Últimos acontecimentos em Israel

Oração no Monte do Templo, ameaça do Irã, embaixada no Bahrein e cidadania portuguesa a judeus de ancestrais expulsos da Península Ibérica

No dia 5 de outubro, o Tribunal Israelense determinou que Esplanada das Mesquitas pode ser frequentada pelos judeus que desejam orar no local, desde que permaneçam em silêncio. A decisão gerou indignação na comunidade palestina e os países islâmicos emitiram um parecer nada amigável: “Uma violação ao terceiro local mais sagrado do islã”. Ao longo de décadas, a polêmica deflagrou violência, como no célebre caso do rabino Arié Lippo, que foi preso no dia 29 de setembro por orar em silêncio no Monte do Templo, a Esplanada das Mesquitas. O panorama religioso vem tendo evoluções desde que o governo israelense permitiu, discretamente, que os religiosos judeus, em número cada vez maior, realizassem o serviço religioso no monte sagrado.

O ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert disse que a novidade pode agravar a instabilidade em Jerusalém Oriental e dar início a um conflito religioso. “É um lugar sensível. E temas sensíveis como este, que têm um enorme potencial de explosão, precisam ser tratados com cuidado”, ponderou.

Enquanto isso, em 1 de outubro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, declarou ao jornal israelense Maariv que “a guerra com Israel já começou”. Disse ele: “Israel realizou ataques com o objetivo de destruir nosso programa nuclear para fins pacíficos. Assassinou cientistas nucleares e prejudicou o povo iraniano. O Irã é acusado de terrorismo, mas não existe terrorista bom ou mau. Toda a crise na região é culpa de Israel”, acusa Khatibzadeh.

Em 2015, os Estados Unidos lideraram um grupo de potências internacionais com o objetivo de firmarem um acordo nuclear com o Irã, tendo como promessa o encerramento das sanções. Com isso, foram liberados bilhões de dólares de bens congelados de iranianos em troca da destruição do programa nuclear. Em 2018, o governo do então presidente norte-americano Donald Trump anunciou a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear, pelo desrespeito do Irã ao combinado, e retomou as sanções contra o país islâmico. Questionado se um retorno ao acordo nuclear impediria uma operação militar israelense, Khatibzadeh respondeu: “Israel danificou gravemente nossa pesquisa e sistema civil. Fala-se de uma ameaça nuclear iraniana, mas Israel tem centenas de bombas, e nunca assinou o Tratado de Não-Proliferação”.

Enquanto da parte de alguns países há beligerância em relação a Israel, da parte de outros há acordos diplomáticos. O histórico 30 de setembro mostra isso. Na data, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, inaugurou a embaixada israelense em Manama, capital do Bahrein. Às 10h (horário de Brasília), o ministro israelense se reuniu com o rei de Bahrein, Hamid bin Issa al Khalifa, no palácio real, sendo esta a primeira reunião pública entre o rei e um oficial israelense, desde que ambas as nações estabeleceram relações diplomáticas em 2020, nos “Acordos de Abraão”, costurados pelo governo Donald Trump e que também normalizaram as relações diplomáticas dos Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Sudão com Israel.

O primeiro-ministro israelense Naftali Bennett se encontrou no domingo em Nova York com o ministro das Relações Exteriores do Bahrein, Abdullatif Al Zayani, e o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Khalifa al-Marar, à margem da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O premiê demonstrou a sua ansiedade a Zayani de se encontrar no futuro com o rei do Bahrein.

No início de setembro, o diplomata israelense Eitan Na’eh foi escolhido para ser o embaixador de Israel em Manama e no dia 14 de setembro, o embaixador do Bahrein em Tel Aviv, Khaled Al-Jalahma, apresentou suas credenciais ao presidente de Israel, Isaac Herzog.

Outro acontecimento que marcou o povo judeu nos últimos meses diz respeito aos descendentes de judeus que foram expulsos de Portugal séculos atrás e que estão tendo agora a chance de terem a cidadania portuguesa. A comunidade sefardita é formada por descendentes de judeus portugueses e espanhóis que falam o idioma sefardi como língua secundária. A emissão do certificado é de responsabilidade das comunidades israelitas de Lisboa ou do Porto e no documento constam as comprovações de informações pessoais do solicitante e as dos antepassados. Mas, aos interessados em obter o documento, a comunidade solicita uma doação de 500 euros; e se a emissão incluir o cônjuge e filhos, o valor passa para 250 euros. Porém, é preciso fazer uma pesquisa prévia a fim de saber quais os familiares que se encaixam nessa categoria, antes de iniciar o processo. Uma forma de ajudar a levantar essa informação sobre os ascendentes é por meio de plataformas como os sites MyHeritage ou o Family Search, que possuem ricos bancos de dados.

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