A beleza da Noiva do Cordeiro, o Seu jardim fechado e manancial

A beleza da Noiva do Cordeiro, o Seu jardim fechado e manancial

Em Cantares 4.12,13, lemos as célebres palavras de Salomão à sua amada: “Minha noiva, meu amor, você é como um jardim cercado e fechado; é uma fonte particular. Nesse jardim as plantas crescem bem. Crescem como um pomar de romãs e dão as melhores frutas”.

O livro de Cantares é um poema de amor expresso por ambos os noivos. O trecho em apreço define as características de uma noiva muito querida. É uma figura muito bela de Cristo e da Igreja, e do nosso relacionamento com Ele.

As expressões “cercado e fechado” falam da exclusividade do amor da noiva, e nos lembra que a verdadeira Igreja deve ter o coração fechado contra tudo que porventura possa afastá-la do amor por Cristo (o Noivo) e do amor para com aqueles que nEle creem.

O amor ao mundo é uma espécie de adultério espiritual. É igual à idolatria.

Jardim fechado

A Igreja, a Noiva do Cordeiro, é como um jardim fechado. Ela é:

1) O tesouro no campo comprado por Cristo: “O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo”, Mateus 13.44.

O “tesouro oculto” é o Reino de Deus, que apresenta-se nessa passagem como um valor incomparável. Enterrar tesouros era comum antes de existirem redes bancárias ou cofres. Às vezes, o primitivo dono morria e o tesouro ficava perdido, até que alguém o achasse por acaso.

2) Como um jardim protegido por altos muros: “Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste...”, João 17.11. Jesus pediu em Sua oração que os discípulos estivessem unidos em harmonia e amor como o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão unidos; é a mais forte união que possa existir. É isso que Deus quer também de nós como Igreja que somos. Disse Ele ainda: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”, João 17.15. O mundo é o lugar em que nós, servos de Cristo, devemos realizar a Sua obra. Jesus não deseja que sejamos tirados do mundo antes de completarmos as Suas tarefas. O mundo é o lugar em que o maligno opera, sendo por isso indispensáveis a proteção divina.

3) Um jardim bem cuidado — Ele comprou-a “para santificá-la, purificando-a com a lavagem da água, pela Palava”, como podemos ler em Efésios 5.26,27: “[Ele a comprou] para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito”.

Pela morte, Ele comprou um povo, a Igreja, e o propósito para com esta Noiva é:

a) Santificá-la — Separação completa para Ele.

b) Purificá-la — Lavagem do pecado no Seu Sangue simbolizada no batismo de arrependimento, e na Sua Palavra.

c) Apresentação a Si mesmo na Sua vinda:

- Gloriosa: “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo  como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro”, 1 João 3.2,3.

- Sem mácula nem ruga — Efésios 1.3: “...assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor”.

- Santa e sem defeito: “...agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, vivamos para o nosso amado Senhor e glorifiquemo-lo em nosso corpo”, Colossenses 1.22.

Manancial fechado

A Igreja é como um manancial fechado:

a) Quem crê em Jesus, rios de água viva correrão do seu interior: “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”, João 7.38. Jesus usou o termo “água viva” para referir-se à vida eterna; aqui, usou como alusão o Espírito Santo que deve fluir em nosso interior, pois é o Espírito Santo que nos impulsionará para irmos ao Céu.

b) “Quem beber desta água jamais terá sede” — Em João 4.14b, lemos Jesus afirmando: “Porque a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que dará vida eterna”. Neste versículo, a “água” dada por Cristo significa a vida espiritual (Isaías 12.3: “Vós, com alegria, tirareis água das fontes da salvação”. Para usufruir dessa água viva é necessário que a pessoa a “beba”. Esse “beber” não é um ato único e momentâneo, mas sim um beber progressivo ou repetido.

A palavra “beba” (no grego, “pineto”, derivado de “pino” está no presente do imperativo e representa uma ação progressiva ou repetida. Para beber da água da vida, necessário é estar junto à fonte da água viva, que é o próprio Cristo. Ninguém pode continuar bebendo da água da vida estando distanciado da fonte. Tal pessoa torna-se o que o apóstolo Pedro descreve como “fontes sem água” (2 Pedro 2.17).

c) Como manancial fechado, está protegido do lixo do mundo — João 14.17 afirma: “O mundo não pode receber esse Espírito porque não o pode ver, nem conhecer. Mas vocês o conhecem porque ele está com vocês e viverá em vocês”. O Espírito Santo protege e vive somente nos que adoram ao Senhor “em espírito e em verdade”, porque Ele é o Espírito de Jesus, que é a verdade, instrui quanto à verdade, expõe a mentira e guia o crente em toda a verdade.

Enchamo-nos do Seu Espírito de forma a vivermos protegidos do pecado deste mundo.

Pomar de romãs

A Igreja é como um pomar de romãs.

a) A romã figurava nos vestidos do sumo sacerdote — Êxodo 28.33,34: “Em volta de toda a barra coloque aplicações em forma de romãs, feitas de fios de lã azul, púrpura e vermelha”. A Igreja é como aquelas romãs. Estamos juntinhos a Ele.

b) A romãzeira produz muito fruto — João 15.8: “E a natureza gloriosa do meu Pai se revela

quando vocês produzem muitos frutos e assim mostram que são meus discípulos”. Quando estamos juntinhos a Ele, produzimos muitos frutos e frutos bons, porque Ele nos cuida e nos poda quando necessário.

c) A romã é um fruto real de boa qualidade e muito apreciado. Nós também somos, pois Ele nos escolheu e nos qualificou para sermos como frutos de boa qualidade. Devemos procurar dar fruto, muito fruto, e bom fruto. Gálatas 5.22,23: “O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”.

Jardim aromático

A Igreja é como jardim aromático (Cantares 4.14).

a) Toda a sorte de plantas aromáticas enchem o jardim do Senhor — 1 Reis 4.33a: “Discorreu sobre todas as plantas, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que brota do muro”. Devemos exalar o bom cheiro (olor) de Cristo e não o mau cheiro (odor) do pecado.

b) “Vento, assopra no meu jardim” (Cantares 4.16) — Jesus soprou sobre o Seu jardim (os discípulos) em João 20.22: “Depois soprou sobre eles e disse: Recebam o Espírito Santo” e depois os fez receberem o Espírito Santo (no Dia de Pentecostes). Em nós também Ele soprou, sopra e soprará sempre, se permanecermos em Sua presença.

c) Os aromas do jardim são exalados pelo fruto excelente das suas plantas. E nós somos o bom cheiro de Cristo — Gênesis 8.21: “E o Senhor aspirou (inalou) o suave cheiro e disse consigo mesmo: Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem...”. Será que ainda precisamos passar pela poda e cuidados mais rigorosos? Tenhamos o cuidado de exalar o bom cheiro de Cristo até que Ele volte para o Seu jardim e aprecie os seus aromas.

Em virtude de sermos como esse jardim para o Senhor, mantenhamos a pureza e todos os aromas atraentes para que esse jardim manifeste o amor de Cristo.

Por, Paulo Ludwing Batista.

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