Liberdade cristã cercada pelo mundo

Evangelistas em julgamento no Reino Unido; cristãos atacado no Sudão

Na Inglaterra, os cristãos Michael "Mike" Overd, Don Karrns "Mike" e Stokwell e Aj Clarke ganharam o direito de apelar de um julgamento que os levou a prisão por anunciar o Evangelho no centro da cidade de Bristol. Os pregadores contaram com o apoio de advogados do Christian Legal Center (CLC) e apresentaram queixas contra a polícia dos condados de Avon e Somerset por agressão, prisão falsa e violação de seus direitos humanos.

O caso da prisão dos evangelizadores levanta questões acerca do direito à liberdade de expressão e liberdade religiosa dos cristãos no Reino Unido. O recurso foi ouvido por um juiz do Tribunal Superior em sessão nos dias 21 e 22 de outubro de 2021, e no centro das discussões em torno do polêmico assunto, encontra-se a prisão de Mike Overd, que inclusive foi filmado em 6 de julho de 2016. Ele e demais pregadores anunciavam as crenças cristãs, o pecado e a eternidade. Normalmente, as preleções eram acompanhadas por populares que os escutavam, mais em alguns casos, os transuentes manifestavam contrariedade e os intimidavam.

A chegada dos policiais não significou a manutenção da paz entre os ouvintes, pelo contrário, os agentes prenderam os quatro evangelizadores ao considerarem os relatos de que as pessoas ao redor haviam sido "ofendidas" pelo conteúdo exposto pelos cristãos no vídeo, é possível escutar o policial PC Philip ou falar a Overd de quê "há uma linha de liberdade de expressão [...]  provocando os muçulmanos [...]".

Overd respondeu ao policial: "falávamos apenas o que a Bíblia diz" e questionou: "porque você me prendeu?". A pergunta desconcertou o policial que admitiu não saber justificar a detenção e teve que telefonar para seus colegas a fim de obter respostas. Sentindo-se prejudicados, os quatro homens foram absolvidos de todas as acusações e deram início a uma ação civil contra a polícia por danos morais.

Em dezembro de 2020, o caso foi ouvido pelo juiz ao Ralton, que disse simpatizar com esse evangelizadores de rua e que os policiais não haviam agido ilegalmente quando prenderam os pregadores. Entretanto, apelando da decisão ao Tribunal Superior, o juiz permitiu aos homens o direito de apelar.

Overd manifestou a sua indignação pela ação truculenta da polícia inglesa é que a liberdade é um direito fundamental na Inglaterra. "A polícia deve ser responsabilizada por suas ações, e a liberdade de pregar a mensagem do Evangelho nas ruas do Reino Unido aos perdidos é um dos nossos direitos fundamentais neste país se perdemos esse direito começaremos a perder todas as nossas liberdades ", disse.

Em outro caso, segundo informações veiculadas pela Missão Portas Abertas, o grupo de 17 cristãos coptas que estavam desaparecidos na Líbia foram detidos pelas autoridades por causa de seu status de imigração. De acordo com a entidade, os egípcios estavam desaparecidos desde o dia 30 de setembro, o que levantou a suspeita de que haviam sido sequestrados por extremistas islâmicos e tivessem sidos decapitados por extremistas ligados ao Estado Islâmico, conforme aconteceu aos 21 cristãos que foram martirizados na Líbia.

Segundo informações de um amigo e advogado do grupo, os cristãos portavam visto de trabalho para atuarem na Líbia. "Mas, eles não conseguiram oportunidade de trabalho e os custos de renovação dos vistos são altos e é provável que a polícia da Líbia os tenha detido desde 30 de setembro até agora", afirmou.

No intuito de ajudar os egípcios, a Portas Abertas disse que seu parceiro no Egito procurou informações junto a um representante do ministério de relações exteriores, que confirmou a detenção dos coptas por migração ilegal. No total foram 525 egípcios, muçulmanos e cristãos detidos pelos líbios por suspeitas em relação ao seu status de imigração. O representante das relações exteriores confirmou que os 17 coptas estão relacionados nesse grupo, por terem entrado na Líbia pela Turquia, países com realidade conflituosa. O representante egípcio acrescentou que o grupo será liberado e repatriado ao Egito assim que o processo for concluído.

No dia 25 de outubro de 2021, por sua vez, as ruas do Sudão foram tomadas por cidadãos, logo depois do golpe militar que mais uma vez mergulhou o país africano no completo caos. Enquanto os sudaneses bloqueavam as estradas com o objetivo de pedir um governo civil e a transição democrática na nação, os soldados abriram fogo contra eles.

"Ouvimos falar da morte de manifestantes que protestavam contra o golpe militar", disse o presidente da Conferência Episcopal do Sudão (SCBC), durante entrevista a Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), referindo-se ao assassinato dos cidadãos.

Em meio ao caos, ocorreram duas tentativas de assassinato contra cidadãos que trabalhavam para o governo liderado por civis do Sudão: no dia 27 de outubro, o conselheiro cristão do ministro de Assuntos Religiosos, Boutos Badawi, foi seguido por duas pessoas e um deles atirou contra ele, mas errou. O ataque aconteceu por volta das 20h, quando se dirigia a sua casa em Cartum. Mas em julho, Badawi foi alvo de cinco homens armados que ameaçaram matá-lo se continuasse a falar sobre o fracasso do governo quanto à questão das propriedades confiscadas das igrejas e questões em torno dos comitês da Igreja Evangélica Presbiteriana do Sudão.

Badawi publicou vários posts nas redes sociais detalhando o atraso do governo em resolver injustiças históricas vividas pela comunidade cristã, incluindo a devolução de propriedades, a emissão de certificados de registro para propriedades da igreja e reconhecimento oficial de comitês legítimos da igreja, o que facilita sua gestão dos assuntos da igreja.

As ameaças feitas contra o conselheiro são semelhantes às feitas por oficiais do Serviço de Inteligência Geral (GIS, sigla em inglês) contra o presidente de uma organização de jovens cristãos, Osama Saeed Musa Kodi que foi preso em Wadani, no estado de Geriza, no início de 2021.

"Os agentes disseram-me que o cristianismo é mal e alegaram que eu tentava fazer uma lavagem cerebral nos cidadãos sudaneses eu fui obrigado a interromper quaisquer esforços para reconstruir uma igreja que havia sido destruída em um ataque incendiário, além de ser informado de que eu poderia ser morto se não obedecesse", disse Musa Kodi.

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