Como se não bastasse, soma-se a isso o “fenômeno” hodierno do
evangelicalismo nominal, que cresce assustadoramente. Trata-se do modismo
cristão dos “desigrejados”, chamados pelo censo IBGE de “sem vínculo
denominacional e classe não determinada”. Entre os censos de 2000 e 2010, foi o
grupo evangélico que mais evoluiu numericamente, chegando a 780 % de
crescimento no Brasil em dez anos. Esse percentual é ainda mais expressivo
quando comparado com o crescimento dos demais evangélicos no mesmo período, que
foi de cerca de 61 %. Claro que dentro desse percentual também se encontramos
“desviados”, que o censo não detalhou. Tudo isso é mais um forte indicador do fim
dos tempos e, para compreendermos isso melhor, vejamos alguns termos correlacionados
a essa temática.
Compreendendo melhor os termos
Heresia – Do grego “hairesis”, que significa opinião
escolhida, seleção e preferência. A Bíblia se refere a ela em 2 Pedro 2.1 e
Judas v. 4, e dá conta de que é uma obra da carne (Gálatas 5.20). Seus idealizadores, fundadores
e líderes são comumente denominados heresiarcas. Seus seguidores são os adeptos
e sua organização é conhecida como “seita”.
Novas heresias ou mais do mesmo? (Eclesiastes 1.9) – Por
vezes parece que um novo conceito teológico está sendo introduzido no
cristianismo hodierno, sendo radicado por uma seita ou mesmo um modismo nas próprias
fileiras da igreja evangélica. Porém, acontece geralmente que a “nova” teoria
é, na verdade, uma velha heresia, ou seja, uma interpretação que já foi testada
no passado e rejeitada como sendo não-bíblica (2 Coríntios 11.13-15)1.
Essas seitas usam agressividade missionária, atacam as igrejas genuinamente cristãs
e seus credos ortodoxos, além de treinarem seus adeptos a “pescar no aquário”.
Eles sentem muitíssimo prazer nesse proselitismo sectário e desleal.
Teologia e Apologia – Ainda hoje ouvimos certas pessoas
dizerem: “Não me interesso por Teologia, apenas desejo conhecer a Bíblia”. Tal
pessoa não sabe que o santo livro é teológico. Teologia significa “O estudo de Deus”.
A descrição bíblica da divindade é Teologia. Tudo aquilo que nós cremos a respeito
de Deus faz parte de nossa Teologia. Até o lema “Jesus Salva” constitui uma declaração
teológica. E a apologia é um desdobramento da Teologia.
A teologia a serviço da defesa da fé desde o início da Era
Cristã até hoje – Cerca de um terço do Novo Testamento se ocupa em fazer apologética.
A Teologia, enquanto sistematização do conhecimento bíblico, se estruturou como
resposta aos desafios impostos pelas heresias. Quando lemos a Bíblia, o seu conteúdo
nos orienta a usar a Teologia através da apologética. Vejamos o texto de 1 Pedro
3.15 (ARA)2: “... estando sempre preparados
para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”. O
compromisso de responder aqui no grego é ἀπολογίαν (apologían), é “fazer a
defesa, dar resposta, argumento raciocina do”3. Portanto, o Senhor
ordenou essa defesa da fé, que é, portanto, um dever cristão (2 Coríntios 10.4b,5;
Filipenses 1.7,16; Colossenses 2.3,4).
A Teologia no enfrentamento das heresias – A apologética é Teologia
prática em sua essência, contudo alguns teólogos recentemente a tem
classificado dentro de um ramo mais específico denominado de “teologia
aplicada”, por se tratar de uma teologia de contato e interação com pessoas de
outras crenças.
De acordo com Craig (2008)4, a importância da
teologia apologética reside em algumas razões principais: 1) fortalecer os
crentes em Cristo; 2) defender o rebanho de lobos cruéis (Atos 20.29); e 3) ser
um meio de evangelizar, pois os adeptos das seitas são um grupo ainda não
alcançado. Por falta do exercício da teologia exegética, diversos heresiarcas
têm surgido com interpretações bíblicas absurdas. Também é preciso lembrar que
boa parte dos ensinos heréticos dizem respeito à Escatologia, sendo justamente a
Teologia Bíblica aquela que irá mais uma vez oferecer as respostas sobre essa
genuína doutrina das últimas coisas.
Apostasia e Heresia – um sinal do fim dos tempos
escatológicos – A Escatologia é sobre como o fim altera o nosso presente. O
pastor Antonio Gilberto (2000)5 escreveu que existe um tipo de
doutrina produzida por demônios atuando no fim dos tempos (1 Timóteo 4.1-5; Mateus
13.19; 2 Pedro 3.16). “Há,
pois, demônios cuja atividade não é espalhar
violência e outros males ostensivos, mas ocupar-se com o ensino maléfico, falso,
errôneo, enganoso”.
Por conseguinte, a proliferação de religiões falsas, o
aparecimento de falsos messias, mestres e profetas, o surgimento acelerado e intenso
de modismos cristãos, o renascimento e avanço generalizado do ocultismo e a
secularização do Evangelho são sinais latentes do fim. A apostasia e o
indiferentismo espiritual, bem como o espírito de desobediência, anarquia e a escalada
galopante da feitiçaria em roupagem diferente fazem parte do preparo final do mundo
para o cenário do governo do Anticristo (2 Tessalonicenses 2.3; Lucas 17.26-30;
18.18b), uma vez que o seu governo mundial incluirá a “religião” e a utilizará apoiado
pelo Falso Profeta. Sem dúvidas, a apostasia é mais um sinal marcante desse fim
dos tempos e precisamos urgentemente pregar e trabalhar para Jesus enquanto é
dia, pois a noite vem aí! (João 9.4).
“Muitos são os que vão expirando sem ter esperança de ver
Deus; vai depressa lhes anunciando que Jesus os leva para os céus” (Harpa Cristã,
hino 127).
NOTAS
1 SMEETON, Donald D. A igreja: do Pentecostes à
Reforma. FAETAD. Manual de Estudos Global University. Campinas: 2003. 1ª Edição
em inglês, Springfield, Missouri, USA: 1985, pp. 86-95.
2 ARA – Tradução Bíblica de Almeida Revista e Atualizada.
3 STRONG, James. Dicionário e Léxico Grego-Português – 1 Pedro 3.15
– Software TheWord.
4 CRAIG, William Lane. Reasonable Faith – Christian
truthandapologetics. Thirdedition. Ilinois: Crosway Books, 2008, pp. 15-25.
5 GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. 26ª Edição. RJ: CPAD, 2000. pp. 92,93.
Por, Adriano de Castro Sebben.
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