Lidando com as dificuldades da vida

Lidando com as dificuldades da vida

No decorrer de nossa jornada cristã aqui na terra, a vida nos leva por caminhos de altos e baixos, de alegria e dor; amargura e choro, felicidade e tristeza. É uma tremenda inverdade dizer que a vida cristã é composta somente de felicidade. Na verdade, temos momentos de felicidades e momentos de adversidades. Jesus disse: “No mundo tereis aflições” (João 16.33). Mas, diante das aflições, não podemos perder o ânimo. O Mestre também disse: “Tende bom ânimo”.

Existem aqueles que querem uma vida cristã só de bonança, de prosperidade, fartura etc, e muitos são enganados com o falso evangelho da prosperidade fatalista e vêm para a igreja com a finalidade de receber bens materiais e acabam por se decepcionar. A verdade bíblica é que as aflições e as angústias estão presentes e rodeiam o ser humano por toda a sua vida. O ser humano está sujeito a ter uma boa saúde e uma má saúde. Existem momentos de felicidade, mas também podem existir momentos de tristeza, como, por exemplo, quando o perdemos um ente querido. Não existe satisfação total em todo tempo. É preciso que aprendamos a lidar com as situações difíceis que surgem no decorrer de nossa vida cristã.

Questões que afligem o ser humano

O texto de Eclesiastes 9.2 diz que o sofrimento vem de igual modo a todos, tanto para ímpios quanto para justos, e esses males que vêm para todos são dor, desemprego, doença, acidente, morte, os problemas psicoemocionais etc. Em 2 Timóteo 3.12, vemos que o fato de sermos crentes em Jesus não nos isenta de passarmos por sofrimentos e perseguições. A diferença é que nós, os cristãos, sabemos lidar com essas angústias, superá-las e vencê-las, pois temos a ajuda divina. Em Romanos 8.28, lemos: “Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus”. Sabemos que os problemas podem vir para provar a nossa fé, de maneira que, depois deles, sairemos da provação edificados e fortalecidos em Cristo.

As perdas – O cristão precisa saber lidar com as perdas observando o exemplo de Jó. Ele perdeu seus bens materiais (Jó1.12), que foram atacados e roubados pelos sabeus (Jó 1.14,15) e destruídos por fenômenos sobrenaturais (Jó 1.16). Como se não bastassem, os caldeus atacaram em três bandos e consumiram os camelos (Jó 1.17). As perdas de Jó não pararam por aí. Ele perdeu também os seus filhos (Jó 1.18, 19), perdeu parentes e amigos, e, por último, perdeu a sua saúde (Jó 2.5-8) e o incentivo de sua esposa (Jó 2.9). Jó é um exemplo bíblico com o qual aprendemos a lidar com as perdas. Ele não murmurou e nem atribuiu ofensas a Deus, mas reagiu de forma brilhante a essa situação (Jó 1.20-22), dizendo: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (v.21).

As decepções – É inegável que as piores decepções vêm de pessoas próximas, de amigos, daqueles nos quais acreditamos. Essas situações nos trazem sofrimento, angústia, porque geralmente não esperamos coisas dessa natureza da parte dos amigos. No entanto, precisamos saber que não estamos imunes a essas coisas. Ao lermos Atos dos Apóstolos 12.25 e 13.13, percebemos que Paulo se decepcionou com seu amigo João Marcos, que se recusou a seguir a viagem missionária. Aprendemos com o apóstolo que as decepções não podem ser motivo para nos desanimar. Paulo prosseguiu a sua viagem, ele não se abateu com a decepção sofrida (Atos 13.14). Na verdade, ele transformou a decepção em motivação. A prova disso é que ele procurou outros companheiros, a saber: Timóteo e Silas. E continuou a sua viagem (Atos 15.40; 16.1-13). Precisamos aprender a lidar com as decepções que naturalmente acontecem na nossa caminhada rumo ao Céu. Paulo superou a decepção sofrida com o seu companheiro de ministério. Quando estava preso em Roma aguardando julgamento, pediu a seu filho na fé, o jovem pastor Timóteo, que levasse João Marcos até a ele (2 Timóteo 4.11). Não existe algo melhor do que o perdão para superar a decepção. Quando Paulo escreve a Filemon, ele manda uma saudação calorosa ao companheiro João Marcos (Filipenses 24). O apóstolo já tinha superado a decepção sofrida e não tinha magoa e nem rancor em seu coração.

