Pastor Paul Frimpong

Pastor Paul Frimpong

Líder da Assembleia de Deus em Gana vem ao Brasil buscar parceria para evangelização da África

Durante a sua visita ao Brasil com o objetivo de fechar uma parceria com a Assembleia de Deus brasileira e a Secretaria Nacional de Missões da Assembleia de Deus no Brasil (Senami) para a evangelização em seu país, o pastor ganense Paul Yaw Frimpong Manso, presidente das Assembleias de Deus em Gana, África, concedeu entrevista ao jornal Mensageiro da Paz. Pastor Manso fala de sua conversão, chamada ao ministério, suas experiências ao longo de sua jornada como pastor e os compromissos assumidos por  sua igreja objetivando anunciar o Evangelho na Europa. O líder ganense tem 52 anos, 40 dos quais de conversão e 28 de ministério. Ele é casado há 26 anos com a irmã Gladys, e desta união nasceram quatro filhos: Isaac, Lois, Michael e Steven,  todos servindo ao Senhor Jesus.

A igreja ganense tem sido bem-sucedida em seu projeto de fazer discípulos, alcançando, inclusive, figuras proeminentes da sociedade, como o vice-presidente do país, John Dramani Mahama, e a ministra da Justiça Berty Mould-Iddrisu, que são membros da Assembleia de Deus em Gana.

Pastor Manso, como foi a sua chamada ao ministério?

Converti-me aos 12 anos de idade e ingressei no seminário aos 21 anos. Ao sair do seminário, fui consagrado ao santo ministério. Durante minha trajetória ministerial, fui pastor de várias igrejas e, em agosto de 2010, assumi a presidência das Assembleias de Deus em meu país. Antes de assumir como superintendente-geral, fui por dez anos superintendente da Assembleia de Deus em uma região de Gana chamada Ashanti.

Quais são os principais desafios que a igreja em Gana tem enfrentado?

Os desafios são numerosos, mas o que eu posso adiantar é que os campos estão brancos e a colheita pronta para ser feita, mas os obreiros são poucos. Hoje, o principal desafio é treinar, preparar, enviar e sustentar esses obreiros. Em todos os lugares onde há necessidade de igrejas, a condição social é paupérrima. Dessa forma, há a necessidade de providenciarmos o local adequado para essas pessoas se encontrarem para cultuar a Deus. Outro desafio é justamente essa área de material didático. Nós temos uma Casa Publicadora que está fechada e que precisa ser reestruturada a fim de atender aos cristãos com material adequado. Foram três as razões que levaram ao fechamento dessa editora. Em primeiro lugar, a falta de gerenciamento adequado. Quando os missionários norte-americanos foram embora, não encontramos pessoal qualificado para desenvolver o trabalho que eles começaram. Em segundo lugar, a falta  de renovação de equipamentos, porque nossas máquinas são consideradas hoje obsoletas, por terem 50 anos de existência. O  equipamento mais novo tem 30 anos e a manutenção é muito cara. Sofremos muito por causa disso. Em terceiro lugar, a área de Marketing. Não conseguimos vender o material no mercado. Não conseguimos publicar uma grande quantidade porque não temos como divulgar esse material para vende-lo muito bem. Por causa disso, temos que recorrer às empresas que possuem um preço estabelecido para as igrejas. Para nós, seria ótimo se tivéssemos condições de possuir um equipamento adequado e mão de obra, mesmo fora dos quadros da igreja, para gerenciar essa área. Hoje, estamos fora do mercado. Ficamos felizes em saber que a CPAD está chegando à África.

Quantos anos tem a igreja em Gana e qual a história da Assembleia de Deus nesse país?

Os missionários norte-americanos chegaram lá em 1931, viram a necessidade dos nativos e iniciaram as suas atividades a partir do norte, que era um setor controlado pelos muçulmanos. Antes deles, já haviam vindo presbiterianos, católicos e missionários de outras denominações, mas que haviam se instalado no sul. Apesar de no sul estar localizada a capital, com recursos e qualidade de vida, os missionários norte-americanos que fundaram a Assembleia de Deus em Gana escolheram a parte mais difícil de ser conquistada  pelo Evangelho: o norte muçulmano. Também temos relatos de missionários brasileiros da Assembleia de Deus que chegaram em Gana na década de 1960 e estabeleceram ali quatro igrejas. Eles foram embora no final dos anos 1970, mas essas igrejas estão bem. Atualmente, a liderança eclesiástica está nas mãos dos irmãos ganenses, mas um missionário norte-americano ainda está em Gana ajudando nossos irmãos.

Atualmente, existe alguma estimativa de quantos assembleianos há em Gana?

Sim, temos aproximadamente 3 mil igrejas, cerca de 2,5 mil pastores e 70 mil membros ativos na Assembleia de Deus em Gana.

A igreja ganense tem enfrentado problemas devido à predominância dos muçulmanos no país?  Como a igreja lida com essa realidade?

Graças a Deus, em Gana temos liberdade religiosa, dessa forma não temos perseguição, mas ainda há um problema: o muçulmano que se converte é abandonado pela família e passa a ser  perseguido particularmente pelos próprios familiares. Diante de uma situação como essa, não resta outra alternativa senão cuidar desse novo convertido. Oferecemos alimentação, roupa e demais recursos necessários. Mas, não existe uma perseguição declarada. Como essas pessoas são oriundas da região mais pobre de Gana, acabam enfrentando dificuldades financeiras, então a Assembleia de Deus tem esse setor voltado para a área social e trabalha com os necessitados. Além disso, ajudamos as jovens gestantes e visitamos lugares que sofrem com desastres naturais, como incêndios e enchentes, onde os irmãos comparecem e prestam atendimento. Por outro lado, a Aids é outro problema grave que enfrentamos na África e atuamos nessa Área ensinando os procedimentos para evitar a doença.

Que experiências marcantes o senhor pode compartilhar conosco sobre a obra de Deus em Gana?

Tive o privilégio de viver bem o meu tempo de ministério. Logo depois de concluir o seminário, fui destacado para liderar uma igreja bem pequena, onde permaneci por 23 anos. Quando saí de sua liderança, a deixei com aproximados 2 mil membros. Também conseguimos treinar vários obreiros e estabelecer várias igrejas na região, Mais tarde, fui designado para coordenar a inauguração de mais 250 igrejas por lá. O projeto foi implantado basicamente nas vilas. Temos ajudado em algumas dessas construções. Também tive o privilégio de ser professor de seminário. Depois, fui eleito secretário de Missões Nacionais, e foi por essa época que me apaixonei por missões. Posso dizer que fui um instrumento nas mãos de Deus para fundar igrejas entre africanos na Europa.

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