O milagre está no ir, nos passos que damos em obediência à Palavra

O milagre está no ir, nos passos que damos em obediência à Palavra

Ao ler os escritos do doutor Lucas, o médico amado, que fez os registros que estabelecem a ligação, a ponte, entre Cristo e a formação da Sua Igreja, o vemos, como médico, fazendo referência a vários milagres de Cristo e, em particular, gostaria de destacar o acontecido em Lucas 17.11-19. Especialmente chamo a sua atenção para o que diz o versículo 14: “E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.” Lucas 17.14.

Gostaria, antes de comentar o texto escolhido, de conceituar “milagre”. Milagre é “um evento que viola as leis da natureza”. Poderíamos aqui usar três palavras que aparecem na Bíblia para se referir a milagres e que nos ajudariam muito nessa compreensão. São elas “dinameis”, que significa “obras poderosas”; “terata”, que nos dá a ideia de “maravilhas”; e “semeia”, que significa “sinais”, indicando assim o propósito dos milagres. Sendo assim, podemos estabelecer um tríplice propósito de Cristo ao realizar milagres, que seriam a noção de obras poderosas, os atos sobrenaturais; a ideia de efeitos produzidos por atos poderosos, que seriam as maravilhas; e os sinais, que indicam seu propósito. Embora houvesse uma rivalidade natural entre samaritanos e judeus, veja que o texto diz: “E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia”. Essa rivalidade nasceu pelo seguinte: Após a morte do rei Salomão, cerca de 900 anos antes de Cristo, Roboão e Jeroboão se desentenderam e dividiram o povo judeu em dois reinos: 10 tribos ficaram no norte do país sob o reinado de Jeroboão, com a capital em Samaria, e duas tribos (Judá e Benjamin) no sul, sob o reinado de Roboão, filho de Salomão, com capital em Jerusalém.

No ano de 722 antes de Cristo, o reino da Samaria foi vencido pelo rei da Assíria, Assurbanipal, e o povo foi levado para a  Assíria em cativeiro. Durante esse tempo, povos pagãos, não judeus, vieram para Samaria e se casaram com alguns judeus que ainda estavam em Samaria, pois nem todos foram para o exílio, formando assim uniões mistas (judeus e pagãos), e isso era proibido pela lei de Moisés. Por isso, o povo de Jerusalém, chamado de judeus, odiava os samaritanos. Não os consideravam mais judeus por terem se misturado com povos não judeus. Geralmente, os judeus só se aventuravam a atravessar Samaria se formassem um grupo grande, bem organizado. Se fosse um pequeno grupo, como o de Jesus com os seus discípulos, seria muito perigoso passar por Samaria. Destaco ainda que Jesus, que não veio para destruir a Lei, mas para cumpri-la, respeitou a autoridade sacerdotal, dizendo “Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes”. O texto é muito claro: Jesus ordenou que fossem ao sacerdote, porém, em cada um deles, houve um dilema, houve um temor. A lei ordenava em Números 5.1-3 e Levítico 13 que o sacerdote era o responsável por averiguar se o indivíduo era leproso ou não, tendo a autoridade de o declarar como “limpo” ou “imundo” de acordo com o diagnóstico. Ao mesmo tempo em que Jesus cumpriu a Lei, ou seja, mandou ir procurar aquele responsável por declarar “limpo” ou “imundo”, ele também queria uma mudança de pensamento, de uma atitude mecânica de um simples ritualismo para o ir pela fé. Ir ou não ir, eis a questão. Entenda que, mesmo dizendo “Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes”, aparentemente eles não tinham motivos para ir. Eles continuavam leprosos. Poderiam ser mortos por entrar na cidade, por ter contatos com outras pessoas.

A Bíblia relata que “E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos” O milagre acontece é no ir. Ao irmos, quebramos todas as barreiras da mecanicidade litúrgica e abrimos as portas para o sobrenatural de Deus pela fé.

Sabemos que a lepra é uma doença degenerativa. À saúde vai se degradando progressivamente à medida que a infecção se instala em diferentes órgãos e extremidades do corpo. À cegueira é desenvolvida pela falta de lubrificação do globo ocular e pela queda das pálpebras. Como eram dez, uns estavam em diferentes estágios de desenvolvimento da lepra em relação aos outros, ou seja, um cego, um sem as unhas, um sem as orelhas e todos se  ajudando mutuamente para que tivessem um prolongamento de suas vidas.

Enquanto iam, segundo a ordenança de Jesus, podemos deduzir que nasceram unhas em um e em outro, que talvez já tivesse perdido parcialmente a visão, agora já se podia enxergar, e a cada um foi restituída a saúde até que, quando chegaram de frente ao sacerdote, estavam totalmente limpos, purificados, curados.

Hoje, muitos ainda vivem um momento nostálgico dizendo que “antigamente” se convidavam as pessoas para vir à frente em nossos cultos e elas eram curadas, eram batizadas no Espírito Santo e hoje isso não acontece mais. Pergunto: E hoje, ainda convidamos as pessoas a vir à frente em nossos cultos para serem curadas e batizadas no Espírito Santo ou tememos que o milagre não aconteça e, por isso, não mais convidamos, temendo sermos constrangidos por um eventual não-milagre?

Vivemos o mesmo questionamento, a mesma dúvida, o mesmo temor, porém, enquanto ficarmos presos a esses pensamentos, os milagres não acontecerão. Lembre-se: milagre é um evento que viola as leis da natureza. É quando você vai que o milagre acontece.

Aprenda com Jesus, vá onde outros temem ir. Não deixe de despertar a fé. Quando  caminhamos pela fé e com fé, os milagres acontecem e muitos serão curados, libertos,  batizados no Espírito Santo no poder sobrenatural que atuará através de nós em nome de Jesus.

Por, Célio Cesar de Aguiar Lima.

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