A dor – A dor física, a dor psicológica, a dor da separação, a dor da alma, são muito angustiantes e penosas. São vários os fatores que podem gerar dor, e ela traz situações completamente desagradáveis. A dor é também um sintoma de que algo não está funcionando bem e precisa ser tratado. Na dor da alma, na angústia, na amargura, em um sofrimento psíquico em decorrência da perda de um ente querido, neste caso, o refúgio está em Deus (Salmos 46.1; Isaías 53.4). O apóstolo Paulo passou por situações angustiantes e o nosso Senhor Jesus Cristo também experimentou a dor em Sua alma, estando em agonia (Mateus 26.38; Lucas 22.44). A dor da tristeza traz um desconforto muito grande, produzindo depressão. Devemos tirar proveito das situações difíceis e criarmos situações que tragam prazer e esperança, a exemplo de Paulo, que viveu uma situação de desespero, mas canalizou para a esperança aprendendo a confiar sempre em Deus (2 Coríntios 1.8-10).

Dificuldade de alcançar as conquistas ou ter vitória

As vitórias não vêm de qualquer maneira. É preciso muito esforço e ir em busca delas com motivação, autoestima, ânimo, vontade, determinação entusiasmo, fé, coragem etc. A fé, a coragem e os dons espirituais usam as estruturas psicológicas e emocionais do ser humano. Foi Deus quem fez e capacitou o ser humano com esses mecanismos, os quais fazem parte da energia psíquica e são estruturas que o Espírito Santo usa.

A determinação – É a produtora de energia pessoal chamada de ânimo. Ela ativa o ser. Jesus disse ao paralítico: “Tem bom ânimo” (Mateus 9.2). Aqui não se trata do “determinismo” das seitas religiosas e da teologia da prosperidade. Estou falando da determinação como fator psicológico inerente ao ser humano, que acelera o metabolismo gerando o ânimo. Daniel era um homem de terminado (Daniel 1.8); Josué também era um homem animado e foi em busca de conquistas (Josué 1.10-18), foi um homem determinado a vencer. O Jordão estava transbordando, mas, mesmo assim, ele não se intimidou, não desistiu. A determinação só será eficaz se deixarmos Deus agir em nossa vida. Josué estava determinado a vencer, mas a ação vinha de Deus na vida dele (Josué 1.6-8).

Entusiasmo – Um crente entusiasmado, um pastor, um obreiro, incendeia uma cidade, um estado, um país. Entusiasmo é a parte da energia psíquica que faz com que avancemos. Quando as intempéries, turbilhões, tempestades, ventos contrários e maremotos se levantam, as pessoas entusiasmadas encontram forças para prosseguir e permanecer firmes, confiantes e, sobretudo, animadas. O cristão entusiasmado estará sempre disposto e nunca se mostrará indiferente diante das dificuldades (Habacuque 3.17,18). O bom de sermos entusiasmados é que essa atitude é contagiante, ou seja, ela contagia outras pessoas. Paulo é exemplo de obreiro entusiasmado. O apóstolo estava encarcerado, mas louvava a Deus entusiasmado, e isso contagiou o presídio (Atos 16.25).

Esforço – “Mas esforçai- -vos, e não desfaleçam as vossas mãos...” (2 Crônicas 15.7). As coisas são conquistadas com esforço e trabalho (Neemias 2.1-6). O segredo das conquistas e das vitórias está no esforço empreendido. O esforço inibe a indolência e o comodismo. O que está faltando a muitos é se esforçar e acreditar que é possível vencer e alcançar as bênçãos de Deus. É dever nosso nos esforçar para as conquistas, mas quem nos faz prosperar é o Deus dos céus (Neemias 2.20). No campo espiritual, o esforço feito fora do plano de Deus é um ato vão. Temos que nos esforçar dentro da perfeita vontade de Deus (Romanos 12.2).

Contamos sempre com a ajuda de Deus nos momentos difíceis (Salmos 46.1). Não existe possibilidade de alcançar vitórias sem confiar no Senhor Deus, sem entrar em Sua presença pela fé (Salmos 34.19; 125.1, 2). “Crê somente” (Marcos 5.36), porque as aflições do tempo presente não são comparáveis à glória que em nós há de ser revelada (Romanos 8.18).

Por, Mauricio Brito.

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