Páscoa: morte e ressurreição de Jesus

De acordo com o Dicionário Aurélio, a palavra "páscoa" vem do hebraico Pesach, passando pelo grego Pascha e pelo latim Cláss. É a festa anual dos hebreus estabelecida no livro de Êxodo como memorial de sua saída do Egito. Para o cristão, a Páscoa é uma festa anual que comemora a morte e a ressurreição de Cristo, e é celebrada no primeiro domingo depois da lua cheia do equinócio de março.

O conhecido teólogo John Davis afirma sobre essa festa: "Páscoa (no hebraico Pesach, em português 'passagem' ou 'passar por cima') é o nome que se dá a primeira das três festas anuais a que deveriam comparecer todos os varões (Êxodo 23.15; Deuteronômio 16.1), conhecida também pelo nome de 'Festa dos Pães Asmos' (Êxodo 23.15; Deuteronômio 16.16), a qual foi instituída no Egito para comemorar o acontecimento culminante da redenção de Israel (Êxodo 12.1,14, 42; 13.15; Deuteronômio 16.1,3). Aquela noite ia ser muito celebrada em honra ao Senhor, porque foi nela que Ele feriu os primogênitos dos egípcios, poupando as casas dos israelitas em cujas ombreiras havia o sangue do cordeiro. 'Todos deviam estar em pé, com os bordões nas mãos, cingidos os lombos, esperando a ordem de marchar'. Esta foi dada por Moisés, e todo o povo partiu pelo deserto, sob a direção de Deus, em busca de Canaã - a terra prometida. Busca que durou quarenta anos de peregrinação no deserto e, por causa da incredulidade de alguns, muitos sofreram, mas os que perseveraram foram vitoriosos".

Segundo William Coleman: "Essa festa é de grande importância. Sua origem acha-se profundamente ligada a história do povo de Israel. Está presente em todo o período veterotestamentário, tendo-se estendido a era cristã, onde veio a constituir as bases do culto na igreja primitiva". Tudo isso aconteceu porque os israelitas conheciam as provas reais do grande poder de Jeová-Elion (Senhor Altíssimo) que os inspirou a prática da fé no grande "Eu Sou". Os preparativos para a primeira Páscoa tiveram início no dia 10 de Nisã (calendário hebraico), 24 de março no nosso calendário e, no dia 14 de Nisã (28 de março), ocorreu a primeira Páscoa Judaica, em comemoração ao grande milagre de libertação do povo hebreu, que estava escravizado no Egito desde 1250 a.C., fazendo-o efetivamente "povo Seu". Infelizmente, grande parte do povo de Deus saiu dos seus caminhos, o que custou muitos castigos, até que, por amor, o próprio Jeová Sabao (O Senhor dos Exércitos), enviou o Seu Filho Unigênito, Jesus para salvar o Seu povo dos seus pecados (Mateus 1.21). Jesus, durante o seu ministério terreno, anunciou: "Eu não fui enviado senão as ovelhas perdidas da casa d'Israel" (Mateus 15.4). E João completa: "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que creem no seu nome" (João 1.11,12).

Jesus cumpriu Sua santa missão, resgatando-nos dos nossos pecados com o sacrifício do Seu próprio sangue. Para nós, cristãos, a Páscoa assume o significado, de certa forma, semelhante à dos judeus, pois Deus, através do Seu Filho Jesus Cristo, nos libertou e continua libertando a humanidade da escravidão do pecado. A Páscoa Cristã celebra a ressurreição do Senhor Jesus ao terceiro dia da Sua morte, como estava predito. Ressuscitou após ter tomado sobre si as nossas transgressões às leis divinas, ser vituperado, espancado, crucificado e morto na Cruz do Gólgota para nos reconciliar com o Pai, a quem entregou o Seu Espírito. Ele era o Messias prometido que ficou neste mundo por seca de 33 anos e meio, o "Emanuel", que significa "Deus conosco".

Soberanamente, Jesus ressuscitado entrou no cenáculo fechado e se apresentou aos 12 apóstolos, e eles ficaram espantados e atemorizados, pensando que viam algum espírito. Na ocasião, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés para que pudessem crer no que viam (Lucas 34.36- 46). Isso prova que o Senhor é soberano e tanto faz o que lhe aprouve como se apresenta como quer, pois para ele não existe nenhum obstáculo, porque nada é impossível para Ele (Lucas 1.37).

No século II da Era Cristã, e posteriormente, houve vários debates sobre a data em que deve ser observada a Páscoa Cristã. Nas igrejas da Ásia Menor, durante muito tempo, a Páscoa era regularmente observada no dia 14 de Nisã, enquanto a igreja de Roma e de outros lugares seguiam um calendário que comemorava a paixão anualmente, numa sexta-feira, e a ressurreição num domingo. Dessa forma, a denominada "Semana Santa" abrange o período que vai da entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, que é o "domingo de ramos", até o domingo da ressurreição, que é o "Dia da Páscoa" propriamente dita. Entretanto, a data varia em função da lua cheia, de modo que a data varia a cada ano.

É interessante notar as seguintes palavras de Jesus: "Bem sabeis que, daqui a dois dias é a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado" (Mateus 26.2). Aqui Jesus se refere à Páscoa dos judeus, porque ainda não havia a Páscoa Cristã. Diz o Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos que "desde 600 anos antes de Cristo, era costume emolar-se o animal pascal em Jerusalém; por causa disto, a festa deixou de ser um evento familiar, transformando-se em romaria. Essa súbita afluência de pessoas para a cidade criava um problema de acomodação: As hospedarias eram poucas, e muitos dos habitantes abriram suas casas para receber parentes e amigos e até desconhecidos. Além disso, os campos, nos arredores, ficavam cheios de barracas. Esperava-se que todos os israelitas aptos a se locomoverem fossem comemorar a Páscoa em Jerusalém. Por isso, a família de Jesus fazia essa viagem todos os anos, para a celebração (Lucas 2.41)".

Hoje, a igreja do Senhor comemora, com alegria, a morte e a ressurreição dAquele que respaldou e fortaleceu a nossa fé e "nos chamou das trevas para a maravilhosa luz" (1 Pedro 2.9); Aquele que nos pôs no caminho da salvação, da vida eterna, como está escrito: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14.6). Jesus, o Cordeiro de Deus, nossa Páscoa, é o Caminho. Andamos nEle!

Por, Arnaldo da Silva.

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