O Manuscrito Ashkar, uma página do cântico entoado pelos israelitas após a fuga do Egito enquanto assistiam à destruição do exército do Faraó no Mar Vermelho, foi descoberto acidentalmente em uma biblioteca de livros raros na Universidade Duke, nos Estados Unidos. O achado possibilitou a junção de dois fragmentos de um manuscrito bíblico de 1.300 anos, que pode levantar novas pistas sobre um período da Bíblia hebraica.
Os pesquisadores desconheciam a existência das partes isoladas
até que a fotografia de uma delas, publicada em sua primeira exibição pública em
Israel, chamou a atenção dos estudiosos, que se incumbiram de juntá-los. O artefato
foi exibido pela primeira vez em Israel em 2007. Foi nessa ocasião que a
fotografia do manuscrito foi publicada em um jornal e chamou a atenção de dois paleógrafos
israelenses, Mordechay Mishor e Edna Engel, que perceberam a semelhança com uma
outra página em hebraico, “O Manuscrito de Londres”, que é parte de uma colação
particular.
“A uniformidade das letras, a estrutura do texto e as técnicas
usadas pelo escriba deixaram tudo muito claro”, disse Engel. Apesar disso, um
observador leigo não teria facilidade em detectar esse pormenor. O Ashkar está escurecido
pela exposição aos elementos e o texto está praticamente invisível, mas o de
Londres está muito mais conservado e seu conteúdo está legível. Depois que os especialistas
submeteram o artefato a estudos com raios ultravioleta, eles confirmaram que os
textos não somente foram escritos pela mesma pessoa, como também faziam parte de um mesmo rolo de pergaminho. Os cientistas
acreditam que o pergaminho foi escrito em torno do sétimo século, em alguma parte
do Oriente Médio, possivelmente no Egito. Os pesquisadores não sabem explicar
como essas partes foram separadas, ou o destino que teve o restante do
material. O Cântico dos Manuscritos do Mar Morto está escrito em prosa, e no manuscrito
reunido, em versos.
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