O que significa "abominação da Desolação"?

Qual o entendimento correto do texto bíblico de Mateus 24.14?

Quando não havia sacerdotes nos tempos do Antigo Testamento, o chefe da família se encarregava de oferecer os sacrifícios na adoração a Deus. Assim fez o patriarca Jacó, que, antes de ir ao Egito com seus filhos, ofereceu um sacrifício ao Senhor em Berseba abre (Gênesis 4.6).

O oferecimento de sacrifícios estava relacionado a uma expressão de gratidão, como a oferta pacífica (Levítico 3.1), ou ainda a expiação de pecados (Levítico 4.1 27-35). Em ambas as formas, de modo geral, o sacrifício era um elemento da adoração, presente no culto veterotestamentário mas, no culto neotestamentário o sacrifício de sangue deixou de ser praticado e perdeu a validade (Hebreus 9.11,12).

Contudo, os judeus planejam reconstruir o Templo no mesmo local onde existia, e também restabelecer o culto veterotestamentário com o sacrifício de animais. Isso pode acontecer para que se cumpra as Escrituras Sagradas. O livro de Daniel descreve eventos relacionados ao fim dos tempos e nele há uma profecia relacionada ao surgimento do anticristo (Daniel 9. 26,27).

A princípio poderíamos entender que parte dessa profecia se refere a destruição de Jerusalém e do Templo no ano 70 d.C. No entanto, o texto fala de um pacto que será feito entre o príncipe que há de vir (o anticristo), as nações e, provavelmente, Israel. Essa aliança será firmada por uma "semana" profética que equivale a sete anos. Na metade da semana, ou seja, com três anos e meio, "fará cessar o sacrifício" e "sobre as asas das abominações virá o assolador". A expressão, contida na profecia "fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares", é uma referência ao término dos rituais do culto veterotestamentário do Templo. Para isso acontecer, é preciso antes que o santuário seja reconstruído e sejam restaurados os antigos ritos levíticos de adoração. Então, quando essas coisas forem restauradas, de acordo com a profecia, "profanaram o santuário e a fortaleza, e tiraram o contínuo sacrifício, estabelecendo a abominação desoladora" (Daniel 11.31). Essa profecia foi confirmada por Jesus no sermão profético, conforme as Suas palavras (Mateus 24.15-21).

A referência que Jesus faz ao "lugar santo" é uma alusão ao templo, que se dividia em Átrio, Lugar Santo e Santo dos Santos. Sendo assim, quando a abominação estiver no Templo será o momento em que os judeus deverão fugir, porque haverá uma grande aflição o que pode significar uma matança causada por uma guerra, um ataque ou uma ameaça terrorista. E sobre a recomendação para orar, a fim de que a fuga não aconteça no inverno ou no sábado, se deve as dificuldades da estação fria e porque o sábado é o "dia de descanso" para os judeus. O dia sagrado poderia deixá-los despreparados para fugir diante do perigo eminente. Quanto a cessar o sacrifício diário e a abominação entrar no lugar santo, há uma condição para que aconteça: é necessário que exista o Templo. De qualquer modo, poucos se arriscam a interpretar o que poderia ser a "abominação da desolação" no Templo em Jerusalém. Mas, em outro tempo, de acordo com os historiadores judeus, no ano 39 d.C.; o imperador Calígula considerando-se um ser divino ordenou que a sua estátua fosse colocada em todos os templos religiosos.  Os judeus não aceitaram e só não foram massacrados por não reconhecerem a divindade do Imperador por que o tirano morreu. A história pode, de certa forma, se repetir, pois Paulo, em sua Segunda Carta aos Tessalonicenses, nos mostra que, no fim dos tempos, haverá uma profanação do Templo (2 Tessalonicenses 2.3,4).

Não podemos descartar que haja outras interpretações acerca da (abominação da desolação) no Lugar Santo. Contudo, é provável que isso poderá ser a presença do próprio anticristo, desejando se colocar no lugar de Deus, no Templo, uma vez que os judeus creem que o Messias somente virá se o Templo for reconstruído. Com efeito, por não acreditarem no Filho de Deus e "porque não receberam o amor da verdade para se salvarem" (2 Tessalonicenses 2.10), ficarão sujeitos ao erro (2 Tessalonicenses 2.11,12).

Se o templo for reconstruído e profanado, ou a religião, a fé, a tradição ou os elementos da adoração judaica forem desrespeitados, haverá uma revolta e um grande martírio dos judeus. Portanto, fiquemos firmes na presença de Deus vivo pois a vinda do Senhor está próxima (Apocalipse 22.12).

Por, Hades teu Alves.

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