco jovens estavam na cidade de Vladivostok, distante cerca de nove
mil quilômetros. Então, a partir do momento que nós entendemos que havia o processo
de guerra, entramos imediatamente em contato com as famÃlias e as igrejas, bem
como com os vocacionados para dar toda a assistência possÃvel, tanto espiritual,
emocional e também no sentido de agregar valor no sentido de preparar o caminho
para a futura compra das passagens para que eles fossem repatriados, caso
houvesse desdobramentos daquela crise, como houve os desdobramentos. AÃ,
entramos com toda a logÃstica. Graças a Deus já estamos com todos eles fora da
zona de risco. Um deles está no Nepal, dois em Portugal e o restante no Brasil.
O apoio do nosso presidente da Convenção Geral dos Ministros das Igrejas Evangélicas
Assembleias de Deus do Brasil (CGADB), pastor José Wellington Costa Junior, foi
de fundamental importância. Ele entrou em contato comigo via telefone,
colocando a Convenção Geral à disposição para dar toda assistência à situação.
Manifesto nosso agradecimento especial à nossa CGADB pela preocupação e pelo
apoio ao projeto 500 Missionários Médicos.
Quais ações a O.G.C. tem desenvolvido e pretende ainda
desenvolver como novo cenário polÃtico na Rússia para se estabelecer com seus missionários
no paÃs?
Esta pergunta é de extrema importância, pois as nossas ações
estarão sendo acompanhadas em algumas frentes. A primeira frente é observar o
desdobramento e os sinais que essa guerra estará nos dando. O segundo será
observar quanto tempo essa guerra durará e quando as sanções polÃticas e econômicas
serão suspensas, com um cessar fogo, uma rendição ou uma paz total entre os
dois paÃses. Esta é a nossa oração e acreditamos que deve ser a oração de toda
a diretoria da O.G.C., inclusive agradecendo mais uma vez ao presidente da
CGADB e ao pastor Saulo Gregório, secretário-executivo da Secretaria Nacional
de Missões (Senami), que também nos auxiliou nessa mentoria colocando Ã
disposição a estrutura da instituição para mobilizar a igreja em prol da intercessão
pelo clamor de oração. Então, acreditamos que uma vez que as sanções sejam
baixadas, que os problemas polÃticos sejam solucionados e o paÃs se restabeleça
em paz, seja o momento especÃfico e canalizado para que possamos encaminhar
novamente os missionários ao paÃs com segurança e com tranquilidade. Nós
louvamos a Deus, pois até aqui Ele tem nos orientado, nos direcionado para que
tomemos as melhores decisões possÃveis. A BÃblia diz que quando nós não temos
sabedoria, devemos pedir ao Pai. Isso nós temos pedido todos os dias para que
nossas decisões sejam tomadas segundo a orientação do EspÃrito Santo.
Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelos missionários
na Rússia no tempo em que estão estabelecidos lá?
Primeiramente registramos que existem três fatores que são
de extrema dificuldade. O primeiro é o idioma. O segundo é o frio. O terceiro é
estudar medicina em russo. Por si só, estudar medicina já é complexo. Então, quando
você estuda medicina em russo, provavelmente um russo técnico, há uma dificuldade
muito grande. Aqui fica o nosso pedido de oração a toda a nossa Igreja
brasileira para que intercedamos por nossos vocacionados que estão direcionados
nessas duas cidades já citadas. Provavelmente, retornando a uma das perguntas
anteriores, iremos focá-los somente na cidade de Vladivostok. Uma vez que haja
paz e os problemas polÃticos sejam resolvidos, que as sanções sejam suspensas,
nossa base estará estabelecida totalmente em Vladivostok. Vemos que pela bondade
de Deus todos eles têm tido muito sucesso, muito bons resultados acadêmicos e
também muitos bons relacionamentos com comunidades de todos os paÃses que estão
ali presentes, inclusive a comunidade norte-coreana. Estamos muito felizes com
o desempenho deles cumprindo e levando o Ide de Jesus, a cada dia mais
massificando e consolidando o projeto 500 Missionários Médicos.
Há algum registro de situação de risco vivida por algum dos missionários
desde que o conflito começou? Compartilhe conosco, caso haja.
Entre os vocacionados que estavam na cidade de Belgorod, houve
um olhar por um prisma mais presente da guerra, pois eles contemplaram os
tanques, a movimentação dos helicópteros, os aviões caças e mÃsseis passando na
frente do apartamento. Eles estavam em risco maior de acontecer algo de ruim com
suas vidas. Os de Vladivostok estavam praticamente alienados da guerra, pois
nem as notÃcias chagavam lá de forma concreta. Eles estavam em risco quase zero
de serem afetados por um mÃssil ou coisa do tipo, mas tivemos que trazê-los também
em razão das sanções econômicas de muitos paÃses à Rússia, o que estava
dificultando a manutenção deles lá.
Por, Edilberto Silva.
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