O profeta desceu a casa do oleiro e viu que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas. O versÃculo 4 diz: "Como o vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que bem pareceu aos seus olhos fazer". Depois dessa cena, Deus fala com o profeta: "Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, casa de Israel? - diz o Senhor, eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel" (v. 6).
Chama-nos a atenção o fato de que não foi o oleiro que quebrou o vaso. O oleiro estava trabalhando na feitura do vaso e tinha para ele um propósito determinado. O molde estava definido pelo oleiro, mas alguma impropriedade no barro estava resistindo ao trabalhar de suas mãos. Chegou a um ponto em que o vaso não resistiu e se quebrou na mão do oleiro.
Evidente que não seria o oleiro que teria que ser conformar em concluir o vaso do jeito que o vaso insistia em ser. Tinha ele um propósito especÃfico, de preparar um belo vaso para seu uso, mas o material que tinha em suas mãos insistia em resistir à ação do oleiro. O resultado foi a quebra do vaso.
A semelhança do oleiro, Deus tem propósitos bons para todos nós (Jeremias 29.11), mas, a semelhança daquele vaso, somos nós que muitas vezes frustramos o livre e soberano agir de Deus em nossas vidas. Nossas incompreensões e impurezas dificultam a ação do Todo-Poderoso. Seus propósitos encontram obstáculos em nós mesmos.
Mas também a semelhança daquele oleiro, Deus não cederá à dureza do nosso coração, não cederá ao nosso orgulho. Ele continuará agindo dentro de Seu propósito eterno e nós é que teremos que ceder. Foi o vaso que "se quebrou", ou seja, desistiu de resistir à ação do oleiro. O importante é que o vaso "se quebrou na mão do oleiro". O verbo na voz reflexiva indica que ele pratica e recebe a ação. Chegaria um momento em que Judá, no cativeiro, iria se humilhar diante do Deus Todo-Poderoso e o invocaria de todo o coração, momento em que o Senhor estaria pronto para levá-lo de volta à Jerusalém e cumprir os Seus propósitos. A glória de Deus voltaria à cidade de Davi e seria maior que a da primeira casa (Ageu 2.9).
Tudo daria certo no final. É por isso que não precisamos ter medo de nos humilhar diante de Deus. O segredo é permanecer na mão do oleiro. "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, exalte" (1 Pedro 5.6).
Somente depois que o vaso se quebrou é que o oleiro pode trabalhar com o barro e fazer outro vaso "conforme o que bem pareceu aos seus olhos fazer" (Jeremias 18.4b). A vontade do oleiro finalmente poderia ser feita.
Por vezes, Deus nos põe em intensas provas, a fim de nos esvaziar de nós mesmos, tirar toda escória, nosso ego, aniquilar nosso eu. Dores, angústias, tristezas, solidão. Deus esquadrinha o mais profundo de nosso ser. Ele nos purifica como ouro, no fogo da provação, até que cheguemos ao ponto de nossa total rendição. É quando nossa compreensão acerca de Deus é ampliada (Jó 42.1-5), humilhamo-nos e damos a Ele toda a glória. E o vaso se quebra na mão do oleiro a fim de permitir que ele faça o que bem parecer aos Seus olhos.
Deus sempre tem o melhor para nós, e depois de uma profunda prova, capaz de nos reduzir ao pó da mais completa humildade, é que Ele pode glorificar Seu nome em nós. "Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará" (Tiago 4.10). Deixemos o Oleiro trabalhar!
Por, Silas Queiroz.
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