Israel: a escolha soberana de Deus

A pós a queda do primeiro casal (Adão e Eva) no Jardim do Éden, o Senhor Deus imediata mente prometeu que da semente da mulher, nasceria aquele que esmagaria a cabeça da serpente, Satanás. “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis 3.15). Porém, o Salvador da humanidade não veio ao mundo imediatamente, pois o plano do Criador era o estabelecimento de uma nação cujo seu filho mais ilustre viria ser o Messias a fim de resgatar todos os seres humanos de seus pecados.

Somente cerca de 427 anos após o dilúvio, o Todo-Poderoso designou um homem riquíssimo chamado Abrão (Gênesis 13.2), décimo descendente direto após Noé, da linhagem de Sem (Lucas 3.34-36) e habitante de Ur dos caldeus, na Mesopotâmia, centro da civilização fundada por Ninrode (neto de Cam e bisneto de Noé). Tendo saído com o pai Tera, a mulher Sarai e o sobrinho Ló, foram até Harã, onde Tera morreu. Ali, Deus revela-se ao futuro Abraão, com promessas para a sua vida e à sua posteridade, dentre as quais, destacamos: transformá-lo em uma grande nação e o engrandecimento do seu nome (Gênesis 12.2), o que veio a ser cumprido através do seu filho Isaque (com sua mulher Sara), de Jacó (seu neto) e os 12 filhos deste último, os quais vieram a constituir as tribos da futura nação de Israel (nome dado a Jacó quando o mesmo lutou com o Anjo do Senhor no vau do Rio Jaboque, registrado em Gênesis 32.28).

Retornando à descrição de Gênesis 12, temos no registro do versículo 3, a promessa maior, não apenas para uma nação, entretanto, para todas as famílias da terra, a qual remete ao plano divino da Salvação a todos os que creem, conforme Romanos 4.11-13: “E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem (estando eles na incircuncisão, a fim de que a justiça lhes seja imputada), e fosse pai da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé de Abraão, nosso pai, que tivera na incircuncisão. Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé”. Acrescentando, em Gênesis 49.10, o patriarca Jacó, antes da sua morte, prediz para Judá: “O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos”. Isto ratifica o objetivo divino da redenção universal por intermédio do Enviado do Senhor, o qual, pela sua soberania, escolheu aquela tribo para reinar.

Após 400 anos no Egito, para onde a família de Jacó dirigiu-se durante o período da grande fome e carestia no mundo, Israel constitui-se numa nação, mesmo debaixo de uma pesada servidão quando foram escravizados e, posteriormente, libertos através de Moisés, que “recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado” (Hebreus 11.24,25). Mesmo sem ter detalhado, Moisés vaticinou a vinda do Messias em Deuteronômio 18.8,19: “Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele”.

Com a conquista de Canaã, sob a liderança de Josué, o projeto de salvação alcançando os gentios (não israelitas) não foi esquecido por Deus, haja vista a oportunidade concedida e aproveitada por Raabe, a então meretriz de Jericó, que acolheu os dois espias em sua casa e, por causa desta atitude, teve a sua vida e a de seus familiares poupadas da destruição que abateu sobre aquela cidade e, além da salvação da sua alma, teve a honra de entrar na genealogia de Jesus, mesmo não pertencendo ao povo israelita, conforme Josué 6.25 e Mateus 1.5, respectivamente: “Assim, deu Josué vida à prostituta Raabe, e à família de seu pai, e a tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel até ao dia de hoje, porquanto escondera os mensageiros que Josué tinha enviado a espiar a Jericó”; “Salmon gerou de Raabe a Boaz, e Boaz gerou de Rute a Obede, e Obede gerou a Jessé”.

E justamente por intermédio da descendência do tataraneto de Raabe, o rei Davi, será confirmada a profecia de Jacó, quando este predisse que o cetro não sairia de Judá, ratificada em 1 Crônicas 17.14: “Mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será firme para sempre”. Séculos depois, temos a confirmação do livro do profeta Isaías, no capítulo 9, versículo 7: “Do incremento deste principado e da paz, não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para firmar e o fortificar em juízo e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto”.

Porém, o maior testemunho de que Deus escolheu Israel para que através desta nação viesse o Salvador ao mundo, veio dos lábios do próprio Messias quando ao encontrar a mulher samaritana em Sicar, declarou a esta que a salvação vem dos judeus. “Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus” (João 4.22). Nesta declaração, o Senhor Jesus exclui qualquer outra alternativa de salvação vinda de outra nação ou de outra pessoa, a não ser dele mesmo, o Enviado do Pai, para a redenção da humanidade. Neste item, a atual rejeição da maioria dos judeus em relação a Cristo como Messias não interfere no plano divino, pois todos os salvos, tanto judeus como gentios, hoje, fazem parte da mesma comunidade espiritual, a Igreja, “porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos que o invocam” (Romanos 10.12).

Em relação à totalidade dos israelitas, o reconhecimento de Cristo como Messias, somente acontecerá após a Batalha do Armagedom, quando o Messias derrotará o Anticristo e os povos reconhecerão a soberania do Príncipe da Paz sobre a Terra, com a sede do seu governo em Jerusalém: “E acontecerá que todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrarem a Festa das Cabanas” (Zacarias 14.16).

Por, Paulo Silas Belém da Silva.

